Tu ne dors pas sous les cyprès car il n’est de sommeil en ce monde... Le corps est l’ombre des vêtements qui dissimulent ton être profond.
Vient cette nuit qu’est la mort, et l’ombre s’achève sans avoir été. Tu vas dans la nuit, simple silhouette, Égal à toi contre ton gré.
Mais à l’Hôtellerie de l’Épouvante les Anges t’arrachent ton manteau. Tu poursuis sans manteau sur l’épaule avec le peu qui te protège.
Lors les Archanges du Chemin te dépouillent et te laissent nu. Tu n’as plus ni (…)
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Fernando Pessoa
Pessoa, Fernando (1888-1935)
Matérias
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Fernando Pessoa: Cesse teu corpo...
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Antonio Tabucchi – Na ausência de provas
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHá, de imediato, algo de excessivo na biografia deste português que, com o passar dos anos, corre o risco de se tornar um dos maiores poetas do século XX: algo demasiado excessivo para não despertar desconfiança, ou mesmo alarme, em quem se ponha em seu encalço. É um excesso por defeito; é a total ausência de indícios ou, se se preferir, a evidência transformada em paradigma, o álibi perfeito: algo que faz pensar no esconderijo na ostentação da carta roubada de Poe e que, no caso concreto, (…)
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Fernando Pessoa - Eu vos encontrei
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroJe vous ai trouvé,
Eu vos encontrei,
Eu vos reencontrei
Pois vos havia sonhado
Há tantos dias,
E eu vos amei,
Oh, eu vos amei,
E eu vos amarei sempre.
Não, não sei
Se sequer existis,
Nem se este coração cansado
Pode vos achar quando vos ama.
Pois o amor
Sempre fala baixo,
Tem medo do preço [?] e dos dias.
Mas, eu vos amo,
Oh, eu vos amo,
E eu vos amarei sempre.
Sois rainha,
Sois sereia?
Que importa a este amor
Que vos faz soberana? (…) -
Pessoa (LD:78/124) – viver a vida em Extremo
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroToda a alma digna de si própria deseja viver a vida em Extremo. Contentar-se com o que lhe dão é próprio dos escravos. Pedir mais é próprio das crianças. Conquistar mais é próprio dos loucos, porque toda a conquista é (?).
Viver a vida em Extremo significa vivê-la até ao limite, mas há três maneiras de o fazer, e a cada alma elevada compete escolher uma das maneiras. Pode viver-se a vida em extremo pela posse extrema dela, pela viagem ulisseia através de todas as sensações vividas, através (…) -
Pessoa: Natureza e realidade
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcertos do livro organizado por António Quadros, "A procura da verdade oculta". Fragmentos do acervo do autor sobre tempo, espaço, ser, matemática, realidade, categorias... (Texto possivelmente de 1915-1916)
1 — TEMPO, ESPAÇO E SER
O tempo em si contém a possibilidade de todas as durações: o espaço em si a possibilidade de todos os tamanhos, de todas as extensões; a forma em si a possibilidade tanto do círculo como do triângulo, a possibilidade de todas as formas.
Assim como o (…) -
Fernando Pessoa – Só o contato com o Vértice
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroThe Way of the Serpent.
Só o contacto com qualquer coisa do Vertice, isto é, da Unidade, dá o poder completo, ou alguma cousa completa no poder, sobre nós e as cousas. Nos graus intermedios a força é muitas vezes confusão, e o conhecimento vertigem. É por vezes imprudente aventurar-se o espirito feliz em caminhos para que não tem bússola. Assim é que, sendo Lytton sem duvida um conhecedor de grandes segredos da ordem menor, isso o não privou de ser um pessimo escriptor; não houve magia que (…) -
Fernando Pessoa – O Desconhecido
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroTout est illusion.
Tout se résume à créer. Tout se résume à l’illusion. Donc créer c’est mentir.
L’illusion de la pensée, du sentiment, de la volonté. Tout est création, et toute création est illusion.
Créer c’est mentir.
Pour penser le non-être on le crée, ça devient une chose. Tous ceux qui pensent dans l’occultisme créent absolument tout un système de l’Univers, qui reste réel. Même s’ils se contredisent : il existe plusieurs systèmes dans l’univers, tous réels.
Nous-mêmes, (…) -
Fernando Pessoa – antítese
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroSabem todos que a dialética platônica decompõe o movimento do raciocínio em três tempos sucessivos — a tese, a antítese, e a síntese. O mesmo íntimo critério preside ao movimento da ode grega, ou de toda a ode — a estrofe, em que se determina a ideia; a antístrofe, em que se lhe opõe a ideia contrária, que a própria posição daquela exige; o epodo, em que se conciliam as duas. Nem sempre assim era na realização da ode: sempre assim deveria ser.
Toda opinião é uma tese, e o mundo, à falta de (…) -
Pessoa (LD:364) – não possuo o meu corpo
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroEu não possuo o meu corpo — como posso eu possuir com ele? Eu não possuo a minha alma — como posso possuir com ela? Não compreendo o meu espírito — como através dele compreender?
Não possuímos nem o corpo nem uma verdade — nem sequer uma ilusão. Somos fantasmas de mentiras, sombras de ilusões, e a nossa vida é oca por fora e por dentro.
Conhece alguém as fronteiras à sua alma, para que possa dizer — eu sou eu?
Mas sei que o que eu sinto, sinto-o eu.
Quando outrem possui esse corpo, (…) -
Fernando Pessoa – Na classificação dos sistemas filosóficos...
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroLa conscience transcende l’unité. C’est le point absolu qui « n’existe » que parce que pour que quelque chose existe, il doit exister infiniment en lui. Le point, étant le refus de l’espace est la vie de celui-ci.
Way of the Serpent.
Dans sa forme de S (qui, s’il est considéré comme fermé, est 8, et, couché, également serpentin, Infini), le Serpent comprend deux espaces, qu’il entoure et transcende. (Le premier espace est le monde inférieur, le second le monde supérieur.) Dans une autre (…)
Notas
- Fernando Pessoa – inteligência analógica
- Fernando Pessoa – Parmênides e a eternidade do ser
- Fernando Pessoa – S de serpente
- Fernando Pessoa – Sobre o pensamento grego
- Fernando Pessoa – Soneto I
- Fernando Pessoa – Soneto XIV
- Fernando Pessoa – Soneto XXII
- Guimarães Rosa (GSV) – Deus é urgente sem pressa