Dieu m’a donné son glaive, pour que je fasse
Sa sainte guerre,
Me sacrant Sien en honneur et en infortune
Aux heures où un vent froid passe
Par-dessus la froide terre.
Il a posé les mains sur mes épaules, et doré
Mon front de son regard;
Et cette fièvre d’Au-delà, qui me consume,
Et cet appétit de grandeur, c’est son nom
Au-dedans de moi vibrant.
Et je vais, et l’éclat du glaive dressé donne
Sur mon visage calme.
Plein de Dieu, je ne crains pas ce qui viendra,
Et puis, vienne (…)
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Fernando Pessoa
Pessoa, Fernando (1888-1935)
Matérias
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Fernando Pessoa – D. Fernando, Infante de Portugal
28 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Fernando Pessoa – Fernão de Magalhães
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroDans la vallée un bûcher jette ses flammes.
Une sarabande secoue la terre entière.
Par sombres lueurs, en sursaut jaillies
De la vallée, des ombres sourcilleuses
Et difformes escaladent les pentes
Pour aller se perdre dans l’obscurité.
Quelle est cette danse dont la nuit s’alarme ?
Celle des Titans, les fils de la Terre,
Qui dansent pour la mort du Capitaine
Qui voulut ceinturer le corps maternel -
Le ceinturer, d’entre les hommes le premier -
Avant de trouver sur la plage (…) -
Fernando Pessoa – Segundo: O QUINTO IMPÉRIO
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroTristesse de l’homme qui vit an logis,
satisfait de son foyer,
sans qu’un rêve, dans un envol d’aile,
fasse rougeoyer la braise
de l’âtre qu’il pourrait quitter!
Tristesse de l’homme heureux!
S’il vit, c’est que la vie s’étire.
Son âme n’abrite rien d’autre
que la leçon de la racine :
avoir un sépulcre pour vie.
Siècle sur siècle s’abolit
dans le temps qui par siècles passe.
Être insatisfait, c’est être homme.
Puisse la vision de l’âme
les forces aveugles subjuguer!
Et (…) -
Pessoa – sou um evadido
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroSou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu não é ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
5-4-1931 -
Pessoa (LD:78/124) – viver a vida em Extremo
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroToda a alma digna de si própria deseja viver a vida em Extremo. Contentar-se com o que lhe dão é próprio dos escravos. Pedir mais é próprio das crianças. Conquistar mais é próprio dos loucos, porque toda a conquista é (?).
Viver a vida em Extremo significa vivê-la até ao limite, mas há três maneiras de o fazer, e a cada alma elevada compete escolher uma das maneiras. Pode viver-se a vida em extremo pela posse extrema dela, pela viagem ulisseia através de todas as sensações vividas, através (…) -
Pessoa (LD:118/326) – sonho a vida real
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroDe resto eu não sonho, eu não vivo. Sonho a vida real. Todas as naus são naus de sonho, logo que esteja em nós o poder de as sonhar. O que mata o sonhador é não viver quando sonha; o que fere o agente é não sonhar quando vive. Eu fundi numa cor una de felicidade a beleza do sonho e a realidade da vida. Por mais que possuamos um sonho nunca se possui um sonho tanto como se possui o lenço que se tem na algibeira, ou, se quisermos, como se possui a nossa própria carne. Por mais que se viva a (…)
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Pessoa (LD:43) – a distância entre mim e o meu fato
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroDe repente, estou só no mundo. Vejo tudo isto do alto de um telhado espiritual. Estou só no mundo. Ver é estar distante. Ver claro é parar. Analisar é ser estrangeiro. Toda a gente passa sem roçar por mim. Tenho só ar à minha volta. Sinto-me tão isolado que sinto a distância entre mim e o meu fato. Sou uma criança, com uma palmatória mal acesa, que atravessa, de camisa de noite, uma grande casa deserta. Vivem sombras que me cercam só sombras, filhas dos móveis hirtos e da luz que me (…)
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Fernando Pessoa: excesso de civilização dos incivilizáveis
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro– Que pensa da nossa crise? Dos seus aspectos – político, moral e intelectual?
– A nossa crise provém, essencialmente, do excesso de civilização dos incivilizáveis.
Esta frase, como todas que envolvem uma contradição, não envolve contradição nenhuma. Eu explico. -
Pessoa (LD:94/51) – Viver é ser outro
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroViver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção — isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.
Esta madrugada é a primeira do mundo. Nunca esta cor rosa (…) -
Fernando Pessoa – antítese
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroSabem todos que a dialética platônica decompõe o movimento do raciocínio em três tempos sucessivos — a tese, a antítese, e a síntese. O mesmo íntimo critério preside ao movimento da ode grega, ou de toda a ode — a estrofe, em que se determina a ideia; a antístrofe, em que se lhe opõe a ideia contrária, que a própria posição daquela exige; o epodo, em que se conciliam as duas. Nem sempre assim era na realização da ode: sempre assim deveria ser.
Toda opinião é uma tese, e o mundo, à falta de (…)
Notas
- Fernando Pessoa – inteligência analógica
- Fernando Pessoa – Parmênides e a eternidade do ser
- Fernando Pessoa – S de serpente
- Fernando Pessoa – Sobre o pensamento grego
- Fernando Pessoa – Soneto I
- Fernando Pessoa – Soneto XIV
- Fernando Pessoa – Soneto XXII
- Guimarães Rosa (GSV) – Deus é urgente sem pressa