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Fernando Pessoa (1888-1935)

(...) na obra de Fernando Pessoa   o amor   surge como a grande impossibilidade, a morte   como a grande obsessão  , a iniciação   como a grande esperança e o refúgio de uma vida   para a qual, sem um   objetivo «outro», lhe faltaria o sentido  .

Correndo o risco de escandalizar, direi mesmo que mais do que poeta Fernando Pessoa foi um filósofo hermético, consciente   e assumido. A prática da poesia  , no seu caso como no dos trovadores influenciados pelo maniqueísmo, foi uma prática mística e não apenas literária, ao contrário do que se tem julgado. Só a leitura   da documentação em que ele se debruça sobre as doutrinas iniciáticas nos permite ajuizar do peso que para ele têm.

Muito em resumo, para Fernando Pessoa a vida não existe, o que existe é a via e a transformação.

Y. K. CENTENO   Lisboa, 13 de Junho de 1982

ARQUIVO PESSOA