“Amor é um sentimento? À primeira vista, essa questão pode dar a impressão de ser absurda, de tal modo sentir parece ser a natureza do amor; tanto maior é a surpresa diante da resposta correta: pois, no amor, o papel do sentimento é deveras pequeno! Visto apenas como sentimento, o amor não tem a intensidade e o poder de uma dor de dentes, e é de qualquer forma menos característico.”
A segunda anotação, não menos estranha, dizia: “Um homem pode amar o cão e a esposa. Uma criança pode amar (…)
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Matérias
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Musil – Amor
27 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Léon Chestov - Les sources de la connaissance
22 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroAucune grande pensée n’a éclaté dans le monde et n’a soulevé spirituellement les hommes sans venir du tréfonds de notre être. Jadis, les philosophes se mettaient à l’écoute de ses sources, dans le silence et le recueillement. Chestov en a merveilleusement décrit l’opération dans une œuvre quasi inédite dont nous donnerons un extrait ci-après. [Jacques Masui]
Si Éros est la source de la connaissance suprême, c’est aux éclairs, aux illuminations soudaines que nous devons certainement (…) -
Fernando Pessoa - Eu vos encontrei
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroJe vous ai trouvé,
Eu vos encontrei,
Eu vos reencontrei
Pois vos havia sonhado
Há tantos dias,
E eu vos amei,
Oh, eu vos amei,
E eu vos amarei sempre.
Não, não sei
Se sequer existis,
Nem se este coração cansado
Pode vos achar quando vos ama.
Pois o amor
Sempre fala baixo,
Tem medo do preço [?] e dos dias.
Mas, eu vos amo,
Oh, eu vos amo,
E eu vos amarei sempre.
Sois rainha,
Sois sereia?
Que importa a este amor
Que vos faz soberana? (…) -
Enthoven (Proust) – Amor
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroExcetuando sua variante familiar (e principalmente de mãe ou de avó), o amor é, paradoxalmente, o sentimento menos valorizado, embora o mais mencionado, em Proust. É um resquício da angústia "que emigrou (...) e se confunde com ele", um afeto sem valor próprio que só se experimenta por falta, pois só se sofre com sua ausência, como se fosse apenas a consequência de sua "sombra" grandiosa, o ciúme. A existência do amor proustiano se deduz então por ricochete ou em negativo ("amamos as pessoas (…)
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Paul Arnold – Trabalhos de Amor Perdidos
4 de julho, por Murilo Cardoso de CastroMuito se especulou sobre a atitude hostil que os poetas oriundos da universidade teriam mostrado em relação a William Shakespeare, o “autodidata” . Isso faz necessariamente parte da atmosfera romântica em que se insiste em manter o retrato de Shakespeare. É difícil contestar que tal ou qual alusão maldosa — como o “shake-scene” de Robert Greene — tenha visado o poeta de Sonho de uma Noite de Verão. Mas devia ser naquela época como nos dias de hoje; a benevolência nunca reinou entre os (…)
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Jean Richer (Tieck) – "Amor e Magia"
6 de julho, por Murilo Cardoso de CastroTodo o início da narrativa nos apresenta o confronto de dois temperamentos, que também são forças planetárias: Emile — cujo nome significa emulação, desejo de excelência, de superar a si mesmo, representa o princípio saturnino da melancolia, em relação com a cor negra, o chumbo e o sal alquímico.
A esse respeito, Tieck multiplica indicações precisas, de maneira tão enfática que beira a pesadez:
"Emile, jovem rico de temperamento irritável e melancólico..."
Antes de empreender uma (…)