Horto do Esposo — MARIO MARTINS
Como escapar a este doloroso fluir das coisas amadas? Temos uma saída drástica: Destemporalizar-nos! Pensar, amar e realizar a nossa eternidade. Desenraizar-nos deste mundo e caminhar internamente para Deus e para o que não muda, seguindo a nossa vocação essencial de peregrinos, de caminhantes.
E aqui surge a função espiritual da dor, essa mão implacável que nos arranca do mundo e das coisas. Bem-aventurados os cegos, os surdos, os infelizes, porque Deus (…)
Página inicial > Palavras-chave > Temas > morte
morte
Matérias
-
Horto do Esposo II
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Tournier (Célébrations) – Desaparecer
28 de junho, por Murilo Cardoso de CastroTodos os anos na França, cerca de duas mil e quinhentas pessoas são reportadas como desaparecidas à polícia. Esse número sempre me fez sonhar. Pode-se admitir que a grande maioria desses supostos desaparecidos simplesmente quis se subtrair a uma esposa, credores, o fisco, enfim, a um meio opressor e restritivo. Para ir aonde? Alguns terão "refeito a vida" acumulando novamente sujeições semelhantes às que quiseram fugir. Quanto tempo levará para seu passado alcançá-los? Quanto mais a (…)
-
Horto do Esposo III
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHorto do Esposo — MARIO MARTINS
E é neste ponto que surge, no Horto do Esposo, a parábola do unicórnio cristianizada na legenda de S. Barlaão e S. Josafá.
Viver é um durar precário, constantemente roído pelo tempo, e todos somos reservados e guardados pera a morte. Ainda mais: todos morremos e assy escorremos como a água êna terra. É o fluir da existência, o ir-passando.
E tal ir-passando abrange também o mundo, que morre em si ou, pelo menos, morre para nós. Nada há de estável e tudo (…) -
Horto do Esposo I
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHorto do Esposo — MARIO MARTINS
Antes de mais nada, uma pequena mas necessária divagação. Temos, em filosofia, o «mal metafísico», a negação de perfeições indevidas a tal ou tal ser. Um cavalo não tem a beleza alada da borboleta nem a inteligência do homem. Este não-ter constitui um mal metafísico. Por sua vez, a borboleta não possui a força do cavalo, nem a sua capacidade de viver longos anos. Enfim, o homem não tem a inteligência perfeita dos anjos.
Neste sentido, o mal metafísico é (…) -
Légende dorée - Saint Gervais et Saint Protais
4 de setembro de 2015, por Murilo Cardoso de Castro -
Joseph Campbell (Héros) - Gilgamesh
24 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroCAMPBELL, Joseph. Le Héros aux mille et un visages. Paris: Éditions Oxus, 2010
La plus importante légende de la quête de l’élixir dans la tradition mésopotamienne prébiblique est celle de Gilgamesh, roi légendaire de la ville sumérienne d’Erech (Uruk), qui entreprit d’aller cueillir le cresson d’immortalité, la plante « A Ne Jamais Vieillir ». Après être passé sans dommage devant les lions qui défendent les contreforts et les hommes scorpions qui surveillent les montagnes qui soutiennent (…) -
Meyrink (Golem) - l’âme
20 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroMEYRINK, Gustav. Le Golem. (domain public)
- Mais qu’est-ce que je pourrais vous dire ? Mieux vaut parler de vous et... Vous avez dû, je le sais maintenant, vivre certaines expériences étranges qui me touchent de près, plus près que vous ne sauriez croire, je vous en prie, dites-moi tout, implora-t-il.
Je n’arrivais pas à comprendre que ma vie pût l’intéresser plus que la sienne, qui se trouvait dans un péril si pressant, mais pour le calmer, je lui racontai tous les événements qui (…) -
Franz Cumont : Lux perpetua
20 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroLux perpetua
Sans doute, tant qu’il y aura des hommes et que la médecine ne pourra leur assurer le perpétuel renouvellement d’une vigueur juvénile, se préoccuperont-ils du grand mystère de l’au-delà. Mais jamais peut-être l’idée de la mort ne fut aussi présente à l’humanité que durant les années que nous avons vécues. Elle fut la compagne quotidienne de millions de combattants engagés dans une lutte meurtrière, elle hantait l’esprit de ceux, plus nombreux encore, qui tremblaient pour la (…) -
René Daumal – Livro dos Mortos Tibetano
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroÉ preciso desconfiar dos livros religiosos e filosóficos do Oriente como da peste. A menos que sejam lidos no original. Caso contrário, a escolha é entre a tradução do erudito linguista que transforma tudo em banalidades, e a tradução fedorenta do teosofista, que sabe tudo pela revelação do pedacinho de madeira e despeja, em uma pasta de mau inglês ou francês, palavras pálidas com desinências sânscritas ou palavras tibetanas com molho metafísico do Serviço de Inteligência de Adyar. (…)
-
Fernando Pessoa: Cesse teu corpo...
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroTu ne dors pas sous les cyprès car il n’est de sommeil en ce monde... Le corps est l’ombre des vêtements qui dissimulent ton être profond.
Vient cette nuit qu’est la mort, et l’ombre s’achève sans avoir été. Tu vas dans la nuit, simple silhouette, Égal à toi contre ton gré.
Mais à l’Hôtellerie de l’Épouvante les Anges t’arrachent ton manteau. Tu poursuis sans manteau sur l’épaule avec le peu qui te protège.
Lors les Archanges du Chemin te dépouillent et te laissent nu. Tu n’as plus ni (…)
- 1
- 2