Eu não sei como um poeta procede, porque nunca fui poeta. Mas creio não andar muito longe de adivinhar o que ele faz dizendo que ele nada faz (não obstante a etimologia!) além da imitação, da mímica, do arremedo, em palavras, sons, cores e volumes de uma Fulguração Ofuscante do Ser, que subitamente se abrindo, nos permite que vejamos um aspecto seu, refletido no espelho embaciado do mundo natural e humano. Esse aspecto (98) rofletido, o poeta o mostra como sabe e pode. O artista não é a (…)
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poesia
Matérias
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Eudoro de Sousa – poeta
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Rolland de Renéville (Hermès) - Sciences maudites et poètes maudits
18 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès I. Dir. Roland de Renéville. La Colombe, 1947
Il est de vérité courante que la fin du dix-huitième siècle et le commencement du dix-neuvième furent caractérisés par une volonté de recherche dégagée des contraintes de toute foi. On pourrait déduire de certaines apparences que la dure lutte que les Encyclopédistes entreprirent contre les dogmes religieux, et que les adeptes des divers matérialismes prolongèrent à leur tour, allait détourner les chercheurs de (…) -
René Daumal – Aproximação da arte poética hindu
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroUm dia aprendi diretamente que todos esses livros só me haviam oferecido planos fragmentários do palácio. O primeiro conhecimento a adquirir, doloroso e real, era o da minha prisão. A primeira realidade a experimentar era a da minha ignorância, da minha vaidade, da minha preguiça, de tudo o que me prende à prisão. E quando novamente olhei as imagens desses tesouros que, pela via dos livros e do intelecto, a Índia me enviara, vi por que essas mensagens nos permanecem incompreendidas.
Vamos (…) -
Antonio Caeiro – poeta
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroSe os poetas trágicos «percebem de todas as artes», então sabem de «todas as coisas que concernem ao humano, a respeito da excelência e da sua perversão». Se não, estão «afastados» da realidade, a um distanciamento dos fenômenos do horizonte humano (πρᾶξις (praxis]] idêntico àquele que se pode constituir relativamente aos entes por natureza (φύσει ὄντα (physei onta]]. «A reprodução (μίμησις (mimesis]] imita os homens a passar por situações constituídas compulsivamente ou por vontade própria; (…)
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Robert Amadou – literatura e ocultismo
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA mais eficaz das chaves de que dispomos para decifrar o universo é provavelmente a poesia, em sentido amplo a poesia dos poemas, mas também a que se difunde sobre as modas de expressão. Desde o momento em que uma literatura ultrapassa a totalidade dos modos de expressão, se carrega em determinada medida de poesia e se preocupa então em iluminar determinadas relações existentes entre as coisas, as relações mútuas dos homens, a situação dos entes e sobretudo a dos homens no conjunto de um (…)
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L’hermétique pensée des arts
20 de agosto de 2011, por Murilo Cardoso de CastroExtrait de JOSÉ BERGAMÍN, L’IMPORTANCE DU DÉMON...
La raison que divinisèrent les Grecs jouait sur plusieurs faces parce qu’elle ne pouvait jouer à croix-pile. L’une de ces faces s’appelait Orphée, une autre Hermès. Les arts poétiques - la poésie, la musique, la peinture... - ont une raison à facettes, plusieurs faces, précisément parce qu’ils sont divins. Dans les nouveaux arts poétiques, la raison est divinisée en deux faces comme une pièce: l’une orphique et l’autre hermétique. Ce sont (…) -
Quintana: O velho e o acaso
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroO velho mendigo que neste momento acaba de encontrar num monte de sucata a lâmpada de Aladino — tão amassada, tão enferrujada e de feitio tão esquisito — eis que ele a abandona e leva em vez dela uma útil chaleira. Uma chaleira sem tampa, digo eu, para os que gostam de pormenores. E não é esta a primeira vez que o acaso, inocentemente, assim estraga uma bela história.
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Abbagnano – poesia
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro(gr. poiesis; lat. poesia; in. Poetry; fr. Poésie; al. Dichtung; it. Poesia).
Forma definida da expressão linguística, que tem como condição essencial o ritmo. Podem-se distinguir três concepções fundamentais: 1) a poesia como estímulo ou participação emotiva; 2) a poesia como verdade; 3) a poesia enquanto modo privilegiado de expressão linguística.
1) A concepção de poesia como estímulo emotivo foi exposta pela primeira vez por Platão: "A parte da alma que, em nossas desgraças pessoais, (…) -
René Daumal – Contra-Céu VI
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castrotradução
Não cesse de recuar para trás de ti mesmo, E daí contemple: O puro NÃO que se impregnou de nomes de deuses, viu borbulhar o mundo em veste de bolhas: ele projetou, evocou esta natureza, ele viu, conheceu esta natureza, ele amou esta natureza. Aqui a loucura conserva sempre o segredo da Reversão do Mistério.
A verdadeira causalidade é a criação consciente, integral, do efeito pela causa. Isto que é conscientidade e causa ao mesmo tempo, é o ato negador pelo qual se apreende o (…) -
Gengoux: A Grande Obra de Rimbaud (2)
10 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA. - 1) A estrutura: não se contam mais as fantasias brilhantes ou divertidas executadas sobre o tema do soneto chamado das Vogais. Etiemble, no número de abril-junho de 1939 da Revista de Literatura Comparada, enumerou as mais características.
Segundo nós, o soneto constitui o "breviário" da arte rimbaudiana e de sua mística, o resumo de um vasto sistema simbólico organizando sobre o esquema de uma vida humana - ou cósmica - concebida em cinco categorias, uma repartição lógica e (…)
Notas
- Antonio Machado (Mairena) – la poésie est ce que les poètes font
- Antonio Machado (Mairena) – la poésie est le revers de la philosophie
- Antonio Machado (Mairena) – la poésie est un dialogue de l’homme avec le temps
- Antonio Machado (Mairena) – le poète chanterait-il sans l’angoisse du temps?
- Antonio Machado (Mairena) – Une certaine poésie se nourrit de superlatifs