(RDCC)
NÃO é meu nome NÃO NÃO o nome NÃO NÃO o NÃO.
O espírito individual atinge o absoluto de si mesmo por negações sucessivas; sou o que pensa, não o que é pensado; o sujeito puro é concebido como limite de uma negação perpétua.
A própria ideia de negação é pensada; ela não é ’eu’. Uma negação que se nega se afirma ela mesma no mesmo momento; negação não é simples privação, mas ATO positivo.
Essa negação representa a ’teologia negativa’ em sua aplicação prática à ascese individual.
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negação
Matérias
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Fernando Pessoa – Tratado da Negação
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
René Daumal – Contra-Céu II
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
René Daumal – Contra-Céu III
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro(RDCC)
Recue mais ainda para trás de você mesmo e ria: O Não é pronunciado sobre seu riso. O Riso é pronunciado sobre seu NÃO. Negue seu Nome, ria do seu NÃO.
Poderia repetir-lhe isso todo o dia, por anos seguidos, e é muito provável que, mesmo e principalmente se você me diz compreender, não fará a experiência. Aproveite então a oportunidade, no exato instante em que me lê — pois, sim, é a você que me lê nesse exato instante que me dirijo, a você em particular, e pergunte-se seriamente: (…) -
René Daumal – Contra-Céu IV
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castroe contemple: um Mar borbulhante diante de você; a palavra SIM brilhando, refletida em cada bolha. O NÃO é macho, ele observa a fêmea. O mesmo ato negador que faz o sujeito consciente faz o objeto percebido. Despertar é se colocar a pensar alguma coisa exterior a si mesmo; aquilo que se identifica com o seu corpo, ou com quem quer que seja, adormece. A negação é um ato simples, imediato e procriador, por assim dizer, macho. O que é negado, tomado em geral e a priori, pode ser considerado (…)
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René Daumal – A Revolta
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroO homem que sempre aceitou tudo é como se estivesse dormindo. O sono de uma pedra não aprisiona nada; mas o sono humano não é eterno, está sempre prestes a cessar. Digo que é preciso começar por despertar absolutamente para ter direito depois ao sono da pedra, transmutado em consciência universal.
Será preciso que o homem se deslumbre com um "Não!" de fúria, e que o fogo dos "por quês?" lhe queime a garganta. Será o despertar. As escamas cairão dos olhos que verão então todas as tiranias. (…) -
Zarader – Blanchot: a força do negativo
5 de julho, por Murilo Cardoso de CastroHegel alcança o status de interlocutor privilegiado no momento em que Blanchot admite uma equivalência, ao menos parcial, entre o que ele nomeia, em sua linguagem metafórica, a noite e o que Hegel chamava de negativo. Reconhece, portanto, nele um pensador que enfrentou a mesma questão que ele, e que a considera central. Mas Hegel representa também, aos olhos de Blanchot, uma das respostas a essa questão, talvez mesmo, concede, a única resposta possível. É, portanto, em relação a ela que ele (…)