Como o mundo, a Ética aparece a cada um segundo seu grau de ser, de modo diferente. Cada vez que me aprofundei nesse edifício, a planta me parecia mais vasta, a cor renovada, o sentido mais único e mais profundo.
Mas, incapaz de dizer tudo de uma vez, já proferi dois absurdos: “grau de ser” e “mais único”. É suficiente dizer que a ideia que tenho de Espinosa, ou de qualquer outra coisa, nunca é definitiva para mim. É uma ideia conforme à minha medida.
O Ser e o Uno, sem graus, sem mais (…)
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René Daumal – Não-dualismo de Espinosa (1)
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
René Daumal – Não-dualismo de Espinosa (2)
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroEscândalo para os homens da Igreja e da Academia é o teorema: "Deus é coisa extensa" (Eth. II, prop. 2). Escândalo sobretudo pela audácia prometeica de um homem que quer demonstrar, que quer fazer compreender coisas que um bom cristão deve crer cegamente porque foram "reveladas"; que quer levar a lógica ao campo reservado da fé! E seus inimigos julgavam insultá-lo com os nomes de "panteísta" e "ateu" que, por mais mergulhados na névoa da confusão verbal, permanecerão entre seus títulos de (…)
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René Daumal – Não-dualismo de Espinosa (5)
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroRevolucionário diante do grande sono teológico, Spinoza o é de forma evidente no esquema abstrato da Ethica. Não é preciso lembrar que a violência de sua polêmica no Tractatus Theologico-Politicus e sobretudo nas Cartas é tal que quase o baniu da filosofia respeitável até os nossos dias. A própria Ethica, em poucas proposições, contém os princípios de uma revolução no plano social e também no político. Pode-se, além disso, meditar longamente sobre esta proposição: “Somente na medida em que (…)