Certo e errado (dharma e adharma) não andam por aí dizendo: ’Aqui estamos’; nem deuses, centauros ou ancestrais dizem: ’Isto é certo, aquilo é errado.’ ĀPASTAMBA
Estabelecer um livro de leis como o de Manu significa conceder a um povo o direito de, a partir de então, tornar-se magistral, tornar-se perfeito – aspirar à mais alta arte de viver. Para esse fim, a lei deve ser tornada inconsciente: este é o propósito de toda mentira sagrada. NIETZSCHE
Estes dois epigramas sugerem duas visões (…)
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Matérias
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O’Flaharty – As Leis de Manu
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
O’Flaherty – Shastra
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste rico turbilhão intelectual, incluindo o crescente desafio do budismo, inspirou intelectuais (principalmente, mas não apenas brâmanes) a se unirem em uma grande reunião de seus próprios sistemas de conhecimento preservados em textos sânscritos. Os dois grandes épicos sânscritos, o Mahabharata e o Ramayana, foram compostos durante esse longo período entre dois impérios, assim como os textos chamados shastras.
Shastra significa "disciplina", em ambos os sentidos da palavra: "sistema de (…) -
Joël Thomas – Três estatutos da palavra
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroForam muito bem descritos por Marcel Détienne em Les Maîtres de vérité dans la Grèce archaïque (Paris, Maspero, 1967): em um percurso antropológico que confirma aliás uma estrutura duméziliana, a palavra é primeiro oracular, Logos, Verbo que o sacerdote comemora como palavra das Origens, do illud tempus, do tempo mítico e fundador que irriga o tempo dos homens. Esse sacerdote é ao mesmo tempo investido de uma função real: o rei é, indissociavelmente, mestre do oráculo e mestre do poder. (…)
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Vernant – Do Mito à Razão (III): Filosofia, Política, Moeda e Ser
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro(Vernant1990)
A solidariedade que constatamos entre o nascimento do filósofo e o aparecimento do cidadão não é para nos surpreender. Na verdade, a cidade realiza no plano das formas sociais, esta separação da natureza e da sociedade que pressupõe, no plano das formas mentais, o exercício de um pensamento racional. Com a Cidade, a ordem política destacou-se da organização cósmica; aparece como uma instituição humana que é objeto de uma indagação inquieta, de uma discussão apaixonada. Neste (…) -
O’Flaharty – roda dentro da roda
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEzequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar, Ezequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar. E a rodinha girava pela fé, e a rodona girava pela graça de Deus.
É uma roda dentro da roda, lá no alto no meio do ar.
Canção tradicional afro-americana
E olhei, e eis que quatro rodas estavam junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor de pedra de berilo. E quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma (…) -
Joël Thomas – olhares sobre o mito
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroÉ necessário, portanto, colocar as coisas em perspectiva e diacronia, e perguntar: De qual mito estamos falando? Estamos tipicamente diante de um problema de representação; e, mesmo que nem sempre tenham tido plena consciência disso, os gregos do século V não falam do mito como os gregos de Alexandria no século I a.C.
Vamos tentar traçar um rápido panorama dos diferentes olhares que a sociedade grega lançou sobre seus mitos.
Jean Rudhardt defendeu de forma convincente (« Une approche de (…) -
Pierre Gordon (Hermès:5-7) - Le problème d’Hermès
25 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroComment synthétiser ces emplois et ces figurations disparates ? Comment rendre compte que cette entité si complexe, et presque chaotique, soit devenue, à la longue, Hermès Trismégiste, autrement dit le trois fois très grand Hermès, le maître des pensées transcendantes, le dispensateur de la lumière cachée, le révélateur des secrets initiatiques, au point que Justin le Martyr pourra écrire, dans l’une de ses Apologies (I, 22) : « Nous appelons Jésus-Christ le Logos ; nous lui appliquons la (…)
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Do Mito à Razão
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroNada melhor do que um clássico texto de Jean-Pierre Vernant para introduzir esta seção.
A formação do pensamento positivo na Grécia arcaica
O pensamento racional tem um registro civil: conhece-se a sua data e o seu lugar de nascimento. Foi no século VI antes da nossa era, nas cidades gregas da Ásia Menor, que surgiu uma forma de reflexão nova, inteiramente positiva, sobre a natureza. Burnet exprime a opinião corrente quando observa a este propósito: "Os filósofos jônios abriram o caminho (…) -
Vernant – Do Mito à Razão (I): O Mito Grego
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro(Vernant1990)
No decurso dos últimos cinquenta anos, a confiança do Ocidente neste monopólio da razão foi todavia abalada. A crise da física e da ciência contemporâneas minou os fundamentos — que se julgavam definitivos — da lógica clássica. O contato com as grandes civilizações espiritualmente diferentes da nossa, como a da Índia e a da China, rompeu os quadros do humanismo tradicional. O Ocidente já não pode hoje considerar o seu pensamento como sendo o pensamento, nem saudar na aurora (…) -
Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (2)
17 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
I. - Les variantes arabes et berbères sont nombreuses en Afrique du Nord, où elles peuvent se répartir entre trois principaux groupes (auxquels il conviendrait d’ajouter celui du thème renversé, à forme masculine, que nous étudierons plus loin), que nous appellerons : Caftan d’Amour, Et-Taj Ahmed ben Amar, Le Collier volé.
Dans Caftan d’Amour tacheté de Passion (Contes Fasis, recueillis par M. El Fasi et E. (…)