A mais eficaz das chaves de que dispomos para decifrar o universo é provavelmente a poesia, em sentido amplo a poesia dos poemas, mas também a que se difunde sobre as modas de expressão. Desde o momento em que uma literatura ultrapassa a totalidade dos modos de expressão, se carrega em determinada medida de poesia e se preocupa então em iluminar determinadas relações existentes entre as coisas, as relações mútuas dos homens, a situação dos entes e sobretudo a dos homens no conjunto de um (…)
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poesia
Matérias
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Robert Amadou – literatura e ocultismo
30 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Albert-Marie Schmidt : Haute science et poesie française au seizieme siècle
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers de’Hermès.Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947
Remarques préliminaires
Le présent essai traite principalement de l’influence des doctrines ésotériques sur la notion du monde qu’illustrèrent divers poètes de la Renaissance française. Et pourtant il ne peut être considéré comme une contribution à l’histoire de l’ « Occultisme ».
Certes, Cornélius Agrippa, dès la première moitié du seizième siècle, a vulgarisé, avec une déplorable indiscrétion, le terme de « Philosophie (…) -
René Daumal – a maneira de produzir literária
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castrotradução
(...) Ele (Daumal) tentava fazer compreender ao seu amigo íntimo André Rolland de Renéville em que consistia essa preparação no domínio literário, desejando utilizar as regras sânscritas para seus próprios escritos.
Eis o que lhe escreveu: a maneira de (o) produzir tem, é verdade, pátrias, pelo menos duas:
I. — O ocidental, como eu, dá o "tom" por uma projeção direta de seu estado interior sobre o magma caótico das imagens e das palavras: esses elementos se ordenam um pouco ao (…) -
René Daumal – A imagem poética
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAlguns pensadores, compreendendo que a fórmula didática arriscava ser tomada por um fim em si mesma e podia assim suprimir a verdadeira pesquisa, puderam prevenir esse erro fazendo do invólucro de seu pensamento uma coisa finita mas não final; um fim, não absolutamente em si, mas um fim no sentido em que a escolástica fala de "fins intermediários"; em outras palavras, fizeram obras de arte; já que limitamos nosso estudo à expressão verbal, eles se tornaram literatos; e os maiores entre eles, (…)
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René Daumal – Contra-Céu VI
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castrotradução
Não cesse de recuar para trás de ti mesmo, E daí contemple: O puro NÃO que se impregnou de nomes de deuses, viu borbulhar o mundo em veste de bolhas: ele projetou, evocou esta natureza, ele viu, conheceu esta natureza, ele amou esta natureza. Aqui a loucura conserva sempre o segredo da Reversão do Mistério.
A verdadeira causalidade é a criação consciente, integral, do efeito pela causa. Isto que é conscientidade e causa ao mesmo tempo, é o ato negador pelo qual se apreende o (…) -
Abbagnano – poesia
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro(gr. poiesis; lat. poesia; in. Poetry; fr. Poésie; al. Dichtung; it. Poesia).
Forma definida da expressão linguística, que tem como condição essencial o ritmo. Podem-se distinguir três concepções fundamentais: 1) a poesia como estímulo ou participação emotiva; 2) a poesia como verdade; 3) a poesia enquanto modo privilegiado de expressão linguística.
1) A concepção de poesia como estímulo emotivo foi exposta pela primeira vez por Platão: "A parte da alma que, em nossas desgraças pessoais, (…) -
Quintana: O velho e o acaso
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroO velho mendigo que neste momento acaba de encontrar num monte de sucata a lâmpada de Aladino — tão amassada, tão enferrujada e de feitio tão esquisito — eis que ele a abandona e leva em vez dela uma útil chaleira. Uma chaleira sem tampa, digo eu, para os que gostam de pormenores. E não é esta a primeira vez que o acaso, inocentemente, assim estraga uma bela história.
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René Daumal – Aproximação da arte poética hindu (2)
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEspero ter mostrado por estas notas que a poesia, para os Hindus, se não é senão um meio a serviço do conhecimento, é também uma das mais altas atividades que o homem possa exercer. «O estado de homem é difícil de alcançar neste mundo, e o conhecimento então é muito difícil de alcançar. O estado de poeta é difícil então de alcançar, e a potência criadora é então muito difícil de alcançar .» A operação poética — da qual a gustação poética é o reflexo — é um verdadeiro trabalho do poeta, não (…)
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René Daumal – Memoráveis
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroLembra-te: de tua mãe e de teu pai, e de tua primeira mentira, cujo odor indiscreto rasteja em tua memória.
Lembra-te de teu primeiro insulto àqueles que te fizeram: a semente do orgulho estava semeada, a fratura reluzia, rompendo a noite uma.
Lembra-te das noites de terror em que o pensamento do nada te arranhava o ventre, e voltava sempre para roê-lo, como um abutre; e lembra-te das manhãs de sol no quarto.
Lembra-te da noite da libertação, em que teu corpo, desatado, caindo como uma (…) -
René Daumal – A analogia poema-homem
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroO Sabor é a essência, o «si» (âtman) do poema. Assim como no homem, no poema o âtman se manifesta por certas «virtudes» (guna), que se chamam também «funções, atividades específicas» (dharma) do Sabor. Elas se classificam em três categorias: suavidade, que «liquefaz o espírito», o amolece; ardor, que o «incendeia», o exalta; evidência, que o ilumina «com a rapidez do fogo na lenha seca». Dessas três categorias derivam os diferentes tipos de emoções poéticas .
Assim como o estado interior (…)
Notas
- Antonio Machado (Mairena) – la poésie est ce que les poètes font
- Antonio Machado (Mairena) – la poésie est le revers de la philosophie
- Antonio Machado (Mairena) – la poésie est un dialogue de l’homme avec le temps
- Antonio Machado (Mairena) – le poète chanterait-il sans l’angoisse du temps?
- Antonio Machado (Mairena) – Une certaine poésie se nourrit de superlatifs