Este livro trata das estórias que as pessoas contaram sobre outras estórias. Mais precisamente, preocupa-se não tanto com as estórias em si, mas com estórias sobre estórias — metastórias, ou, mais especificamente, metamitos. O que aprendemos com as estórias que contamos e que outros povos contaram sobre as estórias que as pessoas contam? Aprendemos algo especial quando focamos nas próprias estórias, os mitos: pois mitos, narrativas, não são meramente o meio através do qual o conhecimento (…)
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Matérias
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O’Flaherty – estórias sobre estórias
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (1)
16 de dezembro de 2008, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
Depuis déjà des siècles et presque des millénaires, l’imagination se plaît à évoquer la figure d’une belle jeune femme en toilette nocturne, un flambeau à la main et qui se penche’ sur le corps parfait et nu d’un adolescent endormi, comme anxieuse d’y lire les plus profonds arcanes du destin. On sait que le flambeau vient d’être allumé, on sait que le beau corps gisant comme un mort va se réveiller et s’envoler comme (…) -
O’Flaherty – Cavalos como invasores
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA maioria dos povos que entraram na Índia ao longo dos séculos o fizeram a cavalo. Primeiro vieram os povos védicos, antes conhecidos como indo-europeus (mais propriamente, falantes de indo-europeu), que trouxeram seus cavalos de onde não sabemos (provavelmente do Cáucaso), e depois gregos e citas, cavalgando pelos desfiladeiros do noroeste. Esculturas em Sanchi, algumas datadas do segundo século a.C., retratam vários estrangeiros do noroeste—neste caso, principalmente gregos—a cavalo. (…)
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Patocka – venda da alma imortal? (Fausto)
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroOs mitos não morrem, como acreditavam os racionalistas e seus seguidores. Seria mais correto dizer que simplesmente se transformam, pois há algo mais além do conteúdo contingente do mundo e do conhecimento que possuímos sobre ele. Há o coração do mundo, elevado acima da contingência e da não-contingência no sentido comum desses termos. O coração do mundo não é apenas algo que pode ser objeto de um saber filosófico, mas algo com o qual nos relacionamos com todo o nosso ser, algo que narramos (…)
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O’Flaherty – Shastra
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste rico turbilhão intelectual, incluindo o crescente desafio do budismo, inspirou intelectuais (principalmente, mas não apenas brâmanes) a se unirem em uma grande reunião de seus próprios sistemas de conhecimento preservados em textos sânscritos. Os dois grandes épicos sânscritos, o Mahabharata e o Ramayana, foram compostos durante esse longo período entre dois impérios, assim como os textos chamados shastras.
Shastra significa "disciplina", em ambos os sentidos da palavra: "sistema de (…) -
O’Flaharty – As Leis de Manu
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCerto e errado (dharma e adharma) não andam por aí dizendo: ’Aqui estamos’; nem deuses, centauros ou ancestrais dizem: ’Isto é certo, aquilo é errado.’ ĀPASTAMBA
Estabelecer um livro de leis como o de Manu significa conceder a um povo o direito de, a partir de então, tornar-se magistral, tornar-se perfeito – aspirar à mais alta arte de viver. Para esse fim, a lei deve ser tornada inconsciente: este é o propósito de toda mentira sagrada. NIETZSCHE
Estes dois epigramas sugerem duas visões (…) -
O’Flaharty – roda dentro da roda
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEzequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar, Ezequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar. E a rodinha girava pela fé, e a rodona girava pela graça de Deus.
É uma roda dentro da roda, lá no alto no meio do ar.
Canção tradicional afro-americana
E olhei, e eis que quatro rodas estavam junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor de pedra de berilo. E quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma (…) -
O’Flaherty – O Mito
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAtualmente está na moda, nos escritos sobre mitologia, dar grande ênfase à metodologia, frequentemente quase em detrimento do conteúdo. Um livro que aplica a técnica de Claude Lévi-Strauss à mitologia australiana é visto como prova ou refutação das formulações estruturalistas, em vez de fornecer novos insights sobre a mitologia australiana. Importa pouco qual material se escolhe usar, ou quais conclusões se tiram dele, desde que se proceda da maneira correta ou, pelo menos, de forma (…)
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Paul-Augustin DEPROOST – A força do imaginário!
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA força do imaginário! A fórmula anuncia ao mesmo tempo uma autoridade e uma energia, a qualidade daquilo que se impõe, mobiliza ou constrange. No caso, a do imaginário, um universo dinâmico de imagens ou representações, às vezes visceral e encantatório, arraigado no mais profundo de nós mesmos, que nos obriga constantemente a inventar o desconhecido para dar sentido ao conhecido, sem o que a aventura humana se limitaria a ser apenas um imperativo biológico. Para progredir ou crescer em (…)
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Guimarães Rosa (GSV) – Excertos
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroE nisto, que conto ao senhor, se vê o sertão do mundo. Que Deus existe, sim, devagarinho, depressa. Ele existe — mas quase só por intermédio da ação das pessoas: de bons e maus. Coisas imensas no mundo. O grande-sertão é a forte arma. Deus é um gatilho?
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O senhor nonada conhece de mim; sabe o muito ou o pouco? O Urucúia é ázigo… Vida vencida de um, caminhos todos para trás, é história que instrui vida do senhor, algum? O senhor enche uma caderneta… O senhor vê aonde é o sertão? (…)