Para o escritor moderno, poeta ou prosador, essa apreensão individual do sentido da vida é determinante. O que valorizamos no escritor-artista é o que ele consegue revelar do sentido da vida mediante a linguagem corrente, formada pelo uso prático cotidiano, orientada para as coisas, recorrendo também a nosso saber objetivo. Utilizar a linguagem para fins que não são seus fins habituais, para objetivos que não pretendia visar; da expressão das coisas que era, transformá-la na expressão da (…)
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Matérias
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Patocka – o sentido da vida
3 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Jean Richer – Fontes desconhecidas de Gérard de Nerval (3)
7 de julho, por Murilo Cardoso de CastroSimbólica e Cabala. Maçonaria e Aritmosofia
As fontes de informação de Nerval sobre as doutrinas esotéricas são tratados de ocultismo e romances fantásticos mais do que obras de erudição pura.
Uma biblioteca de ocultismo está na origem de muitos capítulos de Viagem ao Oriente e Os Iluminados, de quase toda Aurélia e mesmo dos sonetos Les Chimères.
Nerval buscou sua inspiração principalmente nas obras de Kircher e Court de Gébelin sobre Simbólica e Cabala, e no livro do abade Terrasson (…) -
Blanchot – A linguagem da pesquisa
2 de julho, por Murilo Cardoso de CastroUma das questões que se colocam à linguagem da pesquisa está, portanto, ligada a essa exigência de descontinuidade. Como falar de modo que a palavra seja essencialmente plural? Como pode se afirmar a busca por uma palavra plural, fundada não mais na igualdade e desigualdade, não mais na predominância e subordinação, não na mutualidade recíproca, mas na assimetria e irreversibilidade, de tal forma que, entre duas palavras, uma relação de infinitude esteja sempre implicada como movimento do (…)
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Patocka – o mundo da vida
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroParece que o conceito husserliano de "mundo da vida" traz aqui uma solução. Aquilo em que vivemos originalmente não é o "mundo em si", ao qual só chegamos através de um longo e laborioso processo de eliminação progressiva de todo "antropomorfismo", mas sim o mundo da vida, cujo sentido é constantemente elaborado e enriquecido pelas funções "anônimas" da vida. Essas funções são anônimas porque, embora estejamos a todo momento em presença de seus resultados, o emissor permanece ausente. O (…)
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Jean Richer – Fontes desconhecidas de Gérard de Nerval (2)
7 de julho, por Murilo Cardoso de CastroB. - As origens dos povos
Nerval se entusiasma pelo estudo do brasão e pelas origens míticas das raças e línguas, enriquecendo e adornando a história por meio da lenda. Permaneceu nas teorias do abade Erithème sobre a origem troiana dos franceses, enquanto um Fréret, por exemplo, declarava em sua dissertação De l’origine des Français et de leur établissement dans la Gaule :
Não se duvida mais hoje que os franceses sejam originários da Germânia, e a opinião que os faz descendentes dos (…) -
Pierre Boutang – Blake, a linguagem e a dissimulação
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroO livro que aqui está acabou por se construir sobre uma hipótese complexa, na verdade tripla, mas em que cada componente repercute sobre as outras duas: Blake, poeta, definiu-se como "mestre das estruturas da linguagem"; só pôde manter essa pretensão delirante e metódica — onde se curva e se aprofunda seu gênio — porque era também, muito conscientemente, um mestre da dissimulação; o conteúdo dessa dissimulação encontra-se por inteiro, e simultaneamente, em sua vida e no dogma que sustentava (…)
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René Daumal – Ambivalência das expressões verbais
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEsse momento é aquele em que um homem, tendo adquirido um conhecimento, quer transmiti-lo com palavras. Primeiro para torná-lo um objeto do mundo, para lhe dar uma forma definida e assim se libertar completamente do problema que acabou de resolver; depois para que outros possam se beneficiar dessa aquisição.
É quase desnecessário dizer que a própria pesquisa que levou a esse conhecimento não pode ter sido uma pesquisa verbal. Nenhum mecanismo verbal pode criar verdade. Nenhum pensamento (…) -
René Daumal – A doutrina da linguagem
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAntes de tentar seguir os estetas hindues nos últimos mistérios poéticos, onde a operação verbal é a imagem de um trabalho sobre si mesmo, é preciso lembrar a base artesanal da arte hindu. Para o Hindu, a expressão da personalidade não tem nenhum valor artístico. O belo é o poder comovedor do verdadeiro . O artista é antes de tudo um artesão, que tem por tarefa fazer certos objetos segundo certas regras e com um certo objetivo. Deve conhecer antes de tudo a matéria que tem que trabalhar. A (…)
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René Daumal – A Grande Bebedeira
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroNego que um pensamento claro possa ser inexprimível. No entanto, a aparência me contradiz: pois, assim como há certa intensidade de dor onde o corpo já não está envolvido, porque se dele participasse, fosse mesmo com um soluço, seria, parece, imediatamente reduzido a cinzas; assim como há um cume onde a dor voa com suas próprias asas, do mesmo modo há certa intensidade do pensamento onde as palavras já não têm parte. As palavras convêm a certa precisão do pensamento, como as lágrimas a certo (…)
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Patocka – linguagem e fala
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA linguagem, traço distintivo do homem (nenhum animal possui linguagem no sentido de um meio de entendimento com um teor de significação), cristaliza-se originalmente a partir da fala, da atividade de falar, sendo esta inseparável de uma situação de fala. A situação de fala é o que determina o sentido do que é dito, o que localiza a significação no tempo e no espaço, relacionando-a a tais ou tais pessoas cuja presença é dada a entender pelo contexto. Na origem, a fala é parte integrante de (…)
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