Atualmente está na moda, nos escritos sobre mitologia, dar grande ênfase à metodologia, frequentemente quase em detrimento do conteúdo. Um livro que aplica a técnica de Claude Lévi-Strauss à mitologia australiana é visto como prova ou refutação das formulações estruturalistas, em vez de fornecer novos insights sobre a mitologia australiana. Importa pouco qual material se escolhe usar, ou quais conclusões se tiram dele, desde que se proceda da maneira correta ou, pelo menos, de forma (…)
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O’Flaherty
Wendy Doniger O’Flaherty (1940)
Matérias
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O’Flaherty – O Mito
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
O’Flaherty – estórias sobre estórias
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste livro trata das estórias que as pessoas contaram sobre outras estórias. Mais precisamente, preocupa-se não tanto com as estórias em si, mas com estórias sobre estórias — metastórias, ou, mais especificamente, metamitos. O que aprendemos com as estórias que contamos e que outros povos contaram sobre as estórias que as pessoas contam? Aprendemos algo especial quando focamos nas próprias estórias, os mitos: pois mitos, narrativas, não são meramente o meio através do qual o conhecimento (…)
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O’Flaherty – Mito e História
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroIsso nos leva à relação entre mito e história. Minhas ideias sobre isso mudaram em grande parte como resultado da escrita sobre os usos políticos do mito ao longo da história indiana em The Hindus: An Alternative History. E ao mesmo tempo em que eu me aproximava da história, a história se aproximava de mim, à medida que os insights de historiadores pós-modernistas (Collingwood, Hayden White) exerciam uma influência cada vez mais difundida no estudo do mito. (As ideias geralmente chegam aos (…)
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O’Flaharty – As Leis de Manu
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCerto e errado (dharma e adharma) não andam por aí dizendo: ’Aqui estamos’; nem deuses, centauros ou ancestrais dizem: ’Isto é certo, aquilo é errado.’ ĀPASTAMBA
Estabelecer um livro de leis como o de Manu significa conceder a um povo o direito de, a partir de então, tornar-se magistral, tornar-se perfeito – aspirar à mais alta arte de viver. Para esse fim, a lei deve ser tornada inconsciente: este é o propósito de toda mentira sagrada. NIETZSCHE
Estes dois epigramas sugerem duas visões (…) -
O’Flaherty – Shastra
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste rico turbilhão intelectual, incluindo o crescente desafio do budismo, inspirou intelectuais (principalmente, mas não apenas brâmanes) a se unirem em uma grande reunião de seus próprios sistemas de conhecimento preservados em textos sânscritos. Os dois grandes épicos sânscritos, o Mahabharata e o Ramayana, foram compostos durante esse longo período entre dois impérios, assim como os textos chamados shastras.
Shastra significa "disciplina", em ambos os sentidos da palavra: "sistema de (…) -
O’Flaharty – roda dentro da roda
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEzequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar, Ezequiel viu a roda, lá no alto no meio do ar. E a rodinha girava pela fé, e a rodona girava pela graça de Deus.
É uma roda dentro da roda, lá no alto no meio do ar.
Canção tradicional afro-americana
E olhei, e eis que quatro rodas estavam junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor de pedra de berilo. E quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma (…) -
O’Flaharty – Serpentes
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAs serpentes são uma presença sagrada e sinistra ao longo da história do hinduísmo, e ideias sobre elas e imagens que aparecem em muitos textos antigos ressurgem mais tarde na história de Manasa. As serpentes hindus são criaturas liminares, na fronteira entre animais e as categorias antropomórficas de seres (homens, deuses e demônios). Na verdade, uma palavra geralmente traduzida como "serpente" é muito mais ambígua do que uma simples cobra; é naga, que designa qualquer uma das criaturas, (…)
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O’Flaharty – Redimindo o Kamasutra
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroDuas coisas mudaram minha perspectiva sobre o Kamasutra desde que escrevi alguns dos ensaios iniciais nos quais este livro se baseia.
Primeiro, comecei a reler o Arthashastra de Kautilya para um novo projeto e percebi pela primeira vez o quanto o Kamasutra de Vatsyayana se baseia nele. Essa percepção levou a um novo capítulo, mas também influenciou todas as outras interpretações que tinha do Kamasutra. É surpreendente quantos dos enigmas do Kamasutra se resolvem quando se percebe sua base (…) -
O’Flaherty – Cavalos como invasores
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA maioria dos povos que entraram na Índia ao longo dos séculos o fizeram a cavalo. Primeiro vieram os povos védicos, antes conhecidos como indo-europeus (mais propriamente, falantes de indo-europeu), que trouxeram seus cavalos de onde não sabemos (provavelmente do Cáucaso), e depois gregos e citas, cavalgando pelos desfiladeiros do noroeste. Esculturas em Sanchi, algumas datadas do segundo século a.C., retratam vários estrangeiros do noroeste—neste caso, principalmente gregos—a cavalo. (…)
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O’Flaherty – Meta-estórias
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroOs mitos não nos contam apenas sobre encontros com o estranho; eles são, eles mesmos, em um plano uma vez destacado, tais encontros para nós. Por meio dessa luta metodológica com os mitos, podemos levantar certas questões básicas de significado humano. O que aprendemos com as histórias que os seres humanos contaram sobre estranhos, animais, deuses e crianças? Podemos aprender muito sobre os outros, e sobre os mitos, a partir de nossos próprios mitos sobre os outros. E podemos aprender ainda (…)
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