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Huxley – Nama-Rupa
quarta-feira 2 de abril de 2025
Aldous Huxley Huxley Huxley, Aldous (1894-1963) . Moksha
Estar silenciosamente receptivo – como isso parece infantilmente simples! Mas, na verdade, como logo descobrimos, quanto é difícil! O universo no qual os homens passam suas vidas é a criação do que a filosofia hindu chama Nama-Rupa (Nome e Forma). A realidade é um contínuo, um Algo inimaginavelmente misterioso e infinito, cujo aspecto exterior é o que nós chama-mos Matéria e cujo interior é o que chamamos Mente. A linguagem é um mecanismo para tirar o mistério da Realidade e fazê-la prestar-se à compreensão e à manipulação humanas. O homem aculturado quebra a continuidade, coloca rótulos em alguns poucos fragmentos, projeta os rótulos para o mundo exterior e assim cria para si mesmo um universo por demais humano de objetos separados, cada um dos quais é apenas a corporificação de um nome, uma ilustração particular de uma abstração tradicional qualquer. O que percebemos toma o padrão da rede conceptual através do qual ele foi filtrado. A receptividade pura é difícil porque a consciência normal do homem é sempre condicionada culturalmente. Mas a consciência normal, como William James destacou há muitos anos, “é apenas um tipo de consciência, enquanto à sua volta, separadas dela por uma tela muito tênue, jazem formas potenciais de consciência inteiramente diferentes. Podemos atravessar a vida sem suspeitar de sua existência; mas aplique o estímulo apropriado, e a um toque: elas estão ali em toda a sua integridade, tipos definidos de mentalidade que provavelmente em algum lugar têm seu campo de aplicação e adaptação. Nenhuma descrição do universo em sua totalidade pode ser definitiva, se deixa de considerar essas formas de consciência.”

