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Huxley – Nama-Rupa

Aldous Huxley  . Moksha

Estar silenciosamente receptivo – como isso parece infantilmente simples! Mas, na verdade  , como logo descobrimos, quanto é difícil! O universo   no qual os homens passam suas vidas é a criação   do que a filosofia   hindu chama Nama-Rupa (Nome e Forma  ). A realidade   é um   contínuo, um Algo inimaginavelmente misterioso e infinito  , cujo aspecto exterior é o que nós chama-mos Matéria   e cujo interior é o que chamamos Mente. A linguagem   é um mecanismo para tirar o mistério da Realidade e fazê-la prestar-se à compreensão e à manipulação humanas. O homem   aculturado quebra a continuidade, coloca rótulos em alguns poucos fragmentos, projeta os rótulos para o mundo   exterior e assim cria para si mesmo   um universo por demais humano de objetos separados, cada um dos quais é apenas a corporificação de um nome, uma ilustração particular de uma abstração   tradicional qualquer. O que percebemos toma o padrão da rede conceptual através do qual ele foi filtrado. A receptividade pura é difícil porque a consciência   normal do homem é sempre condicionada culturalmente. Mas a consciência normal, como William James destacou há muitos anos, “é apenas um tipo de consciência, enquanto à sua volta, separadas dela por uma tela muito tênue, jazem formas potenciais de consciência inteiramente diferentes. Podemos atravessar a vida   sem suspeitar de sua existência  ; mas aplique o estímulo apropriado, e a um toque: elas estão ali em toda a sua integridade, tipos definidos de mentalidade que provavelmente em algum lugar têm seu campo de aplicação e adaptação. Nenhuma descrição do universo em sua totalidade   pode ser   definitiva, se deixa de considerar essas formas de consciência.”