Litteratura

Página inicial > Crítica Literária > Klimov (1997) – Milosz e Boehme

Klimov (1997) – Milosz e Boehme

terça-feira 3 de junho de 2025

Klimov1997

Em muitos pontos, Boehme e Milosz Milosz Milosz, Oscar (1877-1939) poderiam ser comparados. Na Epístola a Storge, por exemplo, encontramos esta declaração, que nosso místico poderia ter usado como epígrafe de um de seus capítulos: "Onde nada está situado, não há passagem de um lugar para outro, Storge, mas apenas de um estado — e de um estado de amor — para outro". (Ars magna, Paris, André Silvaire, 1961, p. 28.) Para Boehme, a Criação divina é essencialmente Magia. Disso decorre o que André Breton compreendeu tão bem: o aspecto mágico de toda a criação. Daí, também, o grande perigo que todos os criadores enfrentam: em sua tentativa de penetrar nos mistérios da Magia, eles logo adquirem tal poder que podem se convencer de que são o próprio Deus. Não nos esqueçamos de que foi o orgulho que fez Lúcifer se perder. Se Lúcifer "não tivesse visto o nascimento mágico em sua alta luz, não teria desejado ser, dentro da existência, seu próprio mestre e criador". (Mysterium Magnum, XI, 2.)