A abertura junguiana rompeu as cercas freudianas, integrando as conquistas anteriores em um contexto ampliado. O inconsciente não é mais apenas o de um indivíduo ou de um grupo, mas uma realidade sincrônica, arquetípica, e a imagem é dotada de uma salvação ontológica. Certamente, os produtos do imaginário sempre foram considerados pela psicanálise como representações de processos de nossa atividade inconsciente, mas Jung mostrou que esta tende a se expressar sobre si mesma, a traduzir nas (…)
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Irmãos Grimm
Jacob (1785–1863) e Wilhelm Grimm (1786–1859), incansáveis pesquisadores em matéria de filologia e de história folclórica, empreenderam muito jovens, em 1806, a tarefa de reunir contos. [Antoine Faivre]
Matérias
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Faivre (Grimm) – contos, exegese junguiana
8 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Contos Grimm
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCom seu irmão Wilhelm, o linguista e escritor Jacob Grimm, fundador da filologia alemã, dedicou-se a recolher contos populares de regiões de língua alemã. Publicada em dois volumes, em 1812 e 1815, a coletânea Contos da infância e do lar trazia piadas, lendas, fábulas, anedotas e narrativas tradicionais de toda sorte. Além, é claro, dos contos de fadas que associamos aos irmãos Grimm – como A Bela Adormecida, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria. De início, o projeto (…)
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Faivre (Grimm) – contos, estruturalismo de Propp
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroFoi visto que a pesquisa dispõe de um sistema tipológico, devido a Antti Aarne e Stith Thompson, que facilita o trabalho dos cientistas e dos editores. Stith Thompson catalogou cerca de quarenta mil motivos, acompanhados cada um de numerosas referências. O primeiro grupo de motivos concerne os contos de animais, o segundo os contos (Märchen) propriamente ditos, o terceiro as histórias facetas. O segundo, que interessa aqui, é dividido em subgrupos:
— a) Um herói deve lutar contra um (…) -
Faivre (Grimm) – contos, interpretações freudianas
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPara a psicanálise freudiana, as imagens são primeiramente sintomas. “Dize-me quais são as tuas imagens e direi qual é a tua neurose”: assim poder-se-ia resumir, não sem algum exagero, o estatuto freudiano da imagem. As situações dos heróis de contos representam dilemas psicológicos, frequentemente de tipo edipiano. A origem de cada conto reside no passado individual daquele que o elaborou; este conteúdo se encontra reativado por aqueles que virão em seguida adicionar novos elementos a esta (…)
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Faivre (Grimm) – exemplos de estruturalismo de Propp
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroOs KHM não são tão "puros" quanto os contos coletados por Afanasiev, mas sabemos que, embora se possa concordar com Propp nesse ponto, seria errado suspeitar que os irmãos Grimm tenham feito principalmente uma obra de "poesia de arte". Trata-se muito mais de "poesia da natureza" — não de Kunstmärchen. A própria diferença observada por Propp entre os contos de Afanasiev e os KHM leva a tentar aplicar a estes o esquema das funções proposto pelo autor da Morfologia do conto. Este, como se viu, (…)
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Faivre (Grimm) – "era uma vez"
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroO detalhe tende sempre mais ou menos a situar histórica ou geograficamente a imagem representada. Ora, o conto dos Grimm se desenrola inteiramente em um lugar nenhum e um era uma vez que são o lugar e o tempo de uma utopia — no sentido etimológico —, e de uma meta-história afirmadas implicitamente em sua especificidade à maneira do mito — o in illo tempore de que falou Mircea Eliade. As frases introdutórias nos arrancam imediatamente de nosso universo cotidiano para nos mergulhar nesse (…)
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Faivre (Grimm) – sobre o mito e o conto
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroNa edição de 1819-1822 em três volumes, os irmãos Grimm precisaram seu propósito. O prefácio do primeiro volume é seguido por uma introdução cujo trecho intitula-se "Bedeutung als Ueberlieferung" ["Significação [do conto] como tradição"], no qual observam que ninguém conhece os autores desses contos que aparecem por toda parte como tradições (palavra sublinhada no texto). Isso, acrescentam, não deixa de ser notável sob mais de um aspecto. Há séculos esses contes vivem, "modificando-se (…)
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Faivre (Grimm) – crítica do formalismo interpretativo
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroAo contrário da psicanálise, o estruturalismo não se interessa pelos conteúdos da consciência, mas pelos processos do pensamento: “Compreender um mito é, portanto, conceber o processo de simbolização que lhe é próprio”. Mas as coisas não são tão simples, pois nem sempre se pode falar desse processo sem levar em conta seu suporte ou o que ele suporta. Nem sempre se pode evocar o papel das funções sem, por vezes, levar em conta as ações. Roland Barthes distinguiu pertinentemente o nível das (…)
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Faivre (Grimm) – "formas simples" na literatura escrita e oral
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroEm uma obra por vezes discutível mas sempre útil, André Jolies falou em 1930 de certas "formas simples" na literatura escrita e oral, ou seja, não redutíveis a outras formas, e que seriam o resultado do confronto organizador do homem com o mundo, sendo a língua o tema desse confronto. Nem a estilística, nem a retórica, nem a poética podem captá-las — reduzi-las —, e isso ainda menos porque não são verdadeiramente obras de arte, embora façam parte do patrimônio artístico. Tais são, portanto, (…)
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Grimm (Contos:47) – The Juniper Tree (O Junípero)
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroVersão inglesa de Jack Zipes da edição original de 1812/1815 dos Contos de Grimm.
O zimbro possui uma rica tradição folclórica, mas não é especialmente pertinente à árvore neste conto. O óleo, as cinzas, as bagas, as folhas e a casca são utilizados em muitas culturas para fins curativos, e é o poder terapêutico da árvore que parece torná-la uma escolha natural como local de descanso para o menino. Na Rússia, o zimbro é uma bétula; na Inglaterra, é uma roseira.
Existe tradução desse conto (…)
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