Klimov1997
Em muitos pontos, Boehme e Milosz poderiam ser comparados. Na Epístola a Storge, por exemplo, encontramos esta declaração, que nosso místico poderia ter usado como epígrafe de um de seus capítulos: "Onde nada está situado, não há passagem de um lugar para outro, Storge, mas apenas de um estado — e de um estado de amor — para outro". (Ars magna, Paris, André Silvaire, 1961, p. 28.) Para Boehme, a Criação divina é essencialmente Magia. Disso decorre o que André Breton compreendeu (…)
Página inicial > Obras e crítica literárias
Obras e crítica literárias
-
Klimov (1997) – Milosz e Boehme
3 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Charbonnier (GACM) – Apresentação da obra de Milosz
31 de maio, por Murilo Cardoso de CastroGACM
Para criar novos espaços poéticos, dócil à sua estrela "que alguns têm por nascença, que ninguém jamais adquiriu — marca sublime dos grandes criadores em todos os ramos do belo", Milosz permaneceu unido ao Verbo, do qual era portador, para revelar ao mundo um reflexo da Sabedoria Divina. Extrair esse fogo sagrado de seu invólucro, transformá-lo em uma pedra preciosa digna da Jerusalém Celeste, transmiti-lo por meio das palavras — essa foi verdadeiramente a função que o poeta assumiu. (…) -
Northrop Frye (SS) – Universo mitológico
28 de maio, por Murilo Cardoso de CastroFryeSS
O universo mitológico tem dois aspectos. Em um aspecto, é a parte verbal da própria criação do homem, o que chamo de escritura secular; não há dificuldade quanto a esse aspecto. O outro é, tradicionalmente, uma revelação dada ao homem por Deus ou outros poderes além dele mesmo. Esses dois aspectos nos levam de volta à imaginação e à realidade de Wallace Stevens. A realidade, lembramos, é alteridade, a sensação de algo que não somos nós mesmos. Naturalmente pensamos no outro como a (…) -
Labarrière (P) – Dante, um mestre da figura
26 de maio, por Murilo Cardoso de CastroLabarrièreP
Ao iniciar esta série de aulas, sinto vontade de colocá-las sob a tutela ou, pelo menos, sob a égide — ou, mais simplesmente, sob o signo — de Dante Alighieri. Nada menos que isso. Este poeta do pensamento, este pensador da poiesis, é também, e talvez sobretudo, um mestre da figura. Não no sentido de opor o figurativo ao abstrato: o que há de mais “abstrato”, em certo sentido, do que essa geometria sagrada que distribui o mundo dos mortos em círculos de sombra e luz? A (…) -
Herman Hesse – Obra de Meyrink
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroGMCH Milhares de pessoas hoje fazem Gustav Meyrink pagar por seus sucessos fulminantes. Para começar, esse escritor foi deixado por vinte anos escrevendo seus pequenos contos divertidos, ácidos, frequentemente espirituosos, sem receber a menor atenção. Durante esses longos anos, Meyrink continuou trabalhando imperturbavelmente, fiel ao mesmo princípio: acertar as contas com os burgueses sem fazer concessões ao público. Quando, quase aos cinquenta anos, ele teve um enorme sucesso com O Golem, (…)
-
Jorge-Luis Borges – Obra de Meyrink
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroGMCH
Em Genebra, por volta de 1916, sob a influência das obras vulcânicas de Carlyle, empreendi sozinho o estudo da língua alemã. Meu conhecimento prévio resumia-se a algumas declinações e conjugações. Consegui um pequeno dicionário inglês-alemão e ataquei, com uma temeridade que não parou de me surpreender, as páginas do Fausto de Goethe e da Crítica da Razão Pura de Kant. Pode-se imaginar o resultado. Não me deixei impressionar e adicionei a esses volumes de difícil acesso o Lyrisches (…) -
Meyrink (Evola) – Doutrina do Despertar
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroGUSTAV MEYRINK (1868-1932)
No centro [de sua obra] está a doutrina do Despertar, com a oposição entre o estado normal da existência humana e o dos seres que alcançaram uma forma superior de existência, chamados também de "Viventes" no sentido mais elevado do termo, pois se trata de "ser vivo aqui e além", ou seja, imortal. Se a doutrina do anâtmâ foi própria ao budismo — negação da presença de um verdadeiro Eu no homem comum —, essa opinião é também a de Meyrink. Um personagem de A Noite (…) -
Grupo UR – O caminho do despertar segundo Gustavo Meyrink (5)
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroUKIM
Um dos que guardam a chave da magia permaneceu na terra e procura e reúne os chamados.
Assim como ele não pode morrer, não pode morrer a lenda que circula sobre ele.
Alguns sussurram que ele é o Judeu Errante; outros chamam-no Elias; os gnósticos afirmam que se trata de João Evangelista. E é natural que cada um o veja de forma diferente; um ser que, como ele, transmudou o seu corpo em espírito, não pode permanecer preso à rigidez de qualquer forma.
Imortal, na verdade, é apenas (…) -
Grupo UR – O caminho do despertar segundo Gustavo Meyrink (4)
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroUKIM
Eu te disse que o princípio do caminho é o nosso próprio corpo. Quem sabe disso pode, a qualquer instante, começar a jornada.
Agora quero te ensinar os primeiros passos.
Você deve se desprender do corpo, mas não como se quisesse abandoná-lo. Você deve se soltar dele como alguém que separa a luz do calor.
Já nesta virada, espreita o primeiro inimigo.
Quem se arranca do próprio corpo para voar pelo espaço percorre o caminho das bruxas, que tiraram de seu invólucro terrestre um (…) -
Grupo UR – O caminho do despertar segundo Gustavo Meyrink (3)
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroUKIM
Todos aqueles que sentem a terra como uma prisão, todos os crentes que invocam a redenção — todos eles evocam inconscientemente o mundo dos fantasmas.
Faça você também. Mas com plena consciência!
Haverá, para aqueles que o fazem inconscientemente, uma mão invisível que transformará magicamente em terra firme os pântanos onde eles necessariamente acabarão? Não sei. Não quero contestar, mas — não acredito nisso.
Quando, no caminho do despertar, você passar pelo reino dos (…)