AbellioANG
Você estará diante dos eventos convulsivos que marcaram os últimos meses da vida consciente do príncipe Mychkine, o único de seus grandes heróis que Dostoiévski quis absolutamente bom, e que essa bondade levou à loucura. O que é o príncipe Mychkine? Sem dúvida, o lado luminoso do próprio Dostoiévski, cujo Stavróguin de Os Demônios (sem falar nos Karamázov) foi o lado sombrio. Mas veja como Stavróguin supera em prestígio e poder de fascinação, pelo menos aos olhos dos adultos. É (…)
Página inicial > Obras e crítica literárias
Obras e crítica literárias
-
"O Idiota" de Dostoiévski (Abellio)
19 de abril, por Murilo Cardoso de Castro -
Problema do assassinato em Dostoiévski (Abellio)
19 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAbellioANG
Quando se fala do problema do assassinato em Dostoiévski, é preciso sempre se referir aos diálogos de Aliocha e Ivan Karamázov, onde esses limites da moral são manifestos, mas onde o conhecimento, por sua parte, não aparece. À pureza bíblica de Aliocha, sabe-se que Ivan Karamázov opõe perguntas sem piedade. Para tornar o conjunto dos homens definitivamente felizes, Aliocha aceitaria, se lhe oferecessem essa troca, ver torturar uma criança? Uma só criança contra toda a (…) -
"O Adolescente" de Dostoiévski (Abellio)
19 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAbellioANG
Dos cinco grandes romances de Dostoiévski, este é o menos conhecido, aquele cujas riquezas são as mais secretas. Entre as duas construções gigantescas de Os Demônios e Os Irmãos Karamazov, e à sua sombra, O Adolescente é como um vasto parque cheio de arbustos e matagais, atravessado por caminhos sinuosos que não levam a lugar algum. Através da folhagem densa, adivinha-se, por toda parte, a presença erguida para o céu dos dois edifícios prodigiosos, e O Adolescente é esmagado por (…) -
Simbólica do Sonho – Capítulo 1 (parcial) (Schubert)
18 de abril, por Murilo Cardoso de Castro(Schubert1982, as letras em colchetes se referem a notas do autor, ainda não postadas)
No sonho, e já naquele estado de delírio que frequentemente precede o sono, a alma parece falar uma linguagem completamente diferente da habitual. Certos objetos da natureza, certas propriedades das coisas repentinamente designam pessoas e, inversamente, tal qualidade ou ação se apresenta a nós sob forma de pessoa. Enquanto a alma fala essa linguagem, suas ideias estão submetidas a uma outra lei de (…) -
Schubert, influências de Swedenborg e Baader
18 de abril, por Murilo Cardoso de CastroApresentação de Patrick Valette (Schubert1982)
Se continuarmos a buscar as influências perceptíveis nessa evocação do mito da queda, a de Swedenborg se impõe claramente, com sua referência ao mundo dos espíritos com os quais o famoso teósofo afirmava estar em contato. Schubert, como vimos, foi introduzido ao modo de pensamento desse homem pelo "padeiro místico" Burger de Nuremberg, e a anedota escolhida ilustra bem essa ideia de queda tal como o autor a expôs — de forma desordenada, mas (…) -
Linguagem onírica: universalidade, revelação e ironia (Schubert)
18 de abril, por Murilo Cardoso de CastroApresentação de Patrick Valette (Schubert1982)
Este estudo simbólico e diacrônico não é, apesar da falta de rigor que o autor demonstra em sua exposição [na Simbólica], algo sobreposto ou artificialmente acrescentado ao que o precede. Na verdade, ele já está em germe e em filigrana nos três primeiros capítulos. Essa linguagem que o autor define e cujas vantagens e características ele estuda já nos revelou dois de seus aspectos: sua universalidade e seu caráter profético. Existe um (…) -
Schubert, imanência de uma catástrofe desde a Queda
18 de abril, por Murilo Cardoso de CastroApresentação de Patrick Valette (Schubert1982)
Essa catástrofe que o autor percebe em toda parte e cujas consequências mais evidentes ele revela, não demora a ser chamada, seguindo os teósofos e especialmente Saint-Martin, de "queda primordial". Sob a influência do pensamento do "Filósofo Desconhecido", Schubert retoma a noção de linguagem e aborda o problema da queda por meio da confusão das línguas. Essa imagem bíblica ilustra perfeitamente o pensamento de Schubert: a linguagem (…) -
Schubert, linguagem da natureza, revelação e profecia
18 de abril, por Murilo Cardoso de CastroApresentação de Patrick Valette (Schubert1982)
Segundo Schubert, essa linguagem da natureza apresenta o mesmo caráter profético que observamos nos sonhos premonitórios, na poesia, na profecia e no mito. O autor identifica essa característica também no instinto do mundo animal, manifestado nas migrações das aves e naquela faculdade de premonição que se nota nos animais diante de catástrofes naturais como enchentes, erupções vulcânicas e terremotos — enquanto os homens não pressentem sua (…) -
Schubert, autêntico filósofo da Naturphilosophie
18 de abril, por Murilo Cardoso de CastroApresentação de Patrick Valette (Schubert1982)
Como um autêntico filósofo da natureza, ele não cessa de buscar as analogias e, após descobrir a universalidade dos fenômenos inconscientes, estende sua busca por semelhanças àquilo que é distinto do homem: a natureza. Também aqui, ele não se depara com uma realidade distante, estranha ou mesmo hostil. Como adepto da filosofia da identidade de Schelling, ele redescobre a profunda analogia que une esses dois elementos; a alma humana e a (…) -
Linguagem onírica, presente no mundo da poesia e da revelação
18 de abril, por Murilo Cardoso de CastroApresentação de Patrick Valette (Schubert1982)
Mas Schubert não se limita apenas ao domínio onírico. No segundo capítulo, ele propõe comparar o mundo do sonho ao da poesia e da revelação. O sonho compartilha com a poesia e a profecia "essa linguagem feita de imagens e hieróglifos, utilizada pela Sabedoria Suprema em todas as suas revelações à humanidade, que se manifesta na linguagem próxima da poesia e que, no estado atual, se assemelha mais à expressão metafórica do sonho do que à prosa (…)