Luke, 1989
É importante, antes de cruzarmos o limiar da jornada através do primeiro portal, fazer uma pausa para considerar a natureza dos guias que devem ser confiados e seguidos. Para Dante, apareceu a alma do poeta Virgílio, a quem ele amava. Este é o psicopompo interior, que geralmente se torna consciente para nós por meio de um encontro com alguma pessoa real da qual captamos a centelha e que pode ser, por um período mais curto ou mais longo, o professor—o guru, como é chamado na (…)
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Obras e crítica literárias
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Dante – A Divina Comédia, Cruzando o limiar da jornada (Helen Luke)
27 de abril, por Murilo Cardoso de Castro -
Dante – A Divina Comédia, Limiar da Jornada (Helen Luke)
27 de abril, por Murilo Cardoso de CastroLuke, 1989
O limiar de toda jornada é o bosque escuro do começo. Um homem chega lá geralmente, mas não necessariamente, no ponto médio da vida. Dante tinha 35 anos no ano de 1300, data que ele atribui à jornada. Pode vir mais tarde; e muitas vezes, especialmente hoje em dia, vem muito antes—o momento em que despertamos para saber que estamos perdidos—para perceber, como diz Jung, que o ego não é o mestre da casa, que estamos tropeçando no escuro, e que nossos objetivos complacentes de (…) -
Dante – A Divina Comédia, Níveis de Sentido (Helen Luke)
27 de abril, por Murilo Cardoso de CastroLuke, 1989
Na Comédia, como é bem sabido, existem quatro níveis de significado, definidos pelo próprio Dante em uma carta ao seu amigo e patrono, Can Grande della Scala. Ele fala do nível externo, literal, e do significado interno triplo do poema — alegórico, moral e anagógico ou místico. Quanto aos fatos históricos, eles pouco nos concernem aqui. Um comentário bom e simples, como o de Dorothy Sayers, conta em poucas palavras o suficiente do contexto das imagens para fornecer as (…) -
Dante – A Divina Comédia (Helen Luke)
26 de abril, por Murilo Cardoso de CastroLuke, 1989
Dante não chamou sua comédia de "divina"; essa palavra foi acrescentada por editores posteriores. Isso é enganoso porque expressa apenas metade da verdade, que é que a Commedia, embora seja certamente divina, é igualmente humana. Do seu início, no limiar do Inferno, até seu fim, na visão de Deus, o poema ressoa com a dupla natureza da realidade, que é a única verdade: sem a divindade, não pode haver humanidade consciente, e sem humanidade, o divino permanece uma abstração.
Por (…) -
Dante – Beatriz e o número 9
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroVita Nuova, XXX
Como o número nove foi mencionado frequentemente nas linhas anteriores, e se poderia pensar que isso foi feito sem uma razão válida, e como, por outro lado, esse número desempenhou um papel importante na morte de certa pessoa (Beatriz), é necessário fazer aqui algumas considerações sobre esse tema. Por isso, explicarei como o número nove interveio no acontecimento de sua morte e depois indicarei a razão pela qual esse número foi tão favorável a essa dama.
Eu direi, (…) -
Dante (Kanters & Amadou)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroKanters & Amadou, 1976
"O Romance da Rosa e o poema de Dante", escreve Eliphas Lévi, "são duas formas opostas de uma mesma obra: a iniciação na independência intelectual, a sátira das instituições contemporâneas e a fórmula alegórica dos grandes segredos da sociedade Rosa-Cruz." Aqui, interessa-nos apenas este último aspecto da obra de Dante. Contudo, não é inútil destacar quantos autores tradicionais misturaram preocupações metafísicas com desejos políticos, a acusação de heresia (…) -
Nomes de lugares (Barfield)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBarfield, 1967
É claro que, onde os eventos dos mitos e lendas teutônicos estavam associados a um local específico, eles deixaram sua marca nos nomes dos lugares. Esses, naturalmente, são encontrados principalmente na Alemanha. Na Grã-Bretanha—exceto por Asgardby, Aysgarth, Wayland Smith, Wansdyke, Wednesbury e alguns outros—os nomes de lugares que nos chegaram da religião pré-cristã são principalmente celtas e geralmente aparecem—como Cader Idris, Cader Arthur, Arthur’s Seat, Kynance (…) -
Palavras de origem celta (Barfield)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBarfield, 1967
Mas nos últimos dias do império [romano], quando essa atenuação do elemento imaginativo e sobrenatural na mitologia romana já havia ultrapassado sua conclusão lógica, quando Roma havia absorvido e esterilizado os mitos da Grécia e do Egito, a alma da Europa começava a se agitar novamente no norte. O contato entre a língua romana e a de seus súditos, os celtas Galli no norte da Itália e além dos Alpes, tornou-se cada vez mais íntimo. Gradualmente, surgiu uma espécie de Latim (…) -
Palavras de origem greco-latina (Barfield)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBarfield, 1967
[...] Iris (a flor e também a parte do olho humano), junto com a bela palavra iridescent, chegaram até nós por meio da deusa grega Íris, cuja forma exterior era o arco-íris. Titanic vem dos Titãs, gigantes seres terrestres que se rebelaram contra Deus de maneira semelhante aos anjos caídos no Gênesis. Hermetically (como em "hermeticamente selado") nos chegou pelo deus mensageiro grego, Hermes, por uma rota indireta (ver Capítulo VII); e estão em uso mais ou menos comum (…) -
Palavras de origem oriental (Barfield)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBarfield, 1967
[...] Pariah, uma palavra não ariana que entrou em nossa língua vinda do Oriente, deriva sua força peculiar da antiga divisão da população da Índia em castas. Ignite vem do latim ignis, que por sua vez se origina da mesma raiz da palavra sânscrita Agni, o deus do fogo. Em magic, temos uma reminiscência dos persas Magi, poderosos profetas e intérpretes de sonhos, dos quais se diz que três encontraram o caminho até Belém; mas, salvo pelo nome comercial moderno Mazda, há pouca (…)