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Huxley – Retorno aos gregos

Aldous Huxley  . Música na noite   & outros ensaios

Os últimos anos do século XVIII e os primeiros do século XIX foram um   período de rápida e violenta transformação. O passado se transformou com o presente; Grécia e Roma assumiram uma sucessão de novos significados. Para os homens da Revolução Francesa elas eram importantes na medida em que conotavam republicanismo e tiranicídio. Para Napoleão, a Grécia era Alexandre, e Roma, Augusto e Justiniano. Na Alemanha, enquanto isso, as atenções eram concentradas sobretudo na Grécia. A Grécia, para os contemporâneos de Schiller e Goethe  , era um mundo   de arte  , acima de tudo   um mundo onde os homens viviam uma rica vida   individual. É difícil, como Rousseau assinalou, ser   ao mesmo tempo   cidadão e homem  . Aquele que quisesse se tornar um bom   cidadão numa sociedade   moderna precisaria sacrificar alguns de seus mais preciosos e fundamentais impulsos humanos. Onde há especialização demais, uma divisão do trabalho organizada demais, um homem é facilmente degradado ao nível de uma mera função incorporada. Foi esta constatação o que mandou Schiller e Goethe de volta aos gregos. Entre os gregos eles imaginavam poder descobrir o homem individual desenvolvido de modo pleno e harmônico.