Litteratura

Página inicial > Crítica Literária > Herman Melville — Um Manuscrito de Moby Dick

Herman Melville — Um Manuscrito de Moby Dick

terça-feira 23 de julho de 2024

Primeira edição em 1947 desse reconhecido clássico da crítica literária americana que explora as influências — especialmente as de Shakespeare Shakespeare William Shakespeare (?-1616) — nos escritos de Melville Melville Melville, Herman (1819-1891) de “Moby-Dick”. Um dos primeiros estudiosos de Melville Melville Melville, Herman (1819-1891) a levar adiante, desde que se tornou conhecida, a "teoria de 2 Moby-Dicks," Olson demonstra que existiram 2 versões de Moby-Dick, e que a leitura de “King Lear” por Melville Melville Melville, Herman (1819-1891) pela primeira vez entre a primeira e segunda versões do livro teve profundo impacto na concepção da saga: "o primeiro livro não continha Acab," escreve Olson, e "não teria, exceto acidentalmente, contido Moby-Dick." Se críticos literários e resenhistas responderam na ocasião com vários graus de ceticismo em relação a "teoria de 2 Moby-Dick," era porque o estilo experimental e a organização do livro geraram a maior das controvérsias.

Contribuição, tradução e notas de Antonio Carneiro de Um Manuscrito de Moby Dick — pp. 52-57.

Foi um admirável achado encontrar o que pareciam ser notas rascunhadas para Moby Dick num tomo de Shakespeare Shakespeare William Shakespeare (?-1616) . Elas foram escritas pela mão de Melville Melville Melville, Herman (1819-1891) , a lápis, na última folha de guarda do último volume, aquele contendo “Lear”, “Othelo” e “Hamlet”. Transcrevo-as como estão:

“Ego non baptizo te in nomine Patris et
Filii et Spiritus Sancti— sed in nomine
Diaboli. —madness is undefinable—
It & right reason extremes of one,
—not the (black art) Goetic but Theurgic magic-
seeks converse with the Intelligence, Power, the Angel. [1]

O latim está numa forma mais longa daquela que Melville Melville Melville, Herman (1819-1891) contou à Hawthorne ser o moto secreto de “Moby Dick” [2] No romance, Acab uiva isso como uma benção adulterada sobre o arpão que temperou em sangue selvagem:

Ego non baptizo te in nomine patris, sed in nomine diaboli. Eu não te batizo em nome do pai, mas sim em nome do diabo. [3]


[1“The Letters of Herman Melville, edited by Merrell R. Davis and William H.Gilman (New Haven: Yale University Press, pp. 108-46,1960, re-printed by permission of the publishers”. In: “Moby-Dick, Herman Melville, edited by Harrison Hayford and Hershel Parker, an authoritative text, reviews and letters by Melville, analogues and sources criticism, W.W. Norton & Company; New York-London; 1967; p.730; ISBN 0-393-09670-X) page 562 note 5: ...aparece com muito mais detalhe no rascunho entitulado de “Devil and Quaker” onde Melville anotou, aparentemente em 1849, no volume 7 de sua coleção de Shakespeare. Dessa forma Melville associou a frase em latim com várias formas de buscar poder ilícito, presumivelmente incluindo o “Sabbat”, ou culto pervertido ao diabo, onde crianças e outros eram batizados: “Montague Summers, The History of Withcraft and Demonology (New York,1926), pp.84-5.

[2Carta escrita em Pittsfield, Mass., junho 29,1851, “This is the book’s motto (the secret one) — Ego non baptiso te in nomine — but make out the rest yourself”. In: The Letters of Herman Melville, edited by Merrell R. Davis and William H.Gilman (New Haven: Yale University Press, pp. 108-46,1960, re-printed by permission of the publishers”. In: “Moby-Dick, Herman Melville, edited by Harrison Hayford and Hershel Parker, an authoritative text, reviews and letters by Melville, analogues and sources criticism, W.W. Norton & Company; New York-London;1967; p.730; ISBN 0-393-09670-X) page 562 note 5: A frase aparece de forma mais finalizada quando capitão Acab usa o sangue do arpoador pagão para batizar o arpão com o qual planeja matar Moby Dick.

[3“Sous l’empire de la folie : Moby-Dick, Shakespeare & compagnie, Michel Imbert; In: “M/S : entre Melville et Shakespeare, une mascarade de révolution” linhas 18-21 do 24§ escreveu : “Le nouveau contrat social est scellé sur un coup de folie”: « ‘Ego non baptizo te in nomine patris, sed in nomine diaboli !’ deliriously howled Ahab, as the malignant iron scorchingly devoured the baptismal blood » referente a 26§ do Capítulo 113 — “The Forge” traduzido por “A Forja” poderia também ser “A Fornalha”.