UM MANUSCRITO DE MOBY DICK
A ênfase nesta declaração é a chave para resolver as dificuldades aparentes na última frase das notas no volume de Shakespeare:
“It & right reason extremes of one, —not the (black art) Goetic but Theurgic magic- seeks converse with the Intelligence, Power, the Angel.”
Considerei “it” para referir a “loucura” da frase precedente. “Right reason”, menos familiar no século XX, significava mais no século anterior, pois para a terminologia de Kant-Coleridge, (…)
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Melville
Melville, Herman (1819-1891)
Matérias
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Melville – Moby Dick - Notas Finais
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro -
Melville – Problema do bem e do mal (Arendt)
27 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEra talvez inevitável que o problema do bem e do mal, de seu impacto sobre o curso dos destinos humanos, em sua simplicidade crua e sem sofisticação, assombrasse a mente dos homens no exato momento em que afirmavam ou reafirmavam a dignidade humana sem qualquer recurso à religião institucionalizada. Mas a profundidade desse problema dificilmente poderia ser sondada por aqueles que confundiam bondade com a ‘repugnância natural e inata do homem em ver seus semelhantes sofrerem’ (Rousseau), e (…)
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Melville – Mardi, tempo - finitude - morte (Krell)
27 de junho, por Murilo Cardoso de CastroSob esse tema, talvez, apareçam os paradoxos mais profundos de Melville. Novamente é Babbalanja quem fala: "’Sim, os mortos não podem ser encontrados, nem mesmo em suas sepulturas. Nem simplesmente partiram; pois não quiseram ir; não morreram por escolha; aonde quer que tenham ido, para lá foram arrastados; e se acaso estão extintos, suas nulidades não foram mais contra sua vontade do que seu abandono forçado de Mardi. De qualquer forma, algo aconteceu com eles que não buscaram’" (M 237). Em (…)
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Camus – Herman Melville
27 de junho, por Murilo Cardoso de CastroNaqueles tempos em que os baleeiros de Nantucket passavam muitos anos no mar, o jovem Melville (aos 22 anos) embarcou em um deles, depois num navio de guerra, e cruzou os oceanos. Ao retornar à América, publicou seus relatos de viagem com relativo sucesso, e seus grandes livros em meio à indiferença e à incompreensão. Após a publicação e o fracasso de The Confidence-Man (1857), Melville, desencorajado, “aceita a aniquilação”. Torna-se funcionário aduaneiro e pai de família, e adentra um (…)
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Herman Melville
28 de março, por Murilo Cardoso de CastroZolla2024
Entre os grandes, Herman Melville me mantém inexoravelmente cativado. De repente compreendi, através de uma iluminação repentina, que tinha vinte anos. Desde então, reli-o quase completamente a cada dois ou três anos e sempre me deparo com um texto inesperado, com referências a autores sempre novos. Que emoção quando descobri um dos mais próximos, Benjamin Disraeli!
Acontece que onde me lembro de um sorriso, vejo um sorriso flutuante, onde uma condenação inflexível estava (…) -
Melville (Moby Dick) – Acab
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroUM MANUSCRITO DE MOBY DICK
A mudança na forma das palavras da nota para o romance é de extrema significação. Não é por economia de frase. A remoção do Cristo e do Espírito Santo ─ “Filli et Spiritus Sancti” ─ é um ato mecânico espelhando o imaginativo. Por necessidade, do mundo de Acab, ambos, o Cristo e o Espírito Santo, estão ausentes. Acab se move e tem seu ser em um mundo para o qual Eles e o que Eles importam são hostis: lembre, Acab lutou uma rixa mortal com um espanhol diante do (…) -
Byung-Chul Han – Bartleby de Melville
27 de junho, por Murilo Cardoso de CastroO relato de Melville’s “Bartleby”, que foi objeto de diversas interpretações metafísicas ou teológicas, admite também uma leitura patológica. Essa “história provinda da Wall Street” descreve um universo de trabalho desumano, cujos habitantes, todos eles, são degradados a animal laborans. Apresenta-se detalhadamente a atmosfera sombria, hostil do escritório espessamente rodeado de arranha-céus. A menos de três metros ergue-se “alto o muro de tijolos, que se tornou preto por causa da idade e (…)
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Herman Melville: Bartleby
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroII. 1. É a esta constelação filosófica que Bartleby, o escrivão, pertence. Como escriba que cessou de escrever, ele é a figura extrema do nada de onde procede toda a criação e, ao mesmo tempo, a mais implacável reivindicação deste nada como pura, absoluta potência. O escrivão tornou-se a tabuinha de escrever, nada mais é agora que a sua folha branca. Não surpreende, portanto, que ele se demore assim obstinadamente no abismo da possibilidade e não pareça ter a mínima intenção de dele sair. A (…)
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Herman Melville — Um Manuscrito de Moby Dick
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroPrimeira edição em 1947 desse reconhecido clássico da crítica literária americana que explora as influências — especialmente as de Shakespeare — nos escritos de Melville de “Moby-Dick”. Um dos primeiros estudiosos de Melville a levar adiante, desde que se tornou conhecida, a "teoria de 2 Moby-Dicks," Olson demonstra que existiram 2 versões de Moby-Dick, e que a leitura de “King Lear” por Melville pela primeira vez entre a primeira e segunda versões do livro teve profundo impacto na concepção (…)
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Melville Mundo de Ahab
27 de junho, por Murilo Cardoso de CastroUM MANUSCRITO DE MOBY DICK
Tal é o mundo de Ahab, e este é um mundo maléfico. Melville quis dizer exatamente o que escreveu à Hawthorne quando o livro foi consumado :
“Escrevi um livro iníquo, e me sinto imaculado como o cordeiro.”
O “livro iníquo” de Melville é o drama de Ahab, seu ódio ardente pela Baleia Branca, e sua vingativa perseguição à baleia desde o momento que o navio se lança como destino dentro do Atlântico. É esta ação, não o romance todo “Moby Dick”. O mundo de “Moby (…)