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Tornou a anoitecer. Sentamo-nos numa colina suave, íntima e serena, no grande silêncio daquele tempo solene.
As montanhas ao nosso redor jaziam em humilde devoção, como ajoelhadas, imóveis, sob o Céu, a receber a bênção da noite que lentamente descia. As árvores solitárias, espalhadas pelas colinas, permaneciam imóveis em atenta devoção.
O mar murmurava, vago e indefinido, perdido em sua própria imensidão. Havia paz no ar, e os sons, como preces, elevavam-se ao Céu.
O Sábio (…)
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Borel
Borel, Henri
Matérias
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Henri Borel – Amor (1)
26 de maio, por Murilo Cardoso de Castro -
Henri Borel – Amor (2)
26 de maio, por Murilo Cardoso de CastroBorelWW
És ainda como um rio, que conhece apenas suas margens luminosas, inconsciente da força que o move, mas que depois, inevitavelmente, fluirá para o grande mar. Por que sentimos aquele desejo de felicidade, de felicidade humana, que dura um instante e depois se vai?
Chuang Tzu disse: ’A suprema felicidade não é felicidade.’
Não achas repreensível e insensato que as pessoas caiam à mercê de uma vontade que vacila em busca de um instante de felicidade, que se esvai no mesmo (…) -
Henri Borel – Amor (3)
26 de maio, por Murilo Cardoso de CastroBorelWW
"O que significa essa tristeza difusa por toda a natureza? — perguntei. Não é toda a Terra que geme de dor no crepúsculo? E chora, com cores languidas, com os topos curvados das árvores, com as montanhas vigilantes. Quando a natureza sofredora brilha diante de seus olhos, os humanos são tomados por uma dor maravilhosa.
É como se a própria natureza expressasse seu desejo de Amor. E tudo se torna nostalgia, os mares, as montanhas, as nuvens."
E o Sábio disse: "É a mesma dor que (…) -
Henri Borel – Amor (4)
26 de maio, por Murilo Cardoso de CastroBorelWW
Fui despertado por um leve ruído próximo. Um fruto caíra da árvore atrás de nós. Quando levantei o olhar, vi a luz da lua brilhando no céu acima de nós.
O Sábio sentou-se ao meu lado e, amorosamente, inclinou-se para mim.
"Estás muito cansado, meu rapaz — disse preocupado. É demasiado para ti, em tão pouco tempo. Estavas tão cansado que adormeceste. Dorme também o mar, vês, nenhuma ruga quebra sua calma plácida que imóvel absorve a luz sagrada em seus sonhos. Mas precisas (…)