Os eventos decisivos para a interioridade humana ocorrem de forma imperceptível na física. A própria vida civil, no final, não poderá evitar reconhecer as analogias evidentes entre o macrocosmo e o microcosmo.
Robert Musil, Motive-Überlegungen, GW, VII, p. 878. Radicalisme
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Musil
Musil, Robert (1880-1942)
MUSIL, Robert. L’Homme sans qualités. Paris: Seuil, 1956
Matérias
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Musil – Interioridade humana
6 de abril, por Murilo Cardoso de Castro -
Musil (HSQ:I-61) – utopia
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroLia Luft
Vão objetar que isso é utopia! Certamente é. Utopias significam mais ou menos o mesmo que possibilidades; o fato de a possibilidade não ser realidade significa que as circunstâncias com as quais se entrelaça atualmente a impedem de se tornar real, caso contrário ela seria apenas uma impossibilidade; se a soltarmos dessas amarras, e permitirmos que se desenvolva, surgirá a utopia. É semelhante ao que acontece quando um pesquisador vê a mudança de um elemento num fenômeno complexo, (…) -
Robert Musil – Spengler
21 de março, por Murilo Cardoso de Castro(“Geist und Erfahrung, Anmerkungen für Leser, welche dem Untergang des Abendlandes entronnen sind”, in: Gesammelte Werke in neun Bänden, v. VIII, pp. 1043-4.)
(...) Existe no — eu gostaria de utilizar a palavra “intelectual” —, digamos, portanto, nos meios intelectuais — mas refiro-me aos da literatura —, um preconceito favorável a respeito das infrações contra a matemática, a lógica e a exatidão; na categoria dos crimes contra a mente, elas são facilmente classificadas como crimes (…) -
Musil (1922) – A vida que nos cerca não tem conceitos de ordem
21 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Robert Musil, Das hilflose Europa oder Reise vom Hundersten ins Tausendste, 1922.)
Recuperamos o dia que corre. A vida que nos cerca não tem conceitos de ordem. Os fatos do passado, os fatos das ciências particulares e os fatos da vida nos envolvem sem qualquer ordem. A filosofia popular e a discussão do dia contentaram-se com restos liberais de uma crença infundada na razão e no progresso, ou inventaram os fetiches familiares da época, da nação, da raça, do catolicismo e do homem da (…) -
Musil (HSQ:I-61) – quanto mais palavras...
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroLia Luft
Essa postura mental tão arguta quanto ao que está próximo e tão cega para o todo tem sua mais importante expressão num ideal que se poderia chamar ideal da obra de uma vida que não conste de mais de três tratados. Há atividades intelectuais em que não são os grandes livros que fazem o orgulho de um homem, mas os pequenos tratados. Se, por exemplo, alguém descobrisse que em circunstâncias ainda não observadas as pedras podem falar, não precisaria senão de poucas páginas para (…) -
Robert Musil – "bons velhos tempos"
21 de março, por Murilo Cardoso de Castro(R. Musil, “Das hilflose Europa oder Reise vom Hundersten ins Tausendste”, Gesammelte Werke, v. VIII, p. 1087.)
Pois, quando se proclama — e quem não proclamou algo assim? — que faltam à nossa época a síntese, a cultura, a religiosidade ou a comunidade, isso não representa mais do que um elogio aos “bons velhos tempos”, dado que ninguém saberia dizer com que deveriam parecer, hoje em dia, uma cultura, uma religião ou uma comunidade, caso elas realmente quisessem admitir em sua síntese os (…) -
Musil (HSQ:I-4) – Se existe senso de realidade, tem de haver senso de possibilidade
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroExcerto de MUSIL, Robert. O homem sem qualidades. Tr. Lya Luft & Carlos Abbenseth. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989 [Kindle]
Lia Luft
Quem deseja passar bem por portas abertas deve prestar atenção ao fato de elas terem molduras firmes: esse princípio, segundo o qual o velho professor sempre vivera, é simplesmente uma exigência do senso de realidade. Mas se existe senso de realidade, e ninguém duvida que ele tenha justificada existência, tem de haver também algo que se pode chamar (…) -
Robert Musil (Homme:I-11) - L’essai le plus important
25 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroOn a perdu en rêve ce qu’on a gagné en réalité.
Aujourd’hui, quand il repensait à cette époque, Ulrich pouvait secouer la tête comme si on lui avait parlé de sa propre métempsycose ; mais non point quand il songeait au troisième de ses essais. On peut encore comprendre qu’un ingénieur soit absorbé par sa spécialité, au lieu de déboucher dans la vastitude et la liberté du monde de la pensée, quoique ses machines soient livrées jusqu’aux confins de la terre ; car on ne lui demande pas plus (…) -
Musil – Amor
27 de junho, por Murilo Cardoso de Castro“Amor é um sentimento? À primeira vista, essa questão pode dar a impressão de ser absurda, de tal modo sentir parece ser a natureza do amor; tanto maior é a surpresa diante da resposta correta: pois, no amor, o papel do sentimento é deveras pequeno! Visto apenas como sentimento, o amor não tem a intensidade e o poder de uma dor de dentes, e é de qualquer forma menos característico.”
A segunda anotação, não menos estranha, dizia: “Um homem pode amar o cão e a esposa. Uma criança pode amar (…) -
Musil – Guerras
6 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBOUVERESSE, J. La voix de l’âme et les chemins de l’esprit: dix études sur Robert Musil. Paris: Seuil, 2001. "[...] não possuíamos os conceitos que nos teriam permitido integrar a experiência vivida à nossa interioridade. Ou tampouco os sentimentos cujo magnetismo os ativa para isso" (Musil). Como vimos, Musil não acredita que o súbito surgimento da guerra em uma época decididamente pacifista possa ser explicado apenas por causas políticas, econômicas ou ideológicas. "A guerra", escreve ele, (…)
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