Aldous Huxley. A Situação Humana
Vale a pena começar com algumas palavras sobre guerra e nacionalismo no contexto mais abstrato e geral da biologia e da semântica. Seguidamente ouvimos dizer que a guerra é inevitável porque o homem é um animal belicoso, mas, falando biologicamente, a guerra — conflito entre grupos organizados da mesma espécie — é um fenômeno muito raro. Naturalmente há uma predação contínua de uma espécie sobre outra, mas na verdade há somente duas criaturas que fazem (…)
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Ditados
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Huxley – O homem é um animal belicoso?
2 de abril, por Murilo Cardoso de Castro -
Huxley – Helvécio, sobrestimando a educação
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. A Situação Humana
A outra figura importante que aparece no pelagianismo é Helvécio, um dos pensadores do século XVIII, quando as pessoas começavam a acreditar no inevitável progresso — crença vinculada à convicção de que o homem é determinado principalmente pela natureza do seu ambiente e progride na medida em que melhora esse ambiente. Helvécio teve muita influência em seu tempo, embora hoje seja pouco lido. Reafirmou a doutrina de Pelágio de que o homem nasce sem (…) -
Huxley – A ideia grega de hybris
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. A Situação Humana
Uma ideia que muito ajuda nesse contexto é a ideia grega de hybris. Hybris significa violência desregrada inspirada pela arrogância, presunção e orgulho. Os gregos insistiam em que os deuses não lidariam com um homem arrogante que cometesse hybris. E o fato interessante é que, no pensamento grego, podia-se cometer hybris não apenas em relação a outros seres humanos, mas à natureza. Na tragédia de Esquilo, Os persas, um dos crimes de Xerxes foi ter (…) -
Huxley – Todo homem é uma unidade
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Sem Olhos em Gaza
[...] Eis aqui a observação que me fez o velho Miller, quando íamos, a cavalo, ver um dos seus doentes índios nas montanhas: “Na realidade e por natureza, todo homem é uma unidade; nós, porém, transformamos a unidade em trindade. Um homem inteligente e dois idiotas — eis o que, de si próprio, fez cada um de nós. Um admirável manipulador de ideias, atado a uma pessoa que, em matéria de consciência e sentimento, não passa de um cretino; e ambos, associados a (…) -
Huxley – Os seres humanos podem governar-se a si próprios?
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Admirável Mundo Novo
“As doutrinas da Europa”, escreveu Jefferson, “diziam que os homens, dentro de associações numerosas, não podiam ser confinados no interior dos limites da ordem e da justiça, a não ser por forças físicas e morais desencadeadas sobre eles por autoridades alheias ao seu querer... Nós (os fundadores da nova democracia americana) cremos que o homem é um animal racional, dotado de direitos pela natureza, e com um sentido inato de justiça, que pode ser obstado (…) -
Huxley – O todo social tem mais valor e importância?
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Admirável Mundo Novo
Por ora, todavia, a ânsia de resistir não nos parece ser muito forte ou muito generalizada. Como o sr. William Whyte apresentou no seu notável livro, The Organization Man, uma nova Ética Social está substituindo o nosso sistema ético tradicional – o sistema em que o indivíduo se apresenta em primeiro lugar. As palavras chaves desta Ética Social são : “ajustamento”, “adaptação”, “comportamento socialmente orientado”, “integração”, “aquisição de técnicas (…) -
Huxley – Os homens não conseguem criar um organismo social
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Admirável Mundo Novo
Biologicamente falando, o homem é um ser moderadamente gregário, e não completamente social – uma criatura mais parecida ao lobo, por exemplo, ou a uma formiga. Na sua forma primitiva, as sociedades humanas nada tinham em comum com um cortiço ou com um formigueiro; eram, apenas, grupos. A Civilização é, entre outras coisas, o processo pelo qual os grupos primitivos são transformados num análogo, grosseiro e mecânico, às comunidades orgânicas dos insetos (…) -
Huxley – Vulgaridade
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Música na noite & outros ensaios
Nós consideramos, até agora, dois casos: o caso no qual a palavra “vulgar” diz “Eu não gosto disso” e o caso no qual ela diz “Isso me traz à mente aquilo que são, para mim, as classes mais baixas”. No caso que começaremos a considerar agora, “vulgar” diz algo cuja definição é mais difícil. Por exemplo, eu posso afirmar que “este homem é vulgar. O fato de que ele vem de uma boa família e foi educado nos lugares certos não faz nenhuma (…) -
Huxley – Homem animal e pensador
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Música na noite & outros ensaios
A resposta para todas essas perguntas é: “Não”. A meta da cruzada de Lawrence era uma admissão por parte do espírito consciente quanto ao direito do corpo e dos instintos não meramente a uma existência de má vontade, mas a uma honradez igual à do próprio espírito. O homem é um animal que pensa. Para ser uma criatura humana de primeira categoria, um homem precisa ser tanto um animal de primeira categoria quanto um pensador de primeira (…) -
Huxley – Retorno aos gregos
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Música na noite & outros ensaios
Os últimos anos do século XVIII e os primeiros do século XIX foram um período de rápida e violenta transformação. O passado se transformou com o presente; Grécia e Roma assumiram uma sucessão de novos significados. Para os homens da Revolução Francesa elas eram importantes na medida em que conotavam republicanismo e tiranicídio. Para Napoleão, a Grécia era Alexandre, e Roma, Augusto e Justiniano. Na Alemanha, enquanto isso, as atenções (…)