Uma vez construído Ásgard (Mundo dos deuses), os Ases ergueram lá moradias maravilhosas para cada um deles. Uma delas se chama Álfheimr, ou seja, Mundo dos elfos. É difícil localizá-la com precisão: segundo alguns textos, ela fica dentro do segundo céu. Isso a faz coincidir com Gimlé, a mais bela das moradas celestes, situada no extremo sul do céu, na qual se reconhece a morada das almas, termo usado aqui sem qualquer conotação cristã, o refúgio dos homens justos e bons.
Os Ases (…)
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Mitos e Lendas
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Lecouteux – Elfos de Luz
4 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Patocka – venda da alma imortal? (Fausto)
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroOs mitos não morrem, como acreditavam os racionalistas e seus seguidores. Seria mais correto dizer que simplesmente se transformam, pois há algo mais além do conteúdo contingente do mundo e do conhecimento que possuímos sobre ele. Há o coração do mundo, elevado acima da contingência e da não-contingência no sentido comum desses termos. O coração do mundo não é apenas algo que pode ser objeto de um saber filosófico, mas algo com o qual nos relacionamos com todo o nosso ser, algo que narramos (…)
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Patocka – Mito
3 de julho, por Murilo Cardoso de CastroTodos temos o hábito de abusar das palavras, de reduzi-las ao seu significado mais banal para usá-las como uma espécie de moeda falsa. É, entre outros, o caso da palavra "mito", que designa aos nossos olhos uma mistificação ou uma automistificação, uma representação anônima, surgida não se sabe de onde nem como, uma simples opinião ou rumor desprovido de fundamento que não consideramos como uma criação do pensamento com alcance objetivo, mas sim como um epifenômeno subjetivo. É nesse sentido (…)
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Joël Thomas – olhares sobre o mito
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroÉ necessário, portanto, colocar as coisas em perspectiva e diacronia, e perguntar: De qual mito estamos falando? Estamos tipicamente diante de um problema de representação; e, mesmo que nem sempre tenham tido plena consciência disso, os gregos do século V não falam do mito como os gregos de Alexandria no século I a.C.
Vamos tentar traçar um rápido panorama dos diferentes olhares que a sociedade grega lançou sobre seus mitos.
Jean Rudhardt defendeu de forma convincente (« Une approche de (…) -
Joël Thomas – Três estatutos da palavra
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroForam muito bem descritos por Marcel Détienne em Les Maîtres de vérité dans la Grèce archaïque (Paris, Maspero, 1967): em um percurso antropológico que confirma aliás uma estrutura duméziliana, a palavra é primeiro oracular, Logos, Verbo que o sacerdote comemora como palavra das Origens, do illud tempus, do tempo mítico e fundador que irriga o tempo dos homens. Esse sacerdote é ao mesmo tempo investido de uma função real: o rei é, indissociavelmente, mestre do oráculo e mestre do poder. (…)
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Joël Thomas – Estruturas do imaginário na Eneida
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroUma análise atenta de séries inteiras de imagens na Eneida nos confirma o que simples leituras nos haviam deixado suspeitar: tanto a crítica textual era útil apenas para esclarecer pontos referentes à metodologia, à forma da Eneida, quanto estas duas vias — a psicologia das profundezas e a história dos mitos e das religiões — nos revelam o sentido profundo da imensa maioria das imagens da Eneida, e valorizam a sua significação fundamental. Assim, estes dois ângulos de iluminação se mostram (…)
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Joël Thomas – Paisagem mítica
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAntes de falar dos mitos literários, não se pode dispensar uma descrição geral da paisagem mítica, para melhor compreender que o mito literário é apenas um dos aspectos de uma constelação mítica mais ampla. E se, por outro lado, nossos exemplos são inicialmente retirados da mitologia greco-latina, justifica-se isso lembrando a evidente filiação entre essa cultura e nossa cultura europeia ocidental (evitamos, no entanto, a noção de "raízes", e explicaremos por quê), e também porque os (…)
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Dauge (Virgile) – reconstituição das elites
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroÉ assim que as elites degeneram e se suicidam.
Mas, em momentos cruciais da história, sob o impulso dos “deuses” e dos “heróis”, elas se reconstituem. No final do ciclo involutivo aparece a “raça de diamante” que sobe a corrente da degradação para se libertar — o que nos permite completar o quadro precedente (p. 12) da seguinte maneira:
5. DIAMANTE. Dominante: Júpiter.
Reprise do contato com a Fonte divina; interiorização progressiva desta Fonte, no coração da nova raça.
Elite de (…) -
Dauge (Virgile) – etapas históricas de corrupção das elites
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA literatura antiga nos propõe vários exemplos característicos deste processo de corrupção das elites, que chamou ainda mais a sua atenção por tocar no princípio de hierarquia próprio às sociedades de tipo tradicional.
Citemos em primeiro lugar este esquema “mito-histórico” que se chama o ciclo das quatro idades e que corresponde precisamente ao fenômeno de involução que nos ocupa. Tudo se passa como se a instauração de um novo ciclo (idade de ouro) coincidisse com o aparecimento de uma (…) -
Dauge (Virgile) – o caráter e as particularidades das elites
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroOs romanos, por sua vez, tinham uma consciência aguda desse papel das elites, tanto por sua mentalidade de tipo aristocrático quanto por sua lucidez e realismo políticos: de Ênio a Rutílio Namaciano, seus escritos nunca variaram nesse ponto. Isso é demonstrado, entre outros, pelo estudo fundamental de Pietro de Francisci, Spirito della civiltà romana, e é o que procuramos ilustrar em nossa obra O Bárbaro. Roma sempre atribuiu sua grandeza a uma sucessão ininterrupta de homens superiores, a (…)