12. Complexa codificação do mistério, para o qual aponta aquele momento da grande viagem em que superada parece a mais contraditória das contradições, é a que se nos depara na literatura das catábases. Propriamente, «catábase» quer dizer «descida»; usa-se, porém, com o significado mais restrito de «descida aos infernos», acesso ao reino dos mortos, situado nas profundezas da terra, miraculosamente aberto a alguns viventes. No início da tradição, a espantosa aventura é privilégio dos deuses: (…)
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Mitos e Lendas
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Eudoro de Sousa – Epopeia de Gilgamesh
26 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Van Gennep (FL:C2) – As diferentes categorias de narrativas.
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCapítulo II. — As diferentes categorias de narrativas.
Definições correntes de fábula, conto, lenda e mito. — Crítica dessas definições. — As lendas totêmicas e os contos de animais. — As definições adotadas.
Poder-se-ia, portanto, distinguir duas classes de narrativas: aquelas que têm um valor estético e aquelas que têm, antes de tudo, um valor utilitário. Mas as narrativas também podem ser classificadas de acordo com seu conteúdo, ou seja, de acordo com os temas, as crenças e a (…) -
Carvalhão Buescu – Perceval
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroO Perceval ou Li Contes du Graal de Chrétien de Troyes abre com uma dedicatória ao Conde de Flandres, Filipe de Alsácia, louva-o pelas suas virtudes morais, os seus dons cristãos e sobretudo a sua generosidade:
“Le conte aime justice et loyauté et sainte Eglise. Il déteste toute vilenie”.
E acrescenta:
“Sachez donc en vérité que les dons du Comte Philippe sont bien de charité”.
Chrétien de Troyes aduz a informação de que por sua inspiração e estímulo do Conde Filipe de Flandres (…) -
Roger Lipsey – Gilgamesh, Busca da Vida Eterna
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroO trecho culminante da antiga Epopeia de Gilgamesh talvez não seja estranho ao leitor: é uma espécie de texto escolar e recebeu homenagens momentâneas de muitos dentre nós — muitas vezes no primeiro ano do colégio, quando todo o peso da vida ainda nos era amplamente desconhecido, e a extraordinária precisão do sentido da epopeia nos escapava. Pertence a uma classe especial dos mais antigos artefatos, com as pinturas de cavernas de Lascaux, por exemplo, que prestam um testemunho simples e (…)
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Jordan-Smith – A Epopeia de Gilgamesh
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroDesesperado, Gilgamesh andava de um lado para outro em torno do corpo do seu amigo Enkidu. Chorou amargamente e riscou o rosto com cinzas; rasgou as vestes e entrajou-se com peles de animais selvagens. No mais profundo do coração gritou:
— Como posso descansar, como posso estar em paz? Contemplai Enkidu, meu irmão e companheiro: o que ele é agora, eu o serei algum dia. Porque tenho medo da morte, preciso procurar Utnapightim, a quem os homens chamam o Distante, pois ingressou na assembleia (…) -
Mullah Nassr Eddin
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroSegundo Jean-Louis Maunoury, «Sublimes paroles e idioties de Nasr Eddin Hodja», um texto muito antigo já outorga a Nasr Eddin Hodja o título de «idiota completo». Não se engane: esta qualificação não é uma censura mas um elogio. Ela não significa que Nasr Eddin seja completamente idiota, segundo a expressão usual, mas muito mais que ele é um «idiota realizado». Como outros alcançam à iluminação, ele teria alcançado o estado supremo — sublime — da idiotice.
Mas que espécie de idiotice? (…) -
Mil e Uma Noites
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEstórias – Mil e Uma Noites
Um dos mais conceituados especialistas contemporâneos d’As Mil e Uma Noites, Aboubakr Chraïbi, demonstra que estes textos, cuja fiabilidade histórica é, de resto, questionável, não podem constituir prova de que no século ix já existisse o livro d’As Mil e Uma Noites, nem que este tivesse sido uma tradução do persa. Em primeiro lugar, os vários testemunhos que se reportam aos séculos ix/x aludem a um tipo de histórias que se assemelha mais às fábulas ou aos (…) -
Contos Grimm
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCom seu irmão Wilhelm, o linguista e escritor Jacob Grimm, fundador da filologia alemã, dedicou-se a recolher contos populares de regiões de língua alemã. Publicada em dois volumes, em 1812 e 1815, a coletânea Contos da infância e do lar trazia piadas, lendas, fábulas, anedotas e narrativas tradicionais de toda sorte. Além, é claro, dos contos de fadas que associamos aos irmãos Grimm – como A Bela Adormecida, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João e Maria. De início, o projeto (…)
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Eudoro de Sousa – Taaroa (Polinésia)
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEle era. Taaroa era seu nome, ele estava no vazio: sem terra, sem céu, sem homens. Taaroa chama os quatro cantos do universo. Nada responde. Existindo sozinho, ele se transforma em universo. Taaroa é a luz, ele é a semente, ele é a base, ele é o incorruptível. O universo é apenas a casca de Taaroa. É ele quem o coloca em movimento e faz surgir sua harmonia.
Tradição polinésia -
Albert-Marie Schmidt : Haute science et poesie française au seizieme siècle
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers de’Hermès.Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947
Remarques préliminaires
Le présent essai traite principalement de l’influence des doctrines ésotériques sur la notion du monde qu’illustrèrent divers poètes de la Renaissance française. Et pourtant il ne peut être considéré comme une contribution à l’histoire de l’ « Occultisme ».
Certes, Cornélius Agrippa, dès la première moitié du seizième siècle, a vulgarisé, avec une déplorable indiscrétion, le terme de « Philosophie (…)