Minhas ideias sobre contexto mudaram como resultado de escrever dois livros que utilizaram o contexto de maneiras novas para mim e de tomar consciência da nova onda de trabalhos bem contextualizados agora sendo realizados por outros estudiosos. Também passei a perceber que abordagens comparativas que subordinam o contexto à morfologia ou a significados compartilhados precisam de uma defesa mais forte diante do movimento contínuo, no campo dos estudos religiosos, contra qualquer coisa que (…)
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Mitos e Lendas
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O’Flaherty – Contexto
29 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Dauge (Virgile) – O problema da degeneração e reconstituição das elites
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste problema é um elemento essencial do que se pode chamar de antropologia criacional, na medida em que diz respeito à dinâmica das sociedades e civilizações.
Sobre o papel necessário dos grandes homens e das elites na criação, desenvolvimento, manutenção ou transformação de toda comunidade importante de vida e cultura, os testemunhos são abundantes: os da experiência, os dos filósofos da história, os dos pensadores e poetas. Deixando os primeiros à apreciação do leitor, mencionemos entre (…) -
Doniger – Sonhos, ilusão e outras realidades
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste é um livro sobre mitos, sonhos e ilusão. É sobre as maneiras pelas quais eles se assemelham, as maneiras pelas quais são diferentes e o que cada um ensina sobre a realidade. Transformações de um tipo ou outro estão no cerne dos mitos; Ovidio chamou seu grande compêndio de mitologia grega e romana de Metamorfoses. Transformações são particularmente características dos grandes mitos hindus, e aqui podem parecer assumir formas diferentes: às vezes são consideradas mudanças reais na (…)
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O’Flaherty – estórias sobre estórias
29 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEste livro trata das estórias que as pessoas contaram sobre outras estórias. Mais precisamente, preocupa-se não tanto com as estórias em si, mas com estórias sobre estórias — metastórias, ou, mais especificamente, metamitos. O que aprendemos com as estórias que contamos e que outros povos contaram sobre as estórias que as pessoas contam? Aprendemos algo especial quando focamos nas próprias estórias, os mitos: pois mitos, narrativas, não são meramente o meio através do qual o conhecimento (…)
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Comédia (Gelven, 2000)
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA essência da comédia não é meramente a tolice agraciada, pois essa maravilhosa combinação também ocorre além das artes. Portanto, somos obrigados a refinar a sugestão: a comédia é a síntese realizada da graça e da tolice, na qual a própria performance, como aquilo que liga a tolice à graça, é uma instância da verdade. Parte do valor da arte cômica é, de acordo com essa sugestão, o alegre aprendizado da verdade inacessível de qualquer forma fora do fenômeno dramático. Uma vez que a (…)
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Horto do Esposo II
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHorto do Esposo — MARIO MARTINS
Como escapar a este doloroso fluir das coisas amadas? Temos uma saída drástica: Destemporalizar-nos! Pensar, amar e realizar a nossa eternidade. Desenraizar-nos deste mundo e caminhar internamente para Deus e para o que não muda, seguindo a nossa vocação essencial de peregrinos, de caminhantes.
E aqui surge a função espiritual da dor, essa mão implacável que nos arranca do mundo e das coisas. Bem-aventurados os cegos, os surdos, os infelizes, porque Deus (…) -
Sansonetti – Graal e Alquimia
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroSe fosse necessário escolher um nome repleto de mistério, envolto em sacralidade, no coração do mundo medieval, seria certamente o do Graal, o centro luminoso desse universo.
Conhecemos o tema "inventado"—no sentido etimológico do termo, ou seja, "redescoberto"—por Chrétien de Troyes por volta de 1190: seu herói, um jovem galês ainda sem nome, perdido em uma terra desolada, em um caminho que não leva a lugar algum, encontra um misterioso Rei Pescador, que o acolhe em seu castelo. Ali, ele (…) -
Horto do Esposo
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHorto do Esposo — MARIO MARTINS
Excertos de "Introdução Histórica à Vidência do Tempo e da Morte"
DESTEMPORALIZAÇÃO
Poderíamos analisar uma multidão de obras, mas limitamo-nos ao Horto do Esposo, uma das mais significativas, pelo negativismo inicial da maioria das suas páginas, aliás compensado pela sua finalidade transcendente e positiva. E o facto de tal obra ser principalmente uma vasta rapsódia, à base de autores lidos na Idade Média, transforma-a em símbolo duma grande corrente de (…) -
Horto do Esposo I
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHorto do Esposo — MARIO MARTINS
Antes de mais nada, uma pequena mas necessária divagação. Temos, em filosofia, o «mal metafísico», a negação de perfeições indevidas a tal ou tal ser. Um cavalo não tem a beleza alada da borboleta nem a inteligência do homem. Este não-ter constitui um mal metafísico. Por sua vez, a borboleta não possui a força do cavalo, nem a sua capacidade de viver longos anos. Enfim, o homem não tem a inteligência perfeita dos anjos.
Neste sentido, o mal metafísico é (…) -
Horto do Esposo III
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroHorto do Esposo — MARIO MARTINS
E é neste ponto que surge, no Horto do Esposo, a parábola do unicórnio cristianizada na legenda de S. Barlaão e S. Josafá.
Viver é um durar precário, constantemente roído pelo tempo, e todos somos reservados e guardados pera a morte. Ainda mais: todos morremos e assy escorremos como a água êna terra. É o fluir da existência, o ir-passando.
E tal ir-passando abrange também o mundo, que morre em si ou, pelo menos, morre para nós. Nada há de estável e tudo (…)