tradução
(...) Ele (Daumal) tentava fazer compreender ao seu amigo íntimo André Rolland de Renéville em que consistia essa preparação no domínio literário, desejando utilizar as regras sânscritas para seus próprios escritos.
Eis o que lhe escreveu: a maneira de (o) produzir tem, é verdade, pátrias, pelo menos duas:
I. — O ocidental, como eu, dá o "tom" por uma projeção direta de seu estado interior sobre o magma caótico das imagens e das palavras: esses elementos se ordenam um pouco ao (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
Matérias mais recentes
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René Daumal – a maneira de produzir literária
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
René Daumal – Rig-Veda IX - oferta do licor
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castrotradução
1. Lá vem ele com o som tênue do pensamento Poderoso e com carros velozes, Ele vai aonde o Ardente o designar.
2. Eis que ele faz muitas coisas brilharem com o pensamento Para a grande luminosidade Aí onde residem aqueles que não têm mais morte.
3. Ei-lo excitado, ele é conduzido no interior por uma marcha de esplendor Quando os ardentes o incitam.
4. Ei-lo correndo sua corrida, ele afia Seus chifres, ele o touro do rebanho, Afirmando pelo dom da força os dotados de humano. (…) -
René Daumal – Leis de Manu II
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro110. Não falar a menos que seja questionado
e não responder a perguntas inadequadas,
— assim, mesmo que saiba, um homem inteligente
comporta-se no mundo como um tolo.
111. Se alguém responde indevidamente
àquele que indevidamente o questiona,
um dos dois ou perece,
ou se faz envergonhado.
112. Onde não houver lei, nem propósito
nem boa vontade para ouvir isso,
A sabedoria (Vidyâ) não deve ser semeada,
não mais que um bom grão em um solo seco.
113. Para um transmissor da (…) -
Jacques Masui – a experiência de Daumal e a Índia (sânscrito)
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroDaumal poeta, concedia uma grande importância à linguagem. Encontrou no sânscrito não somente a língua lhe permitindo chegar diretamente aos textos que tinha necessidade, mas também a língua que, por excelência, exprime da maneira mais concreta, as realidades espirituais. Não se deve duvidar que o profundo conhecimento que dela adquiriu, o ajudou fortemente a se aproximar destas realidades e a fazê-las viver nele.
Em várias ocasiões, me escreveu que considerava a língua sânscrita como o (…) -
René Daumal – Utilidade da Poesia
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro(RDCC)
(Sâhitya-darpana, 1re Section, intitulée « Nature essentielle de la poésie », début : )
Om! Saudações a Ganesha! — No início de seu livro, o autor, para afastar os obstáculos ao completo êxito da tarefa que deseja realizar, volta-se para a suprema autoridade em matéria de linguagem — a divindade da linguagem:
1. Brilhante de beleza como lua de outono, que em meu espírito a deusa das palavras, afastando a cortina de trevas, ilumine o sentido de todas as coisas.
Este livro (…) -
René Daumal – Contra-Céu VI
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castrotradução
Não cesse de recuar para trás de ti mesmo, E daí contemple: O puro NÃO que se impregnou de nomes de deuses, viu borbulhar o mundo em veste de bolhas: ele projetou, evocou esta natureza, ele viu, conheceu esta natureza, ele amou esta natureza. Aqui a loucura conserva sempre o segredo da Reversão do Mistério.
A verdadeira causalidade é a criação consciente, integral, do efeito pela causa. Isto que é conscientidade e causa ao mesmo tempo, é o ato negador pelo qual se apreende o (…) -
René Daumal – O Budismo, suas doutrinas e seus métodos
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroSeria apenas mais um livro sobre o budismo (Por Alexandra DAVID-NEEL, Paris, 1935) se sua autora não fosse budista, não tivesse vivido grande parte de sua vida em países budistas, e não tivesse publicado sobre sua longa permanência no Tibete quatro ou cinco livros cheios de vida, que este completa e esclarece.
Pensando e vivendo como budista, o que não impede, muito pelo contrário, um espírito crítico muito desenvolvido e uma boa cultura ocidental, a Sra. David-Neel nos mostra sobretudo o (…) -
René Daumal – Hinos e Preces do Veda
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroDiante dos hinos védicos, como diante dos antigos poemas babilônicos, hebraicos ou chineses, o pensamento comum - incluindo o de nossos maiores "pensadores" - deve abdicar. São poemas, criações, e o homem como somos não pode criar, não pode portanto compreender um verdadeiro poema. Sua origem, dizem os hindus, é "não-humana" (apaurusheya).
É preciso ter enfrentado esses hinos nos textos que possuímos e com as armas insuficientes da filologia védica, é preciso além disso ter se (…) -
René Daumal – como pagar pelo conhecimento?
1º de julho, por Murilo Cardoso de Castro[...] Não se vai a um país estrangeiro, para conseguir alguma coisa, sem uma certa provisão de moedas. Os exploradores, em geral, carregam consigo como moeda de troca com eventuais “selvagens” e “indígenas” todo tipo de bugigangas, canivetes, espelhos, artigos de toucador, remanescentes do Concurso dos Inventores Lépine, suspensórios reguláveis e esticadores de meias aperfeiçoados, enfeites, tecidos, sabonetes, aguardente, velhos fuzis, munição de festejo, sacarina, bonés, pentes, fumo, (…)
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René Daumal – As antigas especulações hindus
1º de julho, por Murilo Cardoso de CastroAs antigas especulações hindus, tais como as encontramos expressas nos Vedas, nas Upanishads, na Bhagavad Gita etc., apresentam esses sinais de pensamento em seu estado mais puro. O próprio nome sânscrito de Atmâ, o "Si mesmo", princípio absoluto e universal, significa bem que ele é o estado-limite da personalidade libertando-se incessantemente das formas individuais. Brahma, idêntico a Atmâ, é o puro sujeito de todo conhecimento e de toda ação:
Atmâ, esse si mesmo-limite, é o absoluto sob (…)