A primeira decisão será submetê-lo [a Blanchot] a uma leitura filosófica. Isso supõe, primeiramente, que os vocábulos que usa (principalmente os quatro grandes vocábulos diretores: a noite, o fora, o neutro, o desastre) sejam esclarecidos em sua especificidade, claramente diferenciados de conceitos vizinhos dos quais emprestam alguns de seus traços sem, contudo, se reduzir a eles; única forma de circunscrever o que, por eles, é proposto ao pensamento. Isso supõe, em seguida, que essas (…)
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Zarader
Marlène Zarader (1949-2025)
Matérias
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Zarader – Blanchot: a noite, o fora, o neutro, o desastre
2 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Zarader – Blanchot, uma abordagem fenomenológica
2 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPara que esta demanda tenha alguma chance de sucesso, é preciso ainda dispor de um método apropriado. Daí a segunda decisão interpretativa: ela consiste em suspender essa avaliação filosófica da obra a um critério estritamente fenomenológico. Convém explicar-se. É evidente que Blanchot não se reivindica diretamente da fenomenologia, corrente de pensamento da qual, aliás, tem apenas um conhecimento fragmentário. Mas a questão não é essa: é antes saber se o pensamento que ele implementa se (…)
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Zarader – Blanchot, doação da "noite"
2 de julho, por Murilo Cardoso de CastroEm primeiro lugar, procurar-se-á demonstrar como Blanchot consegue assegurar a doação do que ele denomina a «noite». Mais exatamente, procurar-se-á mostrar que é possível assegurar rigorosamente essa doação — mesmo que, se for o caso, complementando as justificativas que ele propõe. O importante é que, ao afirmar o aparecimento da noite, Blanchot realiza um ato que pode (e deve) ser filosoficamente assumido, embora suponha uma crítica às filosofias anteriores.
Para demonstrar isso, convém, (…)