Milloué1905
Nessa combinação trinitária — que pode nos parecer arbitrária, mas na verdade decorre da teoria da influência irresistível das três Gunas, personificadas em divinitades —, Brahma é definitivamente sacrificado.
O Declínio de Brahma
Apesar de receber epítetos como "Ser Supremo", "Soberano Senhor do Mundo" e "Grande Ancestral das Criaturas", ele se torna:
Um deus secundário, mera emanação do Verdadeiro Ser Supremo (Vishnu ou Shiva, conforme a seita).
Sem energia nem (…)
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Mitos, Lendas, Fábulas
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Milloué (1905) – Brahma
14 de maio, por Murilo Cardoso de Castro -
Milloué (1905) – Brahma, Vishnu, Shiva
14 de maio, por Murilo Cardoso de CastroMilloué1905
À primeira vista, um observador superficial poderia pensar que o Hinduísmo não alterou em nada a antiga mitologia dos Brâmanas e dos Vedas. E, de fato, encontramos em suas escrituras sagradas e profanas todos os antigos deuses — Indra, Agni, Varuna, Soma, os Ashvins, etc. — com suas funções e atributos habituais. Os Purânas até expandem suas lendas com certa complacência, muitas vezes destacando aspectos desfavoráveis, como os desejos lascivos atribuídos a eles, especialmente a (…) -
Milloué (1905) – Três Mundos
14 de maio, por Murilo Cardoso de CastroMilloué1905
Esses diversos relatos de criação nos conduzem naturalmente a mitos cosmogônicos que, assim como outros, eram desconhecidos nos Vedas; pois dificilmente se poderia aceitar, mesmo como um rudimento primitivo de cosmogonia, a simples menção dos "Três Mundos"—céu, ar ou atmosfera, e terra. Com os Brâhmanas, surge um sistema de cosmogonia e cosmologia não menos mítico, mas mais elaborado do que o dos Vedas, inspirado, sem dúvida, pelos novos dados da mitologia.
A terra—que (…) -
Milloué (1905) – A concepção de um Ser Supremo
14 de maio, por Murilo Cardoso de CastroMilloué1905
A concepção de um Ser Supremo, eterno ou pelo menos anterior ao mundo, criador do universo — Prajapati, Purusha ou Brahma.
A Origem da Ideia do Ser Supremo
O ponto de partida dessa concepção parece ser o hino 90 do décimo Mandala do Rigveda, onde os deuses sacrificam Purusha ("O Masculino do Sacrificio") para formar o universo com os fragmentos de seu corpo. Porém, nesse hino, os deuses coexistem com Purusha, em vez de serem suas criações ou emanações, como nos mitos (…) -
Milloué (1905) – Deuses dos Céus: Surya, Agni, Varuna, Soma
14 de maio, por Murilo Cardoso de CastroMilloué1905
Surya mantém suas funções como deus do sol, às quais acrescenta os papéis de gerador e fecundador, assimilando definitivamente os mitos similares de Savitri e Pushan, permanecendo e sempre permanecerá como um dos maiores deuses do panteão indiano.
Por outro lado, Agni, Varuna e Soma sofrem um declínio acentuado.
Agni, talvez por ser difícil de antropomorfizar devido à sua forma material sempre visível, embora mantenha seu lugar e culto em todas as casas como deus do lar, (…) -
Milloué (1905) – Shiva e seus dois filhos
14 de maio, por Murilo Cardoso de CastroMilloué1905
Mas, se não possui avatars, Shiva, por outro lado, tem dois filhos ilustres, investidos de múltiplas funções: Ganesha e Skanda.
Ganesha
Chamado também de Ganapati, Heramba, Vinayaka, Vighnesha e Vighnaraja, Ganesha é geralmente conhecido como:
O Deus da sabedoria
O destruidor de obstáculos (especialmente os que obscurecem a inteligência)
A personificação do sucesso e da felicidade terrena perfeita
Considerado essencialmente benevolente e benéfico, ele também tem um (…) -
Graal – Ermitas (Buescu)
27 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBuescu, 1991
No contexto das duas novelas arturianas sobre que nos debruçamos, os seus heróis (Perceval e Galaaz) definem-se como heróis itinerantes, isto é, em permanente passagem. De certo modo, têm o seu contraponto na figura do(s) ermita(s), sedentário habitante de uma ermida ou de um ermitério. Assim, os cavaleiros vão deparando passo a passo com essas personagens ambíguas e por vezes inquietantes, que parecem deter o saber e possuem também muitas vezes o dom profético: (…) -
Presença do hermetismo nos romances do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
Já abordamos o tema da presença do hermetismo nos romances do Graal, especialmente em Perceval, de Chrétien de Troyes, durante a redação de nosso Doutorado em Letras, intitulado O Corpo de Luz na Literatura Arturiana . Na época, ainda não conhecíamos o impressionante trabalho de P. Duval, O Pensamento Alquímico e o Conto do Graal .
Na nossa visão, o autor tem o grande mérito de direcionar sua pesquisa não apenas para o hermetismo—nesse aspecto, só se pode louvar a (…) -
Busca do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
Continuadores de Chrétien de Troyes surgiram, estabelecendo novos marcos na Busca. A Primeira Continuação não coloca em cena Perceval, o Galês, mas sim o célebre sobrinho do rei Arthur, figura exemplar da cavalaria, Messire Gauvain, que também, ao acaso das aventuras, se lança na Busca do Graal, ou melhor, da enigmática Lança que Sangra. A Segunda Continuação é atribuída a Wauchier (ou Gautier) de Denain, agora referido como "pseudo-Wauchier" devido às incertezas sobre sua (…) -
Via do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
É preciso restabelecer a junção entre o visível e o invisível, entre a Terra e o Céu, entre o corpo e a alma. Mas, paradoxalmente, o que é ruptura entre dois mundos pode tornar-se um sinal, um chamado… Esse vazio atrai… E o ser predestinado descobre que essa fissura entre a Terra e o Céu é justamente a Via… Em algum lugar da Terra—isto é, em nosso ser terrestre—, a ruptura deixou uma marca, uma falha na densidade do mundo… Perceval a encontrou, e seu nome revela essa (…)