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Milloué (1905) – Três Mundos
quarta-feira 14 de maio de 2025
Milloué1905
Esses diversos relatos de criação nos conduzem naturalmente a mitos cosmogônicos que, assim como outros, eram desconhecidos nos Vedas; pois dificilmente se poderia aceitar, mesmo como um rudimento primitivo de cosmogonia, a simples menção dos "Três Mundos"—céu, ar ou atmosfera, e terra. Com os Brâhmanas, surge um sistema de cosmogonia e cosmologia não menos mítico, mas mais elaborado do que o dos Vedas, inspirado, sem dúvida, pelos novos dados da mitologia.
A terra—que compreende sua superfície, o Patala (uma região subterrânea, mas curiosamente luminosa), morada dos gênios (Asuras, Daityas, Yakchas, Nagas) e os Narakas, ou infernos, que formam uma região sombria—é a base sólida de todo o universo. Ela repousa sobre as águas de um oceano, frequentemente chamado Mar de Leite, que a envolve completamente, e cujas convulsões provocam fenômenos sísmicos. No centro da terra ergue-se o Monte Mérou, um gigantesco pilar que sustenta o céu, e cujas encostas abrigam os diversos paraísos dos deuses—sendo o de Indra, o Svarga, situado no topo.
Quanto à superfície terrestre, ela é dividida, conforme as diferentes eras, em três, quatro ou sete continentes, dispostos concentricamente ao redor do Mérou e separados entre si por oceanos. O continente central, onde se ergue o Mérou, é Djambudvîpa, a região sagrada e próspera dos Aryas, ou seja, a Índia, também chamada Bhârata-Varcha ou País de Bharata, em homenagem ao seu primeiro rei.

