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Matias Aires – vaidade e amor-próprio
segunda-feira 7 de julho de 2025
[10] A vaidade parece-se muito com o amor-próprio, se é que não é o mesmo; e se são paixões diversas, sempre é certo que ou a vaidade procede do amor-próprio, ou este é efeito da vaidade. Nasceu o homem para viver em uma contínua aprovação de si mesmo: as outras paixões nos desamparam em um certo tempo, e só nos acompanham em lugares certos; a vaidade em todo o tempo, e em todo o lugar, nos acompanha, e segue, não só nas cidades, mas também nos desertos, não só na primavera dos anos, mas em toda a vida, não no estado da fortuna, mas ainda no tempo da desgraça: paixão fiel, constante companhia e permanente amor.