Não um problema exclusivo da Idade Média, embora nela encontrasse eco enorme. Antes problema de choque para todos os homens — o animal que mais escapa à fascinação do momento efêmero e que, por isso mesmo, melhor entra na consciencialização do tempo e da morte, sentindo em si a ferida estranha do ir passando.
Como na água-forte de Alberto Dürer, o homem e a morte cavalgam lado a lado. A morte e o tempo, simbolizado na ampulheta fatal na mão descarnada.
E assim, vivemos ilaqueados pelo (…)
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Mário Martins
MARTINS, Mário. Introdução histórica à vidência do tempo e da morte (2 vol). Braga : Livraria Cruz, 1969
Matérias
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Mário Martins – Introdução histórica à vidência do tempo e da morte
4 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Mário Martins – O tempo em "Demônios" de Dostoiévski
4 de julho, por Murilo Cardoso de CastroMais uma vez, abramos Os Demônios, de Dostoiewski. Kirillov, engenheiro e teórico do suicídio, batia com uma bola de borracha no chão e fazia-a saltar até ao tecto, entre os gritos entusiastas de uma pequerrucha que gritava: Bola, bola!
A bola rebolou para debaixo dum armário, Kirillov deitou-se no soalho e estendeu os braços para encontrar o brinquedo. Foi nesta posição que Stavroguine o encontrou.
— Queres chá?, perguntou-lhe Kirillov.
Stavroguine vinha encharcado e bebeu o chá (…) -
Mário Martins – O tempo em lendas de viagens
4 de julho, por Murilo Cardoso de CastroSobre o mar sem fim, navegou o abade irlandês S. Brandão, com a sua marinhagem de religiosos. E falamos também dele por em Portugal existirem apógrafos medievais das suas aventuras . Dizia-se mesmo, segundo nota Zurara, que S. Brandão passara pelo Cabo do Bojador.
Que estranhas foram as suas viagens de ilha em ilha! Viram a Cidade Desabitada, desembarcaram na Ilha das Ovelhas Gigantes, subiram para cima dum grande peixe, pensando que era uma ínsua, escutaram a música de aves misteriosas do (…)