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Sansonetti – Graal e Alquimia
quinta-feira 26 de junho de 2025
Se fosse necessário escolher um nome repleto de mistério, envolto em sacralidade, no coração do mundo medieval, seria certamente o do Graal, o centro luminoso desse universo.
Conhecemos o tema "inventado"—no sentido etimológico do termo, ou seja, "redescoberto"—por Chrétien de Troyes por volta de 1190: seu herói, um jovem galês ainda sem nome, perdido em uma terra desolada, em um caminho que não leva a lugar algum, encontra um misterioso Rei Pescador, que o acolhe em seu castelo. Ali, ele assiste ao cortejo do Graal: carregam uma lança cuja ponta—um fenômeno surpreendente!—sangra, seguida de um vaso do qual emana uma luz sobrenatural... O Graal!
Yves Bonnefoy resume assim o problema suscitado pela dimensão mágica desse nome: "Um graal é um vaso ou, mais precisamente, uma grande travessa funda. O termo é registrado, de uma forma ou de outra, em vários dialetos franceses. Mas um graal não é o Graal. Além da enigmática origem da palavra, que, curiosamente, intrigou os contemporâneos de Chrétien—já que alguns tentaram justificá-la com etimologias fantasiosas—, há o mistério desse objeto vislumbrado por um instante em um castelo desconhecido" (Apresentação de La Quête du Graal, Paris, 1965, p. 14).


Paul-Georges Sansonetti. Graal et Alchimie. Paris: Berg, 1982