Aldous Huxley. Música na noite & outros ensaios
Nós consideramos, até agora, dois casos: o caso no qual a palavra “vulgar” diz “Eu não gosto disso” e o caso no qual ela diz “Isso me traz à mente aquilo que são, para mim, as classes mais baixas”. No caso que começaremos a considerar agora, “vulgar” diz algo cuja definição é mais difícil. Por exemplo, eu posso afirmar que “este homem é vulgar. O fato de que ele vem de uma boa família e foi educado nos lugares certos não faz nenhuma (…)
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Huxley
Huxley, Aldous (1894-1963)
Matérias
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Huxley – Vulgaridade
2 de abril, por Murilo Cardoso de Castro -
Huxley – Paisagens fazem com que as pessoas se lembrem de quem são
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. A Ilha.
[...] As paisagens realmente fazem com que as pessoas se lembrem de quem são.
– E serão melhores do que as cenas da vida de um santo ou de um salvador?
Vijaya balançou a cabeça.
– Em primeiro lugar aí está a diferença entre o objetivo e o subjetivo. Um quadro de Cristo ou de Buda é simplesmente a lembrança de algo observado por um behaviorista e interpretado por um teólogo. Porém, quando se é confrontado com uma paisagem como esta, é psicologicamente impossível (…) -
Huxley – A teologia de um povo reflete o estado de seu traseiro na infância
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. A Ilha.
– Não, não é puro sadismo. É sadismo aplicado — disse o dr. MacPhail. — É sadismo por uma razão mais dissimulada, sadismo a serviço de um ideal, sadismo como uma convicção religiosa. Aliás, as relações entre a teologia e o castigo corporal na infância são um assunto que merece um estudo histórico a respeito — concluiu, dirigindo-se para Will. — Minha teoria é que, se as crianças de qualquer parte são sistematicamente flageladas, crescem com a impressão de que Deus é (…) -
Huxley – O estilo é o homem
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. Filosofia Perene.
Tal como Santo Agostinho, Eckhart foi até certo ponto vítima dos seus próprios talentos literários. Le style c’est l’homme (George-Louis Leclerc). Sem dúvida. Mas o inverso é também parcialmente verdade, l’homme c’est le style. Quando temos um dom para escrever de determinada maneira, damos por nós, de certa forma, a transformarmo-nos na nossa maneira de escrever. Moldamo-nos à semelhança do nosso tipo específico de eloquência. Eckhart foi um dos criadores (…) -
Huxley – Uma massa de matéria fisiológica moldada em ser humano
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroALDOUS HUXLEY. OS DEMÔNIOS DE LOUDUN
Para os partidários do totalitarismo deste ilustrado século nosso, não há alma nem Deus; só há uma massa de matéria fisiológica que se vai moldando por reflexos condicionados e pressões de caráter social, o que dá como resultado isso que, por cortesia, denomina-se ser humano. Um produto como este carece de significação por si mesmo e não possui direitos de auto-determinação: existe para a sociedade e tem que conformar-se com a vontade do conjunto. Por (…) -
Huxley – Homem, nem anjo e nem diabo
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroHUXLEY, Aldous. Contraponto. Tr. Erico Verissimo, Leonel Vallandro. São Paulo : Globo, 2014.
— Mas ninguém pede que você seja um touro ou um cão — disse Rampion com impaciência. — Ninguém pede que você seja isto ou aquilo, a não ser um homem. Um homem, toma bem nota disto. Nem anjo nem diabo. Um homem é um ser que anda sobre uma corda esticada, que caminha sobre ela delicada, equilibradamente, tendo, numa das extremidades da vara que lhe dá estabilidade, o espírito, a consciência, a alma, (…) -
Huxley – O que é a prática da moralidade?
2 de abril, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley. "Chawdron", em Contos Escolhidos. Tr. Eliana Sabino. São Paulo: Globo, 2014
— Não são heresias; são reconhecimentos de fatos óbvios. Pois o que é a prática da moralidade? E só fingir ser alguém que você por natureza não é. É representar o papel de santo, ou de herói, ou de cidadão respeitável. Qual é o mais alto ideal ético da Cristandade? Ele está expresso na fórmula de Tomás de Kempis, A imitação de Cristo. De modo que as Igrejas organizadas não são mais que enormes e (…) -
Huxley – Nuvem do Desconhecido
2 de setembro de 2024, por Murilo Cardoso de CastroAldous Huxley — Nuvem do Desconhecido Retirado do livro "Eminência Parda", Globo, 1943
Benet de Canfield era um homem ilustrado e, como tal, lera não apenas o Areopagita, mas todos os místicos importantes da Idade Média e do século XVI, a quem os escritos do Pseudo-Dionísio tinham servido de inspiração e, confortadora garantia da ortodoxia adotada. Todo artista nasce com certos talentos especificamente seus; mas tem de desenvolvê-los dentro dos quadros da tradição artística em vigor. O (…) -
Huxley: Il faut que l’univers soit soutenu
2 de setembro de 2024, por Murilo Cardoso de CastroJules Castier
Une fois créé ou divinement façonné, il faut que l’univers soit soutenu. La nécessité d’une re-création continue du monde devient manifeste, d’après Descartes, « pourvu qu’on prenne garde à la nature du temps ou de la durée de notre vie, car étant tel que ses parties ne dépendent point les unes des autres et n’existent jamais ensemble, de ce que nous sommes maintenant il ne s’ensuit pas nécessairement que nous soyons un moment après, si quelque cause, à savoir la même qui (…) -
Huxley: Connaître le « Cela » qui est « toi »
2 de setembro de 2024, por Murilo Cardoso de CastroJules Castier
L’homme qui désire connaître le « Cela » qui est « toi » peut se mettre à l’œuvre suivant l’un quelconque de trois moyens. Il peut commencer par regarder intérieurement dans son propre « toi », et, par un processus consistant à « mourir à son moi » — le moi dans le raisonnement, le moi dans la volonté, le moi dans le sentiment —; parvenir enfin à une connaissance du Soi, du Royaume de Dieu qui est en lui. Ou bien il peut commencer par les toi qui existent en dehors de lui, et (…)