O conto considerado como forma de arte precisa ou fixa não existe na Alemanha — e dificilmente na Europa — antes do século X. Antes disso, trata-se muito mais de Kraftmärchen, ou conto heroico, mais próximo da gesta heroica (Heldensage). O conto do tipo KHM difundiu-se mais no norte da Alemanha (Holstein, Pomerânia, Mecklemburgo), enquanto a Áustria e a Baviera permaneceram como o local preferido para lendas e canções populares.
A Märchenforschung (o estudo do conto) "é uma ciência (…)
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Matérias
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Faivre (Grimm) – As teorias sobre a "origem" dos contos
8 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Tzvetan Todorov – Estórias Fantásticas
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroAlvaro, o protagonista de O diabo apaixonado de Cazotte, vive há vários meses com um ser, de sexo feminino que, segundo suspeita, é um espírito maligno: o diabo ou algum de seus seguidores. Seu modo de aparição indica às claras que se trata de um representante do outro mundo; mas seu comportamento especificamente humano [e, mais ainda, feminino], ofensas reais que recebe parecem, pelo contrário, demonstrar que se trata de uma mulher, e de uma mulher apaixonada. Quando Alvaro lhe pergunta de (…)
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Jean-Claude Carrière – Estórias
2 de julho, por Murilo Cardoso de CastroComo as minhocas que, diz-se, fecundam a terra que atravessam cegamente, as histórias passaram de boca em boca e dizem, há muito, o que nada mais pode dizer. Algumas giram e se enrolam dentro de um mesmo povo. Outras, como que feitas de uma matéria sutil, furam as paredes invisíveis que nos separam, ignoram o tempo e o espaço e simplesmente se perpetuam. Assim, esta conhecida entrada circense, onde alguém procura um objeto perdido em um círculo luminoso, não porque o objeto se perdeu naquele (…)
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Dermenghem (Hermès) - LE MYTHE DE PSYCHE DANS LE FOLKLORE (1)
16 de dezembro de 2008, por Murilo Cardoso de CastroLes Cahiers d’Hermès II. Dir. Rolland de Renéville. La Colombe, 1947.
Depuis déjà des siècles et presque des millénaires, l’imagination se plaît à évoquer la figure d’une belle jeune femme en toilette nocturne, un flambeau à la main et qui se penche’ sur le corps parfait et nu d’un adolescent endormi, comme anxieuse d’y lire les plus profonds arcanes du destin. On sait que le flambeau vient d’être allumé, on sait que le beau corps gisant comme un mort va se réveiller et s’envoler comme (…) -
Jean-Claude Carrière – Estórias preferidas
2 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPor todas essas razões — e algumas outras de puro capricho — nasce a tentação, para um contador de histórias profissional, de um dia compor uma coletânea de suas histórias favoritas.
Mas que histórias, que contos escolher? Como, no oceano, identificar, preferir algumas gotas? Obrigatoriamente, mesmo com pesar às vezes, é preciso selecionar, é preciso eliminar.
Assim, as histórias que reuni e contei à minha maneira (que é uma maneira entre outras, em um dado momento, em um dado lugar) não (…) -
Faivre (Grimm) – contos e mitos
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA primeira das duas proposições anteriores diz respeito ao mito "histórico" e se aproxima muito de certas teorias chamadas acima de "antropológicas", especialmente daquelas que veem nos contos a lembrança de antigos ritos. Seguindo os Grimm, vários autores desenvolveram essa proposição. Citamos como exemplo característico a tese de Maria Führer publicada em 1938: [Tradição germânica da mitologia nórdica e conto popular alemão; 80 contos dos Irmãos Grimm iluminados pelo mito]. Aqui estão (…)
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Faivre (Grimm) – contos, exegese junguiana
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA abertura junguiana rompeu as cercas freudianas, integrando as conquistas anteriores em um contexto ampliado. O inconsciente não é mais apenas o de um indivíduo ou de um grupo, mas uma realidade sincrônica, arquetípica, e a imagem é dotada de uma salvação ontológica. Certamente, os produtos do imaginário sempre foram considerados pela psicanálise como representações de processos de nossa atividade inconsciente, mas Jung mostrou que esta tende a se expressar sobre si mesma, a traduzir nas (…)
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Mil e Uma Noites
26 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEstórias – Mil e Uma Noites
Um dos mais conceituados especialistas contemporâneos d’As Mil e Uma Noites, Aboubakr Chraïbi, demonstra que estes textos, cuja fiabilidade histórica é, de resto, questionável, não podem constituir prova de que no século ix já existisse o livro d’As Mil e Uma Noites, nem que este tivesse sido uma tradução do persa. Em primeiro lugar, os vários testemunhos que se reportam aos séculos ix/x aludem a um tipo de histórias que se assemelha mais às fábulas ou aos (…) -
Faivre (Grimm) – contos e iniciação
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroRepetição, impregnação, evocam também a importância do conto para as crianças, seu papel educativo, formativo. É historicamente certo que os irmãos Grimm não reuniram os KHM para uso infantil, mas sim de um público adulto, e que aqueles que os transmitiram de geração em geração os contavam pelo menos tanto para os adultos. Tudo se passa como se ocorresse periodicamente um deslizamento dos destinatários, como em As Viagens de Gulliver, de Swift, e Robinson Crusoé, de Defoe. Por que essa (…)
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Faivre (Grimm) – contos, interpretações freudianas
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPara a psicanálise freudiana, as imagens são primeiramente sintomas. “Dize-me quais são as tuas imagens e direi qual é a tua neurose”: assim poder-se-ia resumir, não sem algum exagero, o estatuto freudiano da imagem. As situações dos heróis de contos representam dilemas psicológicos, frequentemente de tipo edipiano. A origem de cada conto reside no passado individual daquele que o elaborou; este conteúdo se encontra reativado por aqueles que virão em seguida adicionar novos elementos a esta (…)