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Suassuna (Pedra do Reino) – Mar

segunda-feira 21 de novembro de 2022

Ora, Sr. Corregedor, segundo afiança o genial Poeta brasileiro Vicente de Carvalho, o mar, “o belo Mar selvagem”, é um “Tigre a que o vento do largo eriça o pelo”, um estranho animal felino. É, também, um Velho de barba azul, “condenado ao cárcere das Rochas que o cingem”. Por outro lado, deve existir, no Mar, alguma coisa profundamente ligada àquilo que Clemente chama “o Destino do rebanho humano”, porque Vicente de Carvalho afirma, ainda, que, quando se põe diante do Mar, ergue imprecações, clamores e blasfêmias contra a Mão desconhecida que traçou nosso Destino: “Crime absurdo o crime de nascer”, diz ele. “Foi o meu Crime, e eu o expio vivendo.” [SUASSUNA Suassuna Ariano Suassuna (1927-2014) , A Pedra do Reino, Folheto LV]


Ver online : SUASSUNA, Ariano. O Romance da Pedra do Reino. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.