A tradição da hospitalidade, mesmo após várias gerações, prevalece sobre a cegueira da luta:
Assim, sou para você um hóspede estimado em Argos... Evite as lanças um do outro, mesmo na confusão.
O amor do filho pelos pais, do pai, da mãe pelo filho, é constantemente indicado de uma forma tão breve quanto comovente:
Ela respondeu, Tétis, derramando lágrimas: “Você nasceu para uma vida curta, meu filho, como você fala... ”
Da mesma forma, o amor fraternal:
Meus três irmãos, que uma (…)
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Ilíada / Troia / Hector / Páris / Helena
Matérias
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Simone Weil: Amor
24 de novembro, por Murilo Cardoso de Castro -
Simone Weil: Miséria do Homem
24 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroNunca se expressou com tanta amargura a miséria do homem, que o torna incapaz de sentir sua própria miséria.
A força exercida por outrem é imperiosa sobre a alma como a fome extrema, desde que consista em um poder perpétuo de vida e morte. E é um império tão frio e duro como se fosse exercido pela matéria inerte. O homem que se encontra em toda parte como o mais fraco está no coração das cidades tão sozinho, mais sozinho do que pode estar o homem perdido no meio de um deserto.
Dois (…) -
Simone Weil: A Força na Ilíada
24 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroA tradução das passagens citadas é nova. Cada linha traduz um verso grego, os rejeitos e enjambements são reproduzidos escrupulosamente; a ordem das palavras gregas dentro de cada verso é respeitada tanto quanto possível. (Nota de S. Weil.)
O verdadeiro herói, o verdadeiro tema, o centro da Ilíada, é a força. A força que é manejada pelos homens, a força que subjuga os homens, a força diante da qual a carne dos homens se retrai. A alma humana não deixa de aparecer modificada por suas (…) -
Simone Weil: Sombra da infelicidade humana
24 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroToda a Ilíada está sob a sombra da maior desgraça que existe entre os homens: a destruição de uma cidade. Essa desgraça não pareceria mais dolorosa se o poeta tivesse nascido em Troia. Mas o tom não é diferente quando se trata dos aqueus que perecem longe da pátria.
As breves evocações do mundo da paz são dolorosas, tanto quanto essa outra vida, a vida dos vivos, parece calma e plena:
Enquanto era madrugada e o dia amanhecia, De ambos os lados os dardos voavam, os homens caíam. Mas na (…) -
Simone Weil: Confronto com a morte
24 de novembro, por Murilo Cardoso de CastroUm homem desarmado e nu, contra quem uma arma está apontada, torna-se um cadáver antes mesmo de ser atingido. Por mais um momento, ele pensa, age, espera:
Ele pensava, imóvel. O outro se aproxima, tomado pela ansiedade, ansioso por tocar seus joelhos. Ele desejava em seu coração escapar da morte cruel, do destino sombrio... E com um braço ele abraçava seus joelhos para implorar, Com o outro ele segurava a lança afiada sem soltá-la...
Mas logo ele compreendeu que a arma não se desviaria (…)