Essa concepção dupla, da verdade como uma relação entre um predicado e um sujeito, e da ciência como um conjunto de proposições, está correta? Isso é o que teremos de examinar, e já podemos apontar, com relação à ciência, que considerá-la como um conjunto de proposições é considerá-la como um conjunto de resultados, e que considerá-la como um conjunto de resultados não é considerá-la em sua própria existência. O resultado é como uma espécie de cadáver, ou, como diz Hegel, como algo que (…)
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Hermenêutica
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Jean Wahl (1998:22-25) – ciência, conjunto de proposições?
18 de outubro de 2024 -
Jean Wahl (1998:19-21) – a verdade é uma propriedade da proposição ou do julgamento
18 de outubro de 2024A ciência é um certo tipo de conhecimento; é um certo modo, uma certa maneira de lutar pela verdade. E somos levados a esta pergunta: “O que é a verdade?”
Heidegger diz que há muitas respostas a esta pergunta. Mas todas estas respostas têm um elemento em comum: todas concordam que a verdade é uma propriedade da proposição ou do julgamento. Portanto, definimos verdade como a verdade de uma proposição. Por exemplo, esta lâmpada queima ou este giz é branco. A palavra “lâmpada” ou a palavra (…) -
Sallis (1996:1-3) – Lendo os diálogos platônicos
16 de outubro de 2024 -
Lacoue-Labarthe & Nancy (1991) – o “homem no sendo” em Lacan
15 de outubro de 2024É tempo, afinal, portanto, de interrogar mais precisamente esta posição de Heidegger.
Pois trata-se, a princípio, de uma posição: pura evocação, se assim se preferir, puro “apelo”; mas nada aparentemente que se assemelhe a um uso, isto é, a uma leitura. De fato, apenas evocado o filosofema heideggeriano o “homem no sendo” (Escritos, 527), se Lacan descarta toda e qualquer referência doutrinal àquilo a que chama pejorativamente de “heideggerianismo”, não é, contrariamente, ao que ele (…) -
Lima Vaz (1991:262-265) – Metafísica
14 de outubro de 2024Segundo Heidegger, no espaço metafísico aberto pela teoria platônica das Ideias, pode ser traçada uma linha contínua que leva pelo menos até Nietzsche. A tese heideggeriana fundamental, já presente em Ser e Tempo, ensina que, entre a ontologia clássica fundamental de proveniência grega e a ontologia moderna a partir de Descartes, verifica-se, tão-somente, a transposição das categorias do ente mundano (ousia) para a esfera do sujeito, operada dentro da mesma visão (noein) e da mesma expressão (…)
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Lima Vaz (1991:133-134) – Nietzsche
14 de outubro de 2024A presença de Nietzsche, como a de Marx, é uma presença difusa, mas poderosamente determinante em vários campos da cultura contemporânea. No que diz respeito à filosofia, sua obra se apresenta sobretudo como crítica da cultura e como proposição de uma nova ideia do homem. Nietzsche retoma, dando-lhes novo sentido, as questões de Kant que convergem para a interrogação “o que é o homem?” Essa interrogação, para Nietzsche, formula-se não no plano clássico da essência (Wesen) e sim na (…)
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Vattimo (2007:I.1) – interpretação
14 de outubro de 2024Vamos começar com uma observação que pode nos ajudar a entender qual é o significado da interpretação e o papel que ela tem a desempenhar no que chamamos de conhecimento. De uma perspectiva hermenêutica, devemos dizer que o conhecimento requer uma perspectiva, que, ao conhecer qualquer coisa, devo escolher uma perspectiva. Mas alguns podem objetar: e no caso do conhecimento científico? O conhecimento científico também é perspectivista? Minha resposta é que, como os cientistas optaram por não (…)
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Antonio Machado (2003:163-166) – Angústia [Mairena]
13 de outubro de 2024Esses versos, originalmente escritos e reunidos em um volume por volta de 1907, prestam-se inequivocamente a uma interpretação heideggeriana:
É uma tarde triste e cinzenta, abandonada, como minha alma; e é essa velha angústia que habita minha hipocondria habitual. Não consigo nem mesmo entender vagamente a razão dessa angústia. nem mesmo vagamente entendê-la; mas eu me lembro e, lembrando, eu digo : Sim, eu era uma criança e você era minha companheira
A angústia, à qual Unamuno e, antes (…) -
Antonio Machado (2003:87-88) – pensamento de Heidegger [Mairena]
13 de outubro de 2024Mairena, com sua formação bergsoniana e, acima de tudo, como poeta do tempo — não exatamente o seu próprio — estava bem preparado para penetrar na filosofia de Heidegger e torná-la sua. Gosto de imaginar como Mairena teria apresentado o pensamento do ilustre professor de Freiburg hoje.
“Um alemão vem até nós — não se assuste, porque nem todos os alemães são pedantes e, de fato, não há nada menos pedante do que um bom alemão, daqueles que certamente não juram pelo Führer — trazendo a (…) -
Grassi (1999:107-109) – A "clareira" do bosque primordial
13 de outubro de 2024Aquí tenemos que interrumpir nuestra discusión de la tradición humanista y volver a nuestra cuestión originaria: el significado teórico y la importancia actual del humanismo, en particular en conexión con la tesis de Heidegger sobre el final de la filosofía.
Para resumir esta tesis una vez más, la metafísica tradicional ha de llegar hoy a un final porque comenzó con la cuestión del fundamento racional de lo que es. El lugar de la cuestión de la verdad lógica ha de ocuparlo, según explica (…)