KKEleusis
[...] Em Elêusis, a divindade dos Mistérios—primeiro seleciono essa forma geral de expressão, indeterminada em número e gênero—era conhecida pelo público como "as duas divindades", uma forma dual que pode significar tanto "os dois deuses" quanto "as duas deusas". Pessoas de grande piedade continuaram a usar essa designação indefinida muito tempo após o período clássico. Todos sabiam que as duas divindades eram deusas. Para o público, a ênfase recaía mais sobre o aspecto dual. (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
Matérias mais recentes
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Kerenyi (Eleusis) – Duas deusas
20 de maio, por Murilo Cardoso de Castro -
Kerenyi (Eleusis) – Nenhum drama era apresentado em Elêusis
20 de maio, por Murilo Cardoso de CastroKKEleusis
O verdadeiro segredo, o arrheton de Elêusis, estava ligado à deusa Perséfone—de fato, ela, a arrhetos koura, a "donzela inefável", a única entre todos os seres divinos a receber esse epíteto na tradição, era o próprio segredo. Isso só se torna compreensível à medida que penetramos no núcleo dos Mistérios. O segredo estava cercado por muitos outros pequenos segredos sobre os quais não se podia falar. E todos esses elementos secretos estavam inseridos em uma estrutura de relatos (…) -
La Puerta – Cervantes, Las bodas cabalísticas del rey
18 de maio, por Murilo Cardoso de CastroLaPuertaTH
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La Puerta – Cervantes, Sobre el prólogo del Quijote
18 de maio, por Murilo Cardoso de CastroLaPuertaTH
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La Puerta – Cervantes, Sobre el nombre y el prólogo del Quijote
18 de maio, por Murilo Cardoso de CastroLaPuertaTH
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La Puerta – Cervantes, Dichos y refranes de don Quijote y Sancho
18 de maio, por Murilo Cardoso de CastroLaPuertaTH
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La Puerta – Cervantes, leitura superficial e leitura profunda
18 de maio, por Murilo Cardoso de CastroLaPuertaTH
Cervantes, no Dom Quixote, propõe que as obras dramáticas passem por um exame rigoroso antes de serem representadas, pois assim:
«Se conseguiria felicissimamente o que nelas se pretende: tanto o entretenimento do povo, como a opinião dos engenhos da Espanha» (I-48).
Não seria difícil aumentar as citações, mas que valham as propostas e tentemos dar outro passo, procurando entender a que se referem nossos clássicos quando falam de dois níveis de leitura. Sem sair do Dom (…) -
Cristina Campo – Desgraça
17 de maio, por Murilo Cardoso de CastroCCampo1987
É uma descoberta que poucos fazem e talvez seja a única pedra angular sobre a qual podemos apoiar os pés. O reino do sofrimento humano poderia ser dividido entre a desgraça da mão direita e a desgraça da mão esquerda. Os antigos conheciam essas metáforas sagradas, além das quais não há definição possível. A desgraça da mão direita reside na desgraça da mão esquerda, como uma ferida de arma branca está no abraço das areias movediças, na morte por sede no deserto.
A pobreza, o (…) -
Cristina Campo – Conto de fada, matéria prima
17 de maio, por Murilo Cardoso de CastroCCampo1987
Sindbad o disse: um conto só opera sobre a matéria-prima da existência, seu campo alquímico natural. É o mistério do caráter – sejam os humores, as estrelas, a herança atávica de outro conto – que até o fim conserva seus traços e só através da repetição dos mesmos erros, do sofrimento das mesmas derrotas, alcança a metamorfose.
De que encantadoras ambiguidades às vezes se sugere esse traço. Ao príncipe caçula, o último dos nove cisnes encantados, a túnica de urtigas que deve (…) -
Cristina Campo – Conto de fada, imponderável
17 de maio, por Murilo Cardoso de CastroCCampo1987
Como os evangelhos, o conto de fada é uma agulha de ouro, suspensa por um norte oscilante, imponderável, sempre inclinado de modo diverso, como o mastro de um navio em mar revolto.
Oferece a cada momento a escolha – mas uma escolha velada por véus sempre diferentes – entre simplicidade e sabedoria, dureza e suavidade, memória e esquecimento salutar. Um vence porque, num país de crédulos e intrigantes, foi desconfiado e reservado; outro porque se entregou infantilmente ao (…)