Últimas notas
-
28 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – ser chefe
Ser chefe, às vezes é isso: que se tem de carregar cobras na sacola, sem concessão de se matar… [Guimarães Rosa, GSV]
-
28 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – sertão está movimentante todo-tempo
A esses muito desertos, com gentinha pobrejando. Mas o sertão está movimentante todo-tempo — salvo que o senhor não vê; é que nem braços de balança, para enormes efeitos de leves pesos… [Guimarães Rosa, GSV]
-
28 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – uns lembrares e sustâncias
Somente que me valessem, indas que só em breves e poucos, na ideia do sentir, uns lembrares e sustâncias. Os que, por exemplo, os seguintes eram: a cantiga de Siruiz, a Bigrí minha mãe me ralhando; os buritís dos buritís — assim aos cachos; o existir de Diadorim, a bizarrice daquele pássaro (…)
-
28 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – Nhorinhá, namorã
Nhorinhá, namorã, que recebia todos, ficava lá, era bonita, era a que era clara, com os olhos tão dela mesma… E os homens, porfiados, gostavam de gozar com essa melhora de inocência. Então, se ela não tinha valia, como é que era de tantos homens? [Guimarães Rosa, GSV]
-
28 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – O passado – é ossos em redor de ninho de coruja
Maiores vezes, ainda fico pensando. Em certo momento, se o caminho demudasse — se o que aconteceu não tivesse acontecido? Como havia de ter sido a ser? Memórias que não me dão fundamento. O passado – é ossos em redor de ninho de coruja… [Guimarães Rosa, GSV]
-
28 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – Possível o que é – possível o que foi
Possível o que é – possível o que foi. O sertão não chama ninguém às claras; mais, porém, se esconde e acena. Mas o sertão de repente se estremece, debaixo da gente… E — mesmo — possível o que não foi. [Guimarães Rosa, GSV; ser-tão-grande...]
-
27 de junho
Guimarães Rosa (Tutaméia) – as bisonhas
Devo redizer, eu queria delícias de mulher, isto para embelezar horas de vida. Mas eu escolhia — luxo de corpo e cara festiva. O que via com um desprezo era moça toda donzela, leiga do são-gonçalo-do-amarante, e mulher feiosa, muito mãe-de-família. Essas, as bisonhas, eu repelia. [Guimarães (…)
-
27 de junho
Guimarães Rosa (Tutaméia) – estar-no-mundo
Entendem os filósofos que nosso conflito essencial e drama talvez único seja mesmo o estar-no-mundo. Chico, o herói, não perquiria tanto. Deixava de interpretar as séries de símbolos que são esta nossa outra vida de aquém-túmulo, tãopouco pretendendo ele próprio representar de símbolo; menos, (…)
-
27 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – Nhorinhá
Bom, quando há leal, é amor de militriz. Essas entendem de tudo, práticas da bela-vida. Que guardam prazer e alegria para o passante; e, gostar exato das pessoas, a gente só gosta, mesmo, puro, é sem se conhecer demais socialmente… Eu chegasse de noite, e elas estavam com casa alumiada, para me (…)
-
27 de junho
Guimarães Rosa (GSV) – Eu conto; o senhor me ponha ponto
Conforme foi. Eu conto; o senhor me ponha ponto. [Guimarães Rosa, GSV]