UKIM
Um dos que guardam a chave da magia permaneceu na terra e procura e reúne os chamados.
Assim como ele não pode morrer, não pode morrer a lenda que circula sobre ele.
Alguns sussurram que ele é o Judeu Errante; outros chamam-no Elias; os gnósticos afirmam que se trata de João Evangelista. E é natural que cada um o veja de forma diferente; um ser que, como ele, transmudou o seu corpo em espírito, não pode permanecer preso à rigidez de qualquer forma.
Imortal, na verdade, é apenas (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
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Grupo UR – O caminho do despertar segundo Gustavo Meyrink (4)
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroUKIM
Eu te disse que o princípio do caminho é o nosso próprio corpo. Quem sabe disso pode, a qualquer instante, começar a jornada.
Agora quero te ensinar os primeiros passos.
Você deve se desprender do corpo, mas não como se quisesse abandoná-lo. Você deve se soltar dele como alguém que separa a luz do calor.
Já nesta virada, espreita o primeiro inimigo.
Quem se arranca do próprio corpo para voar pelo espaço percorre o caminho das bruxas, que tiraram de seu invólucro terrestre um (…) -
Grupo UR – O caminho do despertar segundo Gustavo Meyrink (3)
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroUKIM
Todos aqueles que sentem a terra como uma prisão, todos os crentes que invocam a redenção — todos eles evocam inconscientemente o mundo dos fantasmas.
Faça você também. Mas com plena consciência!
Haverá, para aqueles que o fazem inconscientemente, uma mão invisível que transformará magicamente em terra firme os pântanos onde eles necessariamente acabarão? Não sei. Não quero contestar, mas — não acredito nisso.
Quando, no caminho do despertar, você passar pelo reino dos (…) -
Grupo UR – O caminho do despertar segundo Gustavo Meyrink (2)
24 de maio, por Murilo Cardoso de CastroUKIM
Quem não aprende a ver na terra, não aprende lá de certo.
A chave do poder sobre a natureza inferior está enferrujada desde o dilúvio. Ela se chama: estar desperto.
Estar desperto é tudo.
De nada o homem está tão firmemente persuadido quanto de estar desperto. Em verdade, porém, ele está aprisionado numa rede de sono e de sonho que ele mesmo teceu. Quanto mais densa é essa rede, mais poderosamente o sono governa. Aqueles que nela estão presos passam pela vida como um rebanho a (…) -
Meyrink – O Dominicano Branco
23 de maio, por Murilo Cardoso de CastroPrefácio de Gérard Heym (MeyrinkDB)
A técnica de Meyrink em seus romances invariavelmente consistia em primeiro encontrar uma base histórica para sua narrativa. No caso atual, a história de O Dominicano Branco é construída em torno de artigos publicados por um sinólogo austríaco hoje esquecido, o professor Pfitzmaier, um erudito muito versado no estudo do Tao. Pode não ser desinteressante mencionar, de passagem, que o bom professor — pelo que nos foi dito pessoalmente — foi delicadamente (…) -
Meyrink – O motivo do duplo no Golem
23 de maio, por Murilo Cardoso de CastroGUSTAV MEYRINK — O GOLEM (MeyrinkG)
Apresentação de Isabel Hernández da versão em espanhol
Conforme o exposto até aqui, é evidente que o protagonista do romance, Athanasius Pernath, e a criatura que o intitula, o golem, estão estritamente relacionados. O encontro com este ser artificial, a princípio atemorizante e desagradável, torna-se para o lapidador de gemas o acontecimento chave que desencadeia a busca por seu passado, suas lembranças e sua pessoa, em resumo, a busca de si mesmo. Na (…) -
Meyrink – O Golem
23 de maio, por Murilo Cardoso de CastroGUSTAV MEYRINK — O GOLEM (MeyrinkG)
Apresentação de Isabel Hernández da versão em espanhol
Publicação do seu primeiro romance, O Golem (1915). Com ele, inicia-se o seu segundo grande período de produção literária, no qual diminui a sua atividade para a revista, o que, evidentemente, também implicou uma redução dos seus rendimentos, que tentou compensar realizando algumas traduções de obras de Dickens entre 1909 e 1914. Como fato anecdótico e muito representativo da personalidade de (…) -
Kerenyi (Eleusis) – Deméter
20 de maio, por Murilo Cardoso de CastroKKEleusis
O que surpreende nos mitos de Deméter, quando consideramos a imagem da deusa tranquilamente entronizada em tantos monumentos, é sua busca incansável pela filha. Nessas histórias, a mãe dos grãos se assemelha a mulheres divinas como Io, Europa ou Antíope, com suas andanças lunares. Sua figura passa por metamorfoses que não podem ser totalmente explicadas pelas diferentes épocas e lugares em que as histórias se originaram. A história cretense de Deméter, é verdade, difere da (…) -
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Kerenyi (Eleusis) – Duas deusas
20 de maio, por Murilo Cardoso de CastroKKEleusis
[...] Em Elêusis, a divindade dos Mistérios—primeiro seleciono essa forma geral de expressão, indeterminada em número e gênero—era conhecida pelo público como "as duas divindades", uma forma dual que pode significar tanto "os dois deuses" quanto "as duas deusas". Pessoas de grande piedade continuaram a usar essa designação indefinida muito tempo após o período clássico. Todos sabiam que as duas divindades eram deusas. Para o público, a ênfase recaía mais sobre o aspecto dual. (…)