Berdiaeff, L’esprit de Dostoïevski. (1945) [1974]
É muito instrutivo comparar a concepção do homem em Dante, Shakespeare e Dostoiévski.
Para Dante, assim como para São Tomás de Aquino, o homem é uma parte orgânica da ordem objetiva do mundo, do cosmos divino. Ele é um dos degraus da hierarquia universal. Acima dele está o céu; abaixo, o inferno. Deus e o diabo são realidades que pertencem à ordem universal, impostas ao homem de fora. E os círculos do inferno, com seus tormentos (…)
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Dante
Dante, Alighieri (1265-1321)
Matérias
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Dostoiévski, sua concepção de homem e a de Dante e Shakespeare (Berdiaeff)
30 de março, por Murilo Cardoso de Castro -
Possibilidades angélicas do amor humano em Dante
31 de março, por Murilo Cardoso de Castro(PLW1980)
Poder-se-ia dar centenas de outros exemplos da poesia persa, na qual nunca se pode dizer com certeza se o ’amado’ a quem se dirige é humano ou divino — precisamente porque ele ou ela é ambos ao mesmo tempo. Certamente tal figura, que assim medeia para o amante entre este mundo e o céu, merece acima de todos os outros ser chamada de Anjo.
No Ocidente cristão, com sua ênfase em uma única e suprema manifestação do Divino em forma humana, podemos perder esse senso das (…) -
Dante – A Divina Comédia, hesitação no limiar da jornada (Helen Luke)
27 de abril, por Murilo Cardoso de CastroLuke, 1989
Dante, no entanto, ainda está no limiar do caminho. Ele não o atravessou. O que se segue aqui é tão familiar a todos nós que traz uma sensação repentina de calor e proximidade em relação a Dante. Estamos, de fato, prestes a ler sobre os feitos de um grande gênio, mas ele não está distante de nossas lutas fracassadas. Aqui está um homem, semelhante a nós mesmos, uma pessoa — e é claro que isso faz do poema uma história humana viva, que nutre a vida simbólica de cada leitor. Pois (…) -
"Considerai a doutrina que se oculta sob o véu de versos insólitos" (Dante, Canteins)
19 de abril, por Murilo Cardoso de CastroCanteinsD
Essa reserva em relação ao esoterismo não impede a consideração da "alegoria"; esta é tão inerente ao pensamento e à formulação de Dante que não se pode estudar o Poeta sem constatar seus recursos infinitos e a polissemia resultante, tão propícia a dissuadir os literalistas empedernidos. Encontraremos muitos exemplos ao longo das páginas, mas, previamente, convém identificar as breves passagens que reivindicam ou justificam seu uso: frases-chave lançadas por Dante de passagem, (…) -
Dante – A Divina Comédia (Helen Luke)
26 de abril, por Murilo Cardoso de CastroLuke, 1989
Dante não chamou sua comédia de "divina"; essa palavra foi acrescentada por editores posteriores. Isso é enganoso porque expressa apenas metade da verdade, que é que a Commedia, embora seja certamente divina, é igualmente humana. Do seu início, no limiar do Inferno, até seu fim, na visão de Deus, o poema ressoa com a dupla natureza da realidade, que é a única verdade: sem a divindade, não pode haver humanidade consciente, e sem humanidade, o divino permanece uma abstração.
Por (…) -
Inferno Ibn Arabi Dante
23 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroMiguel Asín Palacios — Escatologia Muçulmana na Divina Comédia
3. Las líneas generales de este escenario infernal, esbozadas por los autores de las tradiciones islámicas desde los primeros siglos, fueron conservadas con religioso respeto por los teólogos, sobre todo por los místicos, que las glosaron fantásticamente y hasta intentaron, a veces, interpretarlas por medio de gráficos, esquemas y dibujos.
Uno de esos teólogos místicos anteriores a Dante es el murciano Ibn Arabi, cuyas (…)