A única ambição do contador de histórias é parecer necessário. Como um camponês ou um padeiro. Nem mais, nem menos. Pois as histórias que ele conta revelam certos aspectos do espírito que não são perceptíveis de outra forma. Civilizações muito poderosas o colocaram no centro dos cruzamentos, às vezes no centro do próprio palácio, e sua santa padroeira é obviamente uma mulher, a ilustre Sherazade, que jogava uma cabeça em cada relato, que encantava cuidadosamente a noite e se calava, (…)
Página inicial > Palavras-chave > Temas > contador de estórias
contador de estórias
Matérias
-
Jean-Claude Carrière – Estórias, contador
2 de julho, por Murilo Cardoso de Castro -
Faivre (Grimm) – contos e mitos
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroA primeira das duas proposições anteriores diz respeito ao mito "histórico" e se aproxima muito de certas teorias chamadas acima de "antropológicas", especialmente daquelas que veem nos contos a lembrança de antigos ritos. Seguindo os Grimm, vários autores desenvolveram essa proposição. Citamos como exemplo característico a tese de Maria Führer publicada em 1938: [Tradição germânica da mitologia nórdica e conto popular alemão; 80 contos dos Irmãos Grimm iluminados pelo mito]. Aqui estão (…)
-
Faivre (Grimm) - Os Irmãos Grimm e a germanística romântica
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroUma das características do Romantismo alemão, movimento tanto filosófico quanto literário, parece ser o gosto pela síntese. Esse traço, somado à obsessão pelas origens, explica um esforço intensivo e extensivo para obter um conhecimento aprofundado de todos os domínios possíveis, para encontrar entre eles relações e conexões. A enciclopédia de Novalis, que permaneceu inacabada, conserva um valor exemplar para a época, pois esse tipo de esboço feito de aforismos e fragmentos expressa um (…)
-
Jean-Claude Carrière – Estórias preferidas
2 de julho, por Murilo Cardoso de CastroPor todas essas razões — e algumas outras de puro capricho — nasce a tentação, para um contador de histórias profissional, de um dia compor uma coletânea de suas histórias favoritas.
Mas que histórias, que contos escolher? Como, no oceano, identificar, preferir algumas gotas? Obrigatoriamente, mesmo com pesar às vezes, é preciso selecionar, é preciso eliminar.
Assim, as histórias que reuni e contei à minha maneira (que é uma maneira entre outras, em um dado momento, em um dado lugar) não (…) -
Faivre (Grimm) – sobre o mito e o conto
8 de julho, por Murilo Cardoso de CastroNa edição de 1819-1822 em três volumes, os irmãos Grimm precisaram seu propósito. O prefácio do primeiro volume é seguido por uma introdução cujo trecho intitula-se "Bedeutung als Ueberlieferung" ["Significação [do conto] como tradição"], no qual observam que ninguém conhece os autores desses contos que aparecem por toda parte como tradições (palavra sublinhada no texto). Isso, acrescentam, não deixa de ser notável sob mais de um aspecto. Há séculos esses contes vivem, "modificando-se (…)