Phenomenology of Life in Border Situations: The Experience of the Ultimate (Husserliana89)
Memórias do Subsolo, de Dostoiévski, é uma crítica devastadora à fé na razão – ou, mais precisamente, à fé na razão instrumental, aquela que nega nossas paixões ou suprime uma parte essencial de nós mesmos. Para Dostoiévski, é assim que perdemos nossa humanidade. A descrição que o homem do subsolo faz da vingança evidencia a crença do autor na hierarquia das paixões. "Quando estão possuídos, digamos, (…)
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Crítica Literária
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Memórias do Subsolo, de Dostoiévski
30 de março, por Murilo Cardoso de Castro -
"O Adolescente" de Dostoiévski
30 de março, por Murilo Cardoso de CastroELTCHANINOFF, M. Dostoïevski, roman et philosophie. Paris: Presses universitaires de France, 1998.
O que primeiro salta aos olhos do leitor é o aspecto caótico, quando não confuso, de sua arte [de Dostoiévski]. O Adolescente, seu penúltimo romance, é um dos melhores exemplos disso. Trata-se, sem dúvida, do mais desenfreado e desordenado de todos. Sem nos alongarmos nos inúmeros detalhes dessa história tão complicada, digamos que a narrativa, embora centrada no jovem herói, que nos (…) -
O termo "romântico"
29 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Angelloz1973)
O termo "romântico" tem uma longa pré-história ). Originalmente, deriva de "Romanz", que desde 1135 designava a língua vulgar falada na França entre o baixo-latim e o francês moderno, bem como o romance ou obra ficcional. Mas foi na Inglaterra que surgiram as formas "romant/romaunt" e "romantic/romantik", já em 1650 com T. H. Bayly, ou em 1652 com F. Greville (segundo Baldensperger), e depois com Smith em 1659. Nesse contexto, a palavra assumia o sentido de imaginário, (…) -
Romantismo, delimitação segundo Dilthey
29 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Gusdorf1982)
A historiografia serena [do Romantismo] começa em 1865 com o estudo de Dilthey (1833-1911) sobre Novalis, uma interpretação abrangente da breve carreira do poeta, que desenvolve os aspectos fundamentais de sua visão de mundo. O estudo sobre Novalis, junto com outros textos dedicados a Lessing, Goethe e Hölderlin, formará a coletânea Das Erlebnis und die Dichtung (Experiência de Vida e Criação Poética), publicada pela primeira vez em 1905, oferecendo uma interpretação global (…) -
Romantismo, problemas de delimitação
29 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Bornheim1956)
I — Um dos maiores problemas que nos propõe o romantismo é o de sua delimitação. Por um lado, a interpretação do romantismo é reduzida, frequentemente, a limites cronológicos estreitos, tendendo a esgotar-se em manifestações mera e simplesmente literárias; o problema sofre, assim, uma simplificação injustificável. Por outro lado, em um extremo oposto, há autores que pretendem encontrar, senão movimentos, ao menos traços ou tendências românticas através de toda a história da (…) -
Monstruosidade em O Vaso de Ouro de Hoffmann
29 de março, por Murilo Cardoso de CastroMonstruosité ? dans Le Vase d’or de E.T.A. Hoffmann. Florence Hafner, doctorante
"Monstruosidade" e "monstro" derivam ambos da palavra latina monstrum. Consultando o Dicionário Etimológico da Língua Latina de Ernout e Meillet, descobrimos que, originalmente, monstrum significa "sinal enviado pelos deuses", "prodígio" e, posteriormente, "objeto ou ser de caráter sobrenatural". Nesse sentido, não é necessário que o prodígio seja assustador para ser considerado monstruoso. Embora seja (…) -
O Vaso de Ouro de Hoffmann
29 de março, por Murilo Cardoso de CastroMonstruosité ? dans Le Vase d’or de E.T.A. Hoffmann. Florence Hafner, doctorante
Foi durante a campanha da Alemanha por Napoleão (e especialmente a derrota alemã em Dresden) que Hoffmann escreveu o conto. Ele viu nisso uma motivação adicional para escrevê-lo, refugiando-se em um mundo idílico durante horas sombrias. Em uma carta dirigida ao seu editor Kunz, datada de 19 de agosto de 1813, ele escreve: « É como se eu abrisse as portas de um reino maravilhoso, surgido de meu íntimo, e que, (…) -
O caldeirão dourado de Hoffmann
29 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Safranski2010)
Curioso, Hoffmann adentra um campo de batalha próximo a Dresden, durante as guerras de libertação, com um copo de vinho na mão. A estética do horror como reação ao pavor. Ou ele é um voyeur, ou se afasta; em ambos os casos a fantasia está em jogo. Enquanto a batalha por Dresden ainda está em curso, ele começa em 1813 com O caldeirão dourado, o “conto de fadas dos tempos modernos”, como declara o subtítulo.
O estudante Anselmus está sentado ao lado do rio Elba, perto de (…) -
W. B. Yeats
28 de março, por Murilo Cardoso de Castro(Zolla2024)
Entre os grandes nomes do século XX, Yeats é o mais imbuído de doutrinas e experiências esotéricas. É assim de forma declarada e íntima. No entanto, houve uma recusa feroz em reconhecê-lo, fechamo-nos na avaliação dos seus ritmos, das suas cores, das suas fontes literárias.
Chegou ao ponto em que Auden argumentou que era necessário remover vantajosamente qualquer influência esotérica da poesia Yeatsiana, que Eliot em Depois de Deuses Estranhos declarou o esoterismo um (…) -
Evolucionismo e Ciência em Melville
28 de março, por Murilo Cardoso de CastroZolla2024
O próprio evolucionismo é uma tentativa de reduzir uma teoria das formas orgânicas a um desenvolvimento verificável; para os antigos, o crescimento das formas orgânicas, do esqueleto humano desde a forma primordial da vértebra, passando pelas diversas fases bestiais, até a coluna ereta do homem, coroada pelo crânio, era uma metáfora frequente da evolução espiritual. Essa teoria foi reduzida da morfologia a um esquema historiográfico, como pode ser visto nesta passagem Observações (…)