“Senhor, li vosso artigo sobre o Monte Análogo. Eu acreditava ser o único, até agora, a estar convencido de sua existência. Hoje, somos dois, amanhã seremos dez, mais talvez, e poderemos tentar a expedição. E necessário que entremos em contato o mais rapidamente possível.Telefone-me assim que possível num dos números abaixo. Eu vos aguardo.
Pierre Sogol , passagem dos Patriarcas, 37 — Paris”.
[Seguiam cinco ou seis números de telefone onde eu poderia encontrá-lo em diferentes horários do (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
Matérias mais recentes
-
René Daumal – Monte Análogo?
30 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
René Daumal – A morte espiritual
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroTu t’es toujours trompé. Comme moi, comme tout homme, tu t’es laissé glisser sur des pentes faciles et vaines. Ton esprit n’a voyagé qu’en rêve vers la vérité. Compare aujourd’hui ta pensée avec les choses qui te résistent; tes plus belles théories s’évanouissent devant le mur des apparences. Ce voile de formes colorées, de sons, de qualités sensibles diverses, si facilement déclaré illusoire, il est solide, pourtant. C’est d’ici que tu es parti; mais tu as pris une fausse porte. Ou plutôt (…)
-
René Daumal – A intuição metafísica na história
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroEu falei de uma função metafísica do pensamento humano, de uma necessidade inerente à condição humana do espírito. Devo, portanto, considerar provável, até mesmo necessário, que se possa encontrar na história da reflexão do homem ao menos vestígios de tentativas para desenvolver uma Metafísica como ciência absoluta.
Mas a história do espírito não é dirigida unicamente pela tendência a pensar, a despertar. Se assim fosse, reconheceríamos, ao longo dos séculos, um progresso contínuo e (…) -
René Daumal – Livro dos Mortos Tibetano
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroÉ preciso desconfiar dos livros religiosos e filosóficos do Oriente como da peste. A menos que sejam lidos no original. Caso contrário, a escolha é entre a tradução do erudito linguista que transforma tudo em banalidades, e a tradução fedorenta do teosofista, que sabe tudo pela revelação do pedacinho de madeira e despeja, em uma pasta de mau inglês ou francês, palavras pálidas com desinências sânscritas ou palavras tibetanas com molho metafísico do Serviço de Inteligência de Adyar. (…)
-
René Daumal – A Vida dos Basiles
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroOs decepados.
Há nas lendas tibetanas um monstro singularmente aterrador. A boca enche-se de um bloco de sal ao ler sobre ele. Essa criatura, larva ou demônio, tem em conjunto figura humana. De longe, poder-se-ia confundir com um viajante perdido ou um sonâmbulo. Mas quando se aproxima, vê-se que a cabeça, os membros e o tronco estão seccionados. Os pedaços permanecem aproximadamente no lugar, flutuando no ar, mal reunidos por filamentos muito tênues. O pior, o imperdoável, é que esse (…) -
Quadro do desenvolvimento da tradição hindu - a Shruti (J. Masui et R. Daumal)
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroApproches de l’Inde - Tradition et incidences, dir. Jacques Masui, Cahiers du Sud, 1949.
-
Quadro do desenvolvimento da tradição hindu - a Smriti (J. Masui et R. Daumal)
30 de junho, por Murilo Cardoso de Castro -
Lacou-Labarthe (Scène) – mise en scène (encenação)
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroMeu caro Jean-Luc Nancy,
Retomemos então a discussão, é uma boa ideia. Mas isso não nos rejuvenesce muito: é uma discussão que tivemos há cerca de vinte anos, entre 1970 e 1972, parece-me. E, na minha lembrança pelo menos, não dizia respeito especificamente ao teatro, mas à ópera, da qual éramos grandes "consumidores" na época (não parávamos de ouvi-la): decepcionado com todas as "encenações" que havia visto – incluindo as de Wieland Wagner em Bayreuth, em 1969 (Tristão, a Tetralogia, (…) -
Nancy (Scène) – mise en scène (encenação)
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroCaro Philippe Lacoue-Labarthe,
Como nos foi pedido para contribuir a um trabalho sobre "a cena", gostaria de aproveitar a oportunidade para retomar um debate que iniciamos várias vezes, já há muito tempo. Na época, resumi o tema na palavra grega opsis, que em Aristóteles designa, grosso modo, o que chamamos de "encenação". ("Grosso modo" já é um problema de tradução e, consequentemente, de sentido e de implicações. Também se traduz por "espetáculo". Podemos voltar a isso.)
A opsis é uma (…) -
Robert Amadou – literatura e ocultismo
30 de junho, por Murilo Cardoso de CastroA mais eficaz das chaves de que dispomos para decifrar o universo é provavelmente a poesia, em sentido amplo a poesia dos poemas, mas também a que se difunde sobre as modas de expressão. Desde o momento em que uma literatura ultrapassa a totalidade dos modos de expressão, se carrega em determinada medida de poesia e se preocupa então em iluminar determinadas relações existentes entre as coisas, as relações mútuas dos homens, a situação dos entes e sobretudo a dos homens no conjunto de um (…)