Últimas notas
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7 de julho
Matias Aires – vaidade é vício
[9] Mas se é certo que a vaidade é vício, parece difícil o haver virtude que proceda dele; porém não é difícil, quando ponderarmos, que há efeitos contrários às suas causas. Quantas dores há, que se formam do gosto, e quantos gostos que resultam da dor! Essa infinita variedade dos objetos tem a (…)
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7 de julho
Matias Aires – vaidade inventou as virtudes
[8] A vaidade, por ser causa de alguns males, não deixa de ser princípio de alguns bens: das virtudes meramente humanas, poucas se haviam de achar nos homens, se nos homens não houvesse vaidade: não só seriam raras as ações de valor, de generosidade, e de constância, mas ainda estes termos, ou (…)
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7 de julho
Matias Aires – paixões unidas à vaidade
[7] Todas as paixões têm um tempo certo em que começam, e em que acabam: algumas são incompatíveis entre si, por isso para nascerem umas é preciso que acabem outras. O ódio e o amor nascem conosco, e muitas vezes se encontram em um mesmo coração, e a respeito do mesmo objeto. A liberdade, a (…)
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7 de julho
Matias Aires – guerra de vaidade
[6] Trazem os homens entre si uma contínua guerra de vaidade; e conhecendo todos a vaidade alheia, nenhum conhece a sua: a vaidade é um instrumento que tira dos nossos olhos os defeitos próprios, e faz com que apenas os vejamos em uma distância imensa, ao mesmo tempo que expõem à nossa vista os (…)
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7 de julho
Matias Aires – não fazer caso pode ser vaidade
[5] O não fazer caso do que é vão também pode nascer de uma excessiva vaidade, e a este grau de vaidade não chega aquela, que é medíocre, e ordinária; e desta sorte o excesso no vício da vaidade vem a produzir a aparência de uma virtude, que é a de não ser vaidoso: e com efeito assim como o (…)
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7 de julho
Matias Aires – Vaidade, desprezo e honra
[4] Não há maior injúria que o desprezo; e é porque o desprezo todo se dirige e ofende a vaidade; por isso a perda da honra aflige mais que a da fortuna; não porque esta deixe de ter um objeto mais certo, e mais visível, mas porque aquela toda se compõe de vaidade, que é em nós a parte mais (…)
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7 de julho
Matias Aires – Reflexões sobre a vaidade (3)
[3] De todas as paixões, a que mais se esconde é a vaidade: e se esconde de tal forma, que a si mesma se oculta, e ignora: ainda as ações mais pias nascem muitas vezes de uma vaidade mística, que quem a tem, não a conhece nem distingue: a satisfação própria, que a alma recebe, é como um espelho (…)
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7 de julho
Matias Aires – Reflexões sobre a vaidade (2)
[2] Vivemos com vaidade, e com vaidade morremos; arrancando os últimos suspiros, estamos dispondo a nossa pompa fúnebre, como se em hora tão fatal o morrer não bastasse para ocupação: nessa hora, em que estamos para deixar o mundo, ou em que o mundo está para nos deixar, e entramos a compor, e a (…)
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7 de julho
Matias Aires – Reflexões sobre a vaidade (1)
[1] Sendo o termo da vida limitado, não tem limite a nossa vaidade; porque dura mais do que nós mesmos e se introduz nos aparatos últimos da morte. Que maior prova, do que a fábrica de um elevado mausoléu? No silêncio de uma urna depositam os homens as suas memórias, para com a fé dos mármores (…)
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6 de julho
Tieck – a queda dos anjos
Se, por exemplo, como narra uma antiga tradição, uma parte dos anjos criados não tardou em decair, e se foram precisamente, como é dito ainda, os mais brilhantes, pode-se depreender dessa queda apenas que eles buscavam um caminho novo, uma outra atividade, outras ocupações e uma outra vida, ao (…)