Sansonetti, 1982
Já abordamos o tema da presença do hermetismo nos romances do Graal, especialmente em Perceval, de Chrétien de Troyes, durante a redação de nosso Doutorado em Letras, intitulado O Corpo de Luz na Literatura Arturiana . Na época, ainda não conhecíamos o impressionante trabalho de P. Duval, O Pensamento Alquímico e o Conto do Graal .
Na nossa visão, o autor tem o grande mérito de direcionar sua pesquisa não apenas para o hermetismo—nesse aspecto, só se pode louvar a (…)
Excertos de obras literárias, cênicas e gráficas, além de crítica literária, com foco no imaginal mitográfico, lendário e fantástico.
Matérias mais recentes
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Presença do hermetismo nos romances do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de Castro -
Busca do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
Continuadores de Chrétien de Troyes surgiram, estabelecendo novos marcos na Busca. A Primeira Continuação não coloca em cena Perceval, o Galês, mas sim o célebre sobrinho do rei Arthur, figura exemplar da cavalaria, Messire Gauvain, que também, ao acaso das aventuras, se lança na Busca do Graal, ou melhor, da enigmática Lança que Sangra. A Segunda Continuação é atribuída a Wauchier (ou Gautier) de Denain, agora referido como "pseudo-Wauchier" devido às incertezas sobre sua (…) -
Via do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
É preciso restabelecer a junção entre o visível e o invisível, entre a Terra e o Céu, entre o corpo e a alma. Mas, paradoxalmente, o que é ruptura entre dois mundos pode tornar-se um sinal, um chamado… Esse vazio atrai… E o ser predestinado descobre que essa fissura entre a Terra e o Céu é justamente a Via… Em algum lugar da Terra—isto é, em nosso ser terrestre—, a ruptura deixou uma marca, uma falha na densidade do mundo… Perceval a encontrou, e seu nome revela essa (…) -
Romances do Graal (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
Perceval ou o Conto do Graal, de Chrétien de Troyes, permaneceu inacabado. Inacabado? Aqui intervém a feliz intuição de Jacques Ribard: "Como não se impressionar com o fato de que três das obras-primas de nossa literatura medieval—três evidentes buscas espirituais—La Charrette, O Conto do Graal e O Romance da Rosa, de Guillaume de Lorris, são todas três inacabadas, ou ao menos assim consideradas?" ().
Esses romances seriam, na verdade, voluntariamente inacabados porque (…) -
Graal e Alquimia (Sansonetti)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroSansonetti, 1982
Se fosse necessário escolher um nome repleto de mistério, envolto em sacralidade, no coração do mundo medieval, seria certamente o do Graal, o centro luminoso desse universo.
Conhecemos o tema "inventado"—no sentido etimológico do termo, ou seja, "redescoberto"—por Chrétien de Troyes por volta de 1190: seu herói, um jovem galês ainda sem nome, perdido em uma terra desolada, em um caminho que não leva a lugar algum, encontra um misterioso Rei Pescador, que o acolhe em seu (…) -
Dante – Beatriz e o número 9
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroVita Nuova, XXX
Como o número nove foi mencionado frequentemente nas linhas anteriores, e se poderia pensar que isso foi feito sem uma razão válida, e como, por outro lado, esse número desempenhou um papel importante na morte de certa pessoa (Beatriz), é necessário fazer aqui algumas considerações sobre esse tema. Por isso, explicarei como o número nove interveio no acontecimento de sua morte e depois indicarei a razão pela qual esse número foi tão favorável a essa dama.
Eu direi, (…) -
Dante (Kanters & Amadou)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroKanters & Amadou, 1976
"O Romance da Rosa e o poema de Dante", escreve Eliphas Lévi, "são duas formas opostas de uma mesma obra: a iniciação na independência intelectual, a sátira das instituições contemporâneas e a fórmula alegórica dos grandes segredos da sociedade Rosa-Cruz." Aqui, interessa-nos apenas este último aspecto da obra de Dante. Contudo, não é inútil destacar quantos autores tradicionais misturaram preocupações metafísicas com desejos políticos, a acusação de heresia (…) -
Maya (Masui)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroMasui, 1978
Mâyâ se impõe a nós como ignorância na medida em que nos identificamos com o objeto sem enxergar o sujeito que está por trás (o puro Sujeito Universal) (cf. Lacombe [1]).
Mâyâ é tudo o que foi criado (a multiplicidade) e pode, ao mesmo tempo, nos revelar o Absoluto—desde que ultrapassemos seu aspecto ilusório—ou nos ocultá-lo.
Mâyâ se disfarça em "ignorância", seja no espetáculo do criado, seja na consideração de nós mesmos (e provoca o egotismo).
Cf. Sri Aurobindo. (…) -
Mito e Homem (Barfield)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBarfield, 1967
A relação geral entre linguagem e mito é, como a própria palavra myth (do grego muthos—discurso narrativo) sugere, quase insondável; mas antes de deixar de lado o aspecto limitado dos arianos, que foi tudo o que tivemos espaço para abordar aqui, vale mencionar uma etimologia interessante, que às vezes foi interpretada como reveladora da raiz e do propósito da cultura ariana na história da humanidade. Os hindus remontam a um grande mestre chamado Manu. Seja essa figura (…) -
Mito e Homem (Barfield)
25 de abril, por Murilo Cardoso de CastroBarfield, 1967
A relação geral entre linguagem e mito é, como a própria palavra myth (do grego muthos—discurso narrativo) sugere, quase insondável; mas antes de deixar de lado o aspecto limitado dos arianos, que foi tudo o que tivemos espaço para abordar aqui, vale mencionar uma etimologia interessante, que às vezes foi interpretada como reveladora da raiz e do propósito da cultura ariana na história da humanidade. Os hindus remontam a um grande mestre chamado Manu. Seja essa figura (…)