A física jônia reúne-se a uma corrente de pensamento diferente e sob muitos aspectos oposta. Poder-se-ia dizer que ela vem reforçá-la, tanto as duas formas de filosofia nascente aparecem, no seu contraste, complementares. Em terra de Itália, na Magna Grécia, os sábios já não põem em evidência a unidade da physis, mas a dualidade do homem, apreendida em uma experiência a um tempo religiosa e filosófica: existe uma alma humana diferente do corpo, oposta ao corpo e que o dirige, tal como a (…)
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Mitos, Lendas, Fábulas
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A Física Jônia
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de Castro -
Filosofia e Ser
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroDeveremos, em última análise, dizer que a filosofia aplica à noção de Ser imperecível e invisível, herdada da religião uma forma de reflexão racional e positiva, adquirida na prática da moeda? Seria ainda demasiado simples. O Ser de Parmênides não é o reflexo, no pensamento do filósofo, do valor mercantil, não transpõe, pura e simplesmente, no domínio do real, a abstração do signo monetário. O Ser de Parmênides é Uno; e esta unicidade que constitui um dos seus traços essenciais, opõe-no (…)
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Origem do discurso filosófico
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroNessa óptica, a regulamentação da continuidade já é significação de ruptura. Mas onde e como se opera essa solução? A partir daí introduz-se o debate sobre a origem do discurso filosófico. Onde está o corte entre o mito e o pensamento racional? Estará ele presente nesses pensadores físicos que, como Tales, tomam por objeto da interrogação decisiva os fenômenos naturais? Ou será antes preciso esperar por Heráclito ou Parmênides, que são os primeiros a colocar à questão do ser e, em (…)
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Fragmentos de Mimnermo e Estesícoro
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroFRAGMENTOS DE MIMNERMO E ESTESÍCORO (HC, § 16)
(A) Strab., I, 46 (= Mimn., frg. 7, Bergk) «a cidade de Eétes, onde os raios de Hélio veloz estão deitados em tálamo de ouro, à beira do Oceano» (lit. «junto aos lábios do Oceano»); (B) Athen., p. 469 F (= Mimn., frg. 8, Bergk) «pois de Hélio, a sorte que lhe coube é o labor de cada dia; nem jamais existe repouso, ou para ele ou para seus cavalos, quando a Aurora de dedos rosados deixa o Oceano para subir ao céu; pois, levado sobre as ondas, (…) -
Torrano: Teogonia
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroO mundo, de que falam as Musas, mostra, em todos os sentidos, o sentido de Zeus, que se revela como uma unidade complexa com suas quatro fases e quatro zonas, constituídas por quatro diversas linhagens divinas, cujos seres são bem e sabiamente definidos por Zeus mediante quatro combates.
O mundo como devir dos Deuses em grego se diz Theogonía. O título formal Teogonia, para este poema de Hesíodo, cristalizou-se ao longo dos séculos da História da cultura grega certamente porque neste poema (…) -
Quatro Fases - Quatro Zonas
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroNa primeira fase contam-se quatro Divindades primordiais: Caos, Terra, Tártaro "no fundo da Terra" e Eros. Caos e Eros são princípios dinâmicos substanciais que presidem dois modos antí-téticos de procriação: por cissiparidade (Kháos significa "Cissor") e por acasalamento (Éros, "Amor"), e assim ambos são paredros da Terra por ser ela "de todos sede sempre irresvalável". No fundo mé-ôntico da sede sempre irresvalável, Tártaro espelha uma contra-imagem, porque Tártaro pertence à Deusa Terra (…)
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Quatro Linhagens - Quatro Combates
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroA unidade unicamente inteligente não anui e anui à interpelação do nome de Zeus.
Em consonância com a ambiguidade fundamental do nome de Zeus, a unidade unicamente inteligente não anui e anui. Essa ambiguidade se deve a que o nome de Zeus, por indicar o momento em que o todo (pre)pondera (sobre) as partes, implica também o sentido de parte preponderante que mantém como tais as partes ponderadas - como se lê, por exemplo, na Ilíada:
e aí é que áurea o Pai estende a balança, nela põe duas (…) -
Mattéi: O Mito das Raças em Hesíodo
19 de julho de 2024, por Murilo Cardoso de CastroO mito das raças segue o mito de Pandora no início de Dos Trabalhos de dos Dias (v. 109-201) encadeando cinco episódios aparentemente articulados de maneira clara e coerente. No tempo de Kronos, os Imortais do Olímpio criaram uma primeira raça de homens mortais em ouro que viviam como deuses, desnudados de toda preocupação, pois não conheciam a velhice; a morte os levava docemente em seu sono. A terra produzia então colheitas generosas, sem esforço, e cada um vivia na paz entre numerosos (…)
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Ernst Jünger (Rebelle:XX) - La doctrine des forêts est antique...
25 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroJÜNGER, Ernst. Traité du rebelle ou le recours aux forêts. Tr. Henri Plard. Paris: Christian Bourgois, 1981
La doctrine des forêts est antique comme l’histoire des hommes, et même plus vieille qu’elle. Elle se trouve déjà dans les témoignages vénérables que nous ne savons encore lire qu’en partie, dans les caractères gravés sur la pierre. Elle donne leur grand thème aux contes, aux légendes, aux textes sacrés et aux mystères. Si nous rattachons le conte à l’âge de la pierre, le mythe à (…) -
Pierre Gordon (Hermès:5-7) - Le problème d’Hermès
25 de novembro de 2022, por Murilo Cardoso de CastroComment synthétiser ces emplois et ces figurations disparates ? Comment rendre compte que cette entité si complexe, et presque chaotique, soit devenue, à la longue, Hermès Trismégiste, autrement dit le trois fois très grand Hermès, le maître des pensées transcendantes, le dispensateur de la lumière cachée, le révélateur des secrets initiatiques, au point que Justin le Martyr pourra écrire, dans l’une de ses Apologies (I, 22) : « Nous appelons Jésus-Christ le Logos ; nous lui appliquons la (…)